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À procura da Palavra
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DOMINGO XIII COMUM Ano C

Quem tiver lançado as mãos ao arado
e olhar para trás não serve para o reino de Deus.
Lc 9, 62

 

Nas encruzilhadas do mundo, como também podemos descrever os aeroportos, é interessante ver como cada pessoa tem uma trajectória. Como a vida é este entrecruzar de direcções, e há uma alegria ao descobrir caminhos comuns. Ainda mais quando é pelos ares que se vence a distância para uma meta desejada. Não esqueço o filme ‘O céu pode esperar’, em que se comparava a viagem derradeira com o embarque semelhante ao de um aeroporto, apenas com a agravante de ter havido um engano e o passageiro não constar das listas de embarque. Depois do check-in, já sabemos que temos lugar. Mas é bem melhor quando não se viaja sozinho. Mesmo que saibamos que, quando chegarmos, nos esperam rostos e braços amigos.

Se a vida tem tanto de caminho e o próprio tempo vai esculpindo a obra de arte que somos e vamos fazendo, tanto mais a experiência cristã. Nos evangelhos, Jesus está sempre em movimento, e a impulsionar todos os que, por medo, erro, culpa, condenação ou preguiça se instalam numa vida menor. Mesmo quando se aquieta, com amigos, ou com os que simplesmente O escutam, as suas palavras põem em movimento as mentes e os corações, e começa a germinar algo novo nos desertos interiores. Seguir Jesus implica um desprendimento de muitas coisas: de entusiasmos irrealistas, de busca de glórias pessoais, de ficar preso ao passado. Assim nos são apresentados os três “candidatos” a discípulos no Evangelho de hoje. O caminho para Jerusalém tem na sua meta o calvário, a vida do Filho de Deus, dada por amor até ao fim. Mesmo as acções meritórias de enterrar os mortos ou despedir-se da família não têm a força da novidade da boa nova que é para abraçar radicalmente.

Esta radicalidade não é uma “fuga do mundo”, nem a criação de uma casta ou de um clube. Os amigos de Jesus estão sempre em caminho porque o amor não se instala. Criam laços e fazem crescer o meio em que vivem, como o fermento faz crescer a massa. Seguir Jesus é assumir o mais profundo da nossa humanidade e dar corpo à comunhão que Deus faz em nós e através de nós. Nestes dias em que alguns irmãos nossos são ordenados diáconos e padres, desejamos ver neles o rosto misericordioso de Deus. E isso só se concretiza nas suas vidas também dadas por amor.

Jesus nunca andou de avião, mas conta-se que foi um padre, o luso-brasileiro Bartolomeu de Gusmão, na sua “passarola voadora”, quem primeiro abriu os ares aos homens. Sonho ainda com viagens espaciais e é espantoso onde é possível a humanidade ir no espaço. Mas há caminhos entre os corações, e distância entre egoísmos e ânsias de poder, que parecem medir-se também em anos-luz! Seguir Jesus desfaz estas e todas as distâncias, liberta de todas as prisões. Estamos verdadeiramente dispostos a segui-l'O? 

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