O Papa Francisco rezou pelos que morreram no acidente com dois comboios, no sul de Itália. Na semana em que foi conhecido o programa da viagem papal à Geórgia e ao Azerbaijão, a Sala de Imprensa da Santa Sé recebeu um novo diretor e o Papa recordou que a fé sem obras é morta e aprovou legislação para uma melhor gestão dos bens da Santa Sé.   1. O Papa expressou o seu pesar pelas vítimas do acidente ferroviário, da passada terça-feira, 12 de julho, na linha Corato-Andria, província de Bari, no sul da Itália, no qual pelo menos 23 pessoas perderam a vida e mais de 50 ficaram feridas. Num telegrama assinado pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o “Papa Francisco expressa a sua sentida e cordial participação na dor que atinge tantas famílias”, assegurando orações de sufrágio pelos que morreram, “ao mesmo tempo que invoca ao Senhor para os feridos uma pronta recuperação, confia à Materna proteção da Virgem Maria os atingidos pelo dramático luto e envia sua confortadora Bênção apostólica”.   2. A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou, nesta segunda-feira, 11 de julho, o programa da viagem apostólica do Papa Francisco à Geórgia e ao Azerbaijão, que decorre de 30 de setembro a 2 de outubro. Em Tbilisi, capital da Geórgia, está prevista a visita de cortesia ao Presidente da República, o encontro com as autoridades, a sociedade civil e com o corpo diplomático no Pátio do Palácio Presidencial. No Palácio do Patriarcado realiza-se o encontro com Sua Santidade e Beatitude Elias II, Catholicos e Patriarca de toda a Geórgia. O encontro com a comunidade assírio-caldeia está previsto na Igreja Católica de São Simão. No sábado, 1 de outubro, após Missa no Estádio de M. Meskhi, Francisco reúne-se com sacerdotes, religiosos e religiosas na Igreja da Assunção. Depois tem um encontro com os pobres e agentes de obras caritativas da Igreja, no centro de assistência dos Camilianos, e visita a Catedral Patriarcal Svietyskhoveli de Mskheta. No Domingo, o Papa parte para Baku, capital do Azerbaijão, preside à celebração eucarística na Igreja da Imaculada no Centro Salesiano, em Baku, e almoça com a comunidade salesiana e a comitiva papal. Após a visita de cortesia ao Presidente da República e do encontro com as autoridades, Francisco tem um encontro privado com o Xeque dos Muçulmanos do Cáucaso, na Mesquita ‘Heydar Aliyev’, a que se segue a reunião com o Bispo ortodoxo de Baku e com o Presidente da Comunidade Judaica, regressando depois a Roma.   3. O Papa Francisco aceitou a renúncia ao cargo de diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé apresentada pelo padre Federico Lombardi, nomeando para o cargo o até agora vice-diretor, Greg Burke. De acordo com o Vaticano, o jornalista norte-americano vai tomar posse como director da ‘Sala Stampa’ a 1 de agosto, dia em que inicia funções como vice-diretora Paloma García Ovejero, jornalista de Espanha. Greg Burke, de 57 anos, é natural dos Estados Unidos, foi correspondente em Roma da ‘Fox News’ desde 2001 e, em 2012, foi chamado ao Vaticano para responder às questões da comunicação no trabalho da Secretaria de Estado e supervisionar a relação deste organismo com as instituições de comunicação da Santa Sé. O próximo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé trabalhou na United Press International, de Chicago, na Reuters e no semanário ‘Metropolitan’, sendo depois enviado a Roma como correspondente do ‘National Catholic Register’; a partir de 1990, inicia uma colaboração semanal na ‘Time’. Membro do Opus Dei, vive e trabalha em Roma há mais de 30 anos e substitui agora o padre Lombardi, diretor da Sala de Imprensa desde 2006. A espanhola Paloma García Ovejero é a primeira mulher a ocupar um cargo de vice-directora da Sala de Imprensa da Santa Sé. Nasceu em Madrid, em 1975, trabalhou na ‘Cadena Cope’ a partir de 1998 e, desde setembro de 2012, é correspondente para a Itália e o Vaticano da rádio da Conferência Episcopal Espanhola, colaborando também com estações de televisão e jornais. Além do espanhol, italiano e inglês, também conhece a língua chinesa. Ainda ao nível de nomeações, o Papa Francisco nomeou na passada quarta-feira, dia 13 de julho, o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Nuno Brás como membro da Secretaria para a Comunicação, da Santa Sé (ver mais informações na capa desta edição).   4. “No final, seremos julgados pelas obras de misericórdia”. Foi o que recordou o Papa Francisco aos fiéis presentes na Praça São Pedro no Domingo, 10 de julho, antes da oração do Angelus, comentando a parábola “simples e estimulante do Bom Samaritano”. E fez isso citando inclusive uma canção italiana ‘Parole, parole, parole’ (‘Palavras, palavras, palavras’). “Apenas palavras que o vento leva embora”, lembrou, para distinguir as obras de misericórdia de uma solidariedade só em palavras. “Também nós podemos nos fazer esta pergunta: quem é o meu próximo? Quem devo amar como a mim mesmo? Os meus parentes? Os meus amigos? Os meus compatriotas? Os da minha mesma religião?”, questionou. Francisco explicou que Jesus muda essa perspetiva: “Eu não devo catalogar os outros para decidir quem é o meu próximo e quem não é. Depende de mim, ser ou não ser o próximo da pessoa que encontro, e que precisa de ajuda, mesmo se estranha ou até hostil”, apontou.   5. O Papa Francisco aprovou um ‘Motu Próprio’ (documento legislativo de iniciativa pessoal do pontífice) que implementa a reforma dos organismos do Vaticano que se dedicam ao controlo e vigilância da Administração dos Bens da Santa Sé. “Os bens temporais que a Igreja possui destinam-se ao seu objetivo que é o culto divino, o apoio para o Clero, o apostolado e obras de caridade, especialmente para os mais necessitados”, escreveu o Papa. “A Igreja sente a responsabilidade de prestar a máxima atenção na administração dos seus recursos económicos sempre a serviço desses propósitos. É por esta razão que a Santa Sé presta especial atenção para assegurar a gestão de sua riqueza”, acrescentou na Carta Apostólica, intitulada ‘Os bens temporais’, que foi divulgada sábado, dia 9, pela Sala da Imprensa Santa Sé. Entretanto, o tribunal do Vaticano condenou um padre e ilibou dois jornalistas que eram arguidos no processo de fuga de informação conhecido por ‘Vatileaks II’. Monsenhor Angel Lucio Vallejo Balda, de nacionalidade espanhola, foi condenado a 18 meses de prisão, por furto e divulgação de documentos reservados da Santa Sé.