Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Necessitados de misericórdia
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“Porque alcançarão misericórdia” – é deste modo que o Senhor Jesus termina a Bem-aventurança: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). E nós esquecemo-nos com frequência disso mesmo: que cada um de nós necessita de receber misericórdia.

Com mais facilidade nos penitenciamos por não termos sido misericordiosos com os outros (e devemos penitenciar-nos por isso, como é óbvio). Mas neste mundo ocidental subjectivista, em que cada homem ou mulher se pensa como estando no centro de tudo, onde cada um é lei e norma para os acontecimentos e para o seu valor, mais facilmente procuramos usar de misericórdia para com aqueles que se encontram à nossa volta. No fundo, trata-se de ser compassivo com os defeitos do próximo, com aquilo que nele nós não concordamos – trata-se de ser “tolerante” com o seu modo de pensar e de agir; trata-se de perdoar aquilo em que nos ofendeu ou aquilo em que é diferente de nós. Se virmos bem, trata-se de nos colocarmos no centro e como medida de todas as coisas, e de procurarmos ser magnânimos, quais senhores que distribuem benesses…

Mais difícil é reconhecer que também nós necessitamos da misericórdia porque também nós somos convidados a mudar, somos convidados à conversão. Mais difícil é reconhecer que, antes de mais, necessitamos de receber misericórdia da parte de Deus. Com efeito, Deus é sempre o ofendido primeiro e maior pelo nosso pecado. Porque não é apenas quando faltamos a um qualquer dever “religioso” que ofendemos a Deus. Ele é o Criador e Redentor, o Salvador de todos e de tudo. Ele é o verdadeiro e único centro do universo e da existência de cada ser humano. Ofender o próximo é ofender a Deus. Se Deus não tiver misericórdia para connosco, que será de nós?

Mas, depois, necessitamos igualmente de receber misericórdia da parte dos nossos semelhantes. Dos que são nossos irmãos na fé e a quem ofendem tantas das nossas atitudes (pensamentos, palavras, actos e omissões), e de receber misericórdia daqueles que, não sendo cristãos como nós, nem por isso têm menos dignidade ou são merecedores de menor respeito. Se eles não forem misericordiosos para connosco, que será de nós?

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