O Papa apelou à proteção dos civis na “cidade martirizada” de Alepo, na Síria. Na semana em que Francisco vai levar ao Cáucaso uma mensagem de paz, o Vaticano destacou a importância do turismo, o Papa recordou os padres assassinados no México e encontrou-se com familiares de vítimas do atentado em Nice.
1. O Papa renovou o apelo à paz na Síria, no final da audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano. Francisco manifestou-se profundamente preocupado com as notícias que chegam de Alepo, palco de confrontos entre as forças governamentais e movimentos rebeldes. É uma “cidade martirizada”, disse o Papa, no dia 28 de setembro, lembrando a quem tem responsabilidade nos bombardeamentos que os civis têm de ser protegidos. “Renovo o apelo a todos para que se empenhem com todas as forças na proteção dos civis, que é uma obrigação imperativa e urgente. E apelo à consciência dos responsáveis pelos bombardeamentos, que deverão prestar contas dos seus atos diante Deus”, garantiu.
Há uma semana que Alepo tem sido alvo de intensos bombardeamentos. Calcula-se que na cidade síria residam ainda 250 mil pessoas. Francisco manifestou “profunda dor e grande preocupação por tudo o que acontece nesta cidade, já martirizada, onde morrem crianças, idosos, doentes, jovens, velhos, todos”.
Centenas de crianças de Alepo, cristãs e muçulmanas, vão reunir-se em oração no dia 6 de outubro, para pedir o fim da violência, informou o Arcebispo católico-arménio de Alepo, D. Boutros Marayati. A iniciativa, lançada pelos padres franciscanos, vai envolver principalmente crianças em idade escolar.
2. Esta sexta-feira, dia 30 de setembro, o Papa Francisco deixa Roma de partida para a sua 16ª viagem internacional, “levando consigo o forte valor da paz”, segundo o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Greg Burke. Em conferência de imprensa, este responsável americano acentuou a dimensão ecuménica da etapa na Geórgia e a inter-religiosa no Azerbaijão. “É evidentemente uma viagem de paz: o Papa levará uma mensagem de reconciliação a toda a região. Será a primeira vez que uma delegação na Geórgia participa na Missa do Papa, e também o Patriarca estará no aeroporto a aguardar Francisco”.
Enquanto na Geórgia o destaque serão os encontros do Papa com a comunidade ortodoxa local, no Azerbaijão a dimensão do diálogo inter-religioso será a predominante. Segundo o programa da viagem, os principais eventos na etapa em Baku serão a visita à mesquita e o encontro com o xeque dos muçulmanos no Cáucaso. Durante a visita – na qual o Papa vai fazer 10 discursos –, haverá também um momento de proximidade com a população síria e iraquiana, sofridas pela guerra. Francisco vai fazer uma oração pela paz, rezando pela ‘Igreja-mártir’ na Síria, no templo católico caldeu de São Simone Bar Sabbae.
Geórgia, Azerbaijão e Arménia são três países soberanos na região do Cáucaso, os únicos cuja independência é reconhecida internacionalmente. A viagem do Papa à Geórgia e Azerbaijão completa a sua ‘missão caucasiana’ iniciada com a visita à Arménia, em junho passado.
3. O Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes associou-se à celebração do Dia Mundial do Turismo, a 27 de setembro. ‘Turismo para todos: promover a acessibilidade universal’ é o tema escolhido pela Organização Mundial do Turismo para 2016. “A Igreja avalia positivamente os esforços que se estão a realizar a favor de um ‘turismo para todos’”, assinala o presidente deste dicastério, numa mensagem divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé. O cardeal Antonio Maria Vegliò sublinha que a Igreja Católica vê no turismo uma oportunidade de evangelização e destaca que com o aumento de turistas “cresceu também” a consciência da sua “influência positiva”, com “numerosas virtudes, potencialidades”, apesar de alguns “elementos ambíguos ou negativos”.
4. O Papa Francisco recordou a morte de dois padres mexicanos que tinham sido raptados há dias. “Associo-me de boa vontade aos bispos do México, em apoio dos esforços da Igreja e da sociedade civil a favor da família e da vida, que nesta altura precisam de especial atenção pastoral e cultural em todo o mundo. Asseguro também o querido povo mexicano das minhas orações, para que cesse a violência que nestes dias tirou a vida também de alguns sacerdotes”, lembrou o Papa, no passado Domingo, 25 de setembro, durante a oração do Angelus.
Os dois sacerdotes foram encontrados à beira de uma estrada, de mãos atadas e pés atados e com sinais de espancamento e ferimentos de balas. Com estas duas mortes sobe para 14 o número de padres assassinados neste país só nos últimos quatro anos.
5. O Papa recebeu no sábado de manhã, 24 de setembro, em Roma, um grupo de familiares das vítimas do atentado terrorista de Nice, que aconteceu do passado dia 14 de julho. Francisco falou pessoalmente com vários dos presentes antes de discursar para todo o grupo. Na sua intervenção sublinhou a importância de apostar no diálogo para sanar as divisões entre comunidades e disse que só o amor e o perdão são respostas à altura dos ataques do demónio. “Estabelecer um diálogo sincero e fraterno com todos, em particular com quantos confessam um Deus único e misericordioso é uma urgente prioridade que os responsáveis – sejam políticos ou religiosos – devem fazer por facilitar e que cada um é chamado a cumprir em seu redor. Quando é grande a tentação da vingança, ou de responder ao ódio com o ódio e à violência com a violência, é necessária uma autêntica conversão do coração. É esta a mensagem que o Evangelho de Jesus nos transmite a todos. Só se pode responder aos ataques do demónio com as obras de Deus, que são o perdão, o amor e respeito pelo próximo”, realçou Francisco, a um grupo onde se encontravam pessoas de diversas confissões religiosas e grupos étnicos.
No início do seu discurso, o Papa tinha manifestado a sua proximidade com as vítimas: “Desejo partilhar a vossa dor, uma dor que é mais forte quando penso nas crianças, nas famílias inteiras cuja vida foi dilacerada de repente e de modo dramático. A cada um de vós asseguro a minha compaixão, a minha proximidade e as minhas orações”.
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