Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
O terceiro F
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Dizem as vozes populares que, em Portugal, há três ‘efes’ (fff) que movem o país: Futebol, Fado e Fátima. São, no fundo, três realidades associadas a dimensões da vida do homem em sociedade que, no meu entender, se podem traduzir na necessidade de criar e de alimentar afetos. Porque, embora nem todos o queiram reconhecer, nós vivemos de afetos.

Por um lado, o afeto ao futebol, por toda a paixão colocada e manifestada pelos seus adeptos, capaz de mover grandes massas, de transformar vidas, de movimentar, inclusive, grandes quantias financeiras e de levar o nome  de Portugal até ao fim do mundo; o afeto ao fado, pelo sentimento que o género musical exprime e transmite, pelas sensações que gera, pelas vozes mais ou menos puras que o interpretam, pelo conhecimento de uma cultura que traz, pelo nome de um País que tem chegado mais longe; o afeto a Fátima, porque cada um de nós tem um lado religioso, mais ou menos consciente. Fátima faz mover, todos os anos, milhares de peregrinos, oriundos de todo o mundo. A busca de respostas, soluções, curas, a procura de um sentido para vida, o simples gosto de caminhar, a oferta que cada um faz de si próprio, no caminho com Maria, podem ser razões para este afeto.

Mas a razão principal deverá ser a do encontro com a Mãe. Da Mãe recebemos afeto, à Mãe devolvemos o nosso afeto. Junto da Mãe, sentimos a sua ternura, o seu cuidado por nós, a sua proteção, deixamo-nos embalar com confiança e sentimento de segurança. É tão bom quando nos deixamos embalar!

Nos últimos anos, temos vindo a ouvir falar da preparação das comemorações do Centenário das Aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima. Poucos meses nos separam desse grande acontecimento que, como já foi confirmado, irá contar também com a presença do Papa Francisco. Este é um acontecimento que precisa de uma preparação e para o qual também a juventude da nossa Diocese de Lisboa quer participar. O ressurgimento do dinamismo juvenil ‘Eu Acredito’, criado em 2010 para a visita do Papa Bento XVI, é uma expressão desta vontade de querer fazer caminho com Maria, para celebrar o Centenário das Aparições. Neste sentido, de outubro a maio, em toda a diocese, a cada dia 13, os jovens nas paróquias ou vigararias vão juntar-se para rezar os mistérios do Rosário, meditando assim na vida de Jesus e aprofundando o seu conhecimento da Mensagem de Fátima. Este parece-me ser o aspeto ainda mais importante: o conhecimento da Mensagem, para que Fátima ocupe um lugar próprio no coração esclarecido de cada um.

Em véspera de fecho de edição, tivemos conhecimento da partida para o Céu, do professor Pedro Aguiar Pinto, quando se dirigia em peregrinação a pé para Fátima. Pedro Aguiar Pinto, homem de fé, não era jornalista mas lidava todos os dias com notícias, selecionando o que eram boas notícias e enviando-as diariamente para uma lista chamada ‘O Povo’. À sua família e amigos, deixamos os sentidos votos de condolências.

 

P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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