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Papa: “Imploro com toda a minha força por um cessar-fogo na Síria”
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O apelo de Francisco foi feito na audiência-geral de quarta-feira, no Vaticano. Na semana em que pediu solidariedade internacional para com as vítimas do furacão Matthew, o Papa falou do Rosário, dirigiu-se ao Conselho das Conferências Episcopais da Europa e escolheu dedicar o próximo Sínodo aos jovens, à fé e às vocações.

 

1. O Papa renovou, esta quarta-feira de manhã, o apelo à paz na Síria. “É com um sentido de urgência que renovo o meu apelo, implorando com toda a minha força aos responsáveis que providenciem um imediato cessar-fogo”, afirmou Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano, no passado dia 12 de outubro. “Que seja imposto e respeitado, ao menos para dar o tempo necessário à retirada dos civis, sobretudo das crianças, ainda encurraladas sob cruéis bombardeamentos”, sublinhou. A guerra civil na Síria já fez mais de 250 mil mortos desde 2011, de acordo com os números das Nações Unidas.

Ainda na audiência-geral, o Papa Francisco recordou o Dia Internacional para a Redução dos Desastres Naturais, que se assinalava no dia seguinte (13 de outubro). O Santo Padre sublinhou que os efeitos dos desastres naturais “são, muitas vezes, devidos a falhas no cuidado com o ambiente por parte do homem”. Francisco apelou para uma “cultura de prevenção” para que sejam reduzidos “os riscos para as populações mais vulneráveis”.

 

2. As vítimas do furacão Matthew, em particular no Haiti, foram recordadas pelo Papa Francisco, no Vaticano, que pediu ainda a ajuda da comunidade internacional. “Soube dolorosamente das graves consequências causadas pelo furacão que, há dias, devastou as Caraíbas, em particular o Haiti, deixando numerosas vítimas e desalojados, além de significativos danos materiais. Asseguro a minha proximidade às populações e exprimo confiança no sentido de solidariedade da comunidade internacional, das instituições católicas e das pessoas de boa vontade”, disse o Papa, no passado Domingo, 9 de outubro, perante milhares de fiéis, na Praça de São Pedro, antes da recitação da oração do Angelus. Francisco convidou os presentes a rezar por todos os que são tão “duramente provados” por este desastre natural. O furacão Matthew atingiu o Haiti na quinta-feira, 6 de outubro, deixando para trás um rasto de destruição e morte. Segundo as autoridades locais, o furacão provocou a morte a cerca de 900 pessoas, além de milhares de desalojados.

Ainda neste dia, o Papa anunciou um novo consistório para a criação de 17 novos cardeais, de 11 nacionalidades diferentes, a realizar no próximo mês, de 19 a 20 de novembro, coincidindo com o encerramento do Ano Santo da Misericórdia. Quatro destes cardeais têm mais de 80 anos, pelo que não poderão votar num Conclave. Dos outros 13 nomeados com direito a voto, há apenas três europeus, da Arquidiocese de Bruxelas e de Madrid e o atual Núncio Apostólico na Síria, de nacionalidade italiana. A escolha do Papa vai para os bispos das dioceses mais pobres e esquecidas, como Bangui, na República Centro-Africana, Dhaka, no Bangladesh, Port Louis, nas Ilhas Maurícias, e Port Moresby, na Papua Nova-Guiné. Há ainda três novos cardeais latino-americanos (do Brasil, Venezuela e México) outros três dos Estados Unidos da América (Chicago, Indianapolis e um atual Prefeito da Cúria).

 

3. O Papa considera que a oração do Rosário é uma peça fundamental para identificar os sinais concretos da presença de Deus na vida quotidiana. No Jubileu Mariano, em Roma, no passado sábado, 8 de outubro, Francisco referiu que cada mistério do Rosário é um convite à reflexão sobre a forma como Deus atua na vida de cada um.

“A oração do Rosário não nos afasta dos cuidados da vida; pelo contrário, insta a encarnar-nos na história de todos os dias para sabermos individuar os sinais da presença de Cristo entre nós. Sempre que contemplamos um momento, um mistério da vida de Cristo, somos convidados a individuar o modo como Deus entra na nossa vida, para depois O acolhermos e seguirmos. Assim descobrimos o caminho que nos leva a seguir Cristo no serviço dos irmãos. Somos discípulos, mas também missionários e portadores de Cristo, nos lugares onde Ele nos pede para estar presente”, observou, numa celebração que contou com a presença do reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas.

 

4. O Papa Francisco enviou uma mensagem aos membros do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), que estiveram reunidos no Mónaco, onde destaca a importância daquele organismo para a defesa do projeto europeu. Na sua missiva, o Papa realçou o “contributo significativo” que a CCEE tem dado para a valorização da “comunhão” e da “fraternidade” entre os povos do continente, sobretudo entre os “dois pulmões” da Europa, “tanto o oriental como o ocidental”. Depois, sublinhou a relevância do CCEE para a defesa da raiz cristã da Europa, a fim de que esta não caia “na mundanidade”.

Francisco dirigiu-se também ao agora ex-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, cardeal Peter Erdo, agradecendo o seu “generoso empenho” à frente deste organismo, nos últimos 10 anos. O CCEE, que teve no Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, o representante da Conferência Episcopal Portuguesa nesta assembleia geral no Principado do Mónaco, é agora liderado pelo cardeal Angelo Bagnasco, Arcebispo de Génova e presidente da Conferência Episcopal Italiana.

 

5. O Papa Francisco decidiu dedicar o tema do próximo Sínodo dos Bispos, em 2018, aos jovens, à fé e ao discernimento vocacional. A decisão foi anunciada dia 6 de outubro, pela Sala de Imprensa da Santa Sé, e indica que Francisco chegou a este tema depois de consultar as diferentes Conferências Episcopais, bem como as Igrejas Católicas de Rito Oriental e a União dos Superiores Gerais das Ordens Religiosas.

Segundo a nota emitida pelo Vaticano, também foram consultados os bispos que participaram no mais recente Sínodo sobre a Família. Este tema surge “em continuidade com o que saiu da recente assembleia sinodal sobre a família e com o conteúdo da exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’”, refere o comunicado.

Os sínodos ordinários dos bispos realizam-se de três em três anos. Pontualmente, o Papa pode convocar também um sínodo extraordinário, como fez em 2015, com o segundo sínodo dedicado à família.

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