A memória é, obviamente, qualquer coisa de essencial na nossa vida humana. Como indivíduos e como sociedade. Devemos, por isso, fazer memória daqueles que, tendo partido antes de nós, marcaram a nossa vida. E uma sociedade (em particular um país) não pode perder a recordação dos seus grandes – dos que, de uma forma ou de outra, contribuíram decisivamente para a sua identidade: aqueles a quem chamamos “heróis nacionais”. E o mesmo se diga de todos os vários agrupamentos humanos, maiores ou menores.
Mas tudo isso, que é muito justificado, é bem diferente do que sucede na celebração das Missas pelos defuntos. Muitas vezes escutamos (habitualmente a jornalistas – o que significa que vai passando para a linguagem comum) que teve lugar uma “Missa de homenagem” por aquela pessoa que faleceu.
Ora, as Missas são em homenagem a Deus e só a Ele — aliás, é isso mesmo que quer dizer a palavra “Eucaristia”: com Cristo, no Espírito Santo, damos graças ao Pai pela obra de salvação que realizou na história e que continua a realizar em nós e connosco, fazendo-nos passar da morte para a vida. Do mesmo modo, damos graças a Deus pelo exemplo dos Santos (aqueles que já participam da visão divina) e pela intercessão com que nos ajudam ao longo da nossa vida.
Quando nós, cristãos, celebramos a Missa por alma de alguém que faleceu, pedimos a Deus que perdoe os pecados daquele a quem recordamos, ao mesmo tempo que afirmamos a nossa fé na ressurreição, na vitória final de Cristo, e na nossa condição de peregrinos a caminho para Deus – condição nossa e daqueles que partiram antes de nós. Ainda que não os vejamos, lembramo-los junto do altar do Senhor, de modo que, também eles, possam uma vez mais receber os frutos da morte e da ressurreição de Jesus Cristo. E nós, que ainda vivemos sobre a terra, animamo-nos uns aos outros na firme certeza de que aqueles que morreram em Cristo também com Ele ressuscitarão, como afirma o Apóstolo S. Paulo.
“Só te peço – dizia S. Mónica para o filho, S. Agostinho, pouco antes de morrer – que te lembres de mim junto do altar do Senhor”. Oferecer por alguém que já partiu os frutos da morte e da ressurreição de Jesus é, aliás, o melhor que lhe podemos oferecer.
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