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Papa: “Humildade cristã é a virtude dos pequenos”
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O Papa Francisco convidou à humildade. Na semana em que reuniu com a Academia Pontifícia para as Ciências, o Papa pediu sobriedade na preparação para o Natal e lamentou a morte de Fidel Castro. O Vaticano divulgou os temas das próximas Jornadas Mundiais da Juventude.

 

1. O Papa lembrou que a humildade cristã é a virtude dos pequenos. Na Missa em Santa Marta, na manhã do passado dia 29 de novembro, Francisco sublinhou que Cristo revela o Mistério da Salvação aos pequenos e não aos doutores, apontando os protagonistas do Natal: “Um menino, um estábulo, uma mãe e um pai… As coisas pequenas”. O Papa realçou ainda que os pequenos têm “temor de Deus”. Não o temor feito de medo: “Mas dar vida ao mandamento que Deus deu as nosso pai Abraão: caminha na minha presença e que sejas irrepreensível. Humilde. Esta é a humildade. O temor do Senhor é humildade. Viver a humildade, a humildade cristã é ter este temor do Senhor. A humildade é a virtude dos pequenos, a verdadeira humildade, não a humildade um pouco de teatro: não, essa não”, salientou Francisco.

No final da sua homilia, o Papa, pensando no Natal, referiu que também é “humilde, muito humilde”, aquela jovem para a qual Deus “olha” para “enviar o Seu Filho”, e que logo vai ver a prima Isabel e não diz nada sobre “aquilo que tinha acontecido”. A humildade é assim” – acrescentou Francisco – ”caminhar na presença do Senhor”, felizes e alegres porque “vigiados por Ele”.

 

2. Perante os membros da Academia Pontifícia para as Ciências, o Papa salientou que as pessoas não são “guardas de um museu” que têm de “limpar o pó às obras que lá estão”, mas sim “conservadoras do ser e da biodiversidade do planeta”. Francisco reuniu, no dia 28 de novembro, com a academia numa sessão plenária, no Vaticano, e voltou a apelar a uma “conversão ecológica”, que apoie "o desenvolvimento sustentável e torne inseparável a relação entre a responsabilidade de cada um e a salvaguarda dos recursos da criação”, definindo essa responsabilidade como “a busca da justiça social e o combate de um sistema iníquo que produz miséria, desigualdade e exclusão”. “Não somos guardas de um museu em que, todas as manhãs, temos de limpar o pó às obras-primas que lá estão. Somos, sim, conservadores do desenvolvimento do ser e da biodiversidade do planeta”. A sessão plenária da Academia Pontifícia para as Ciências, que teve como tema ‘Ciência e Sustentabilidade. Impacto dos conhecimentos científicos e da tecnologia na sociedade humana e seu ambiente’, juntou cientistas de renome mundial, crentes e não crentes, entre os quais o físico britânico Stephen Hawking.

Ainda na segunda-feira, dia 28, o Papa recebeu em audiência o Primeiro-Ministro da Irlanda, Enda Kenny, tendo sido noticiado que Francisco planeia visitar a República da Irlanda, em 2018, e poderá também, na mesma ocasião, tornar-se o primeiro Papa a visitar a Irlanda do Norte. O comunicado oficial da Santa Sé não o diz explicitamente, mas Kenny confirmou em declarações aos jornalistas que o Papa lhe tinha manifestado o desejo de visitar a ilha em 2018. João Paulo II foi o último Papa a visitar a Irlanda, em 1979. Na altura ainda se falou da possibilidade de uma visita a Belfast, mas esta foi descartada dado o nível de tensão e violência na região. A visita de Francisco em 2018 coincidirá com a realização de um encontro internacional de famílias católicas, em Dublin.

 

3. No início do tempo de Advento, o Papa pediu sobriedade na preparação para o Natal. Francisco lembrou que os quatro Domingos do Advento são um “convite à sobriedade, a não ser dominados pelas coisas deste mundo, pelas realidades materiais”. “Neste tempo do Advento, somos chamados a alargar o horizonte do nosso coração, a deixar-nos surpreender pela vida que se apresenta cada dia com a sua novidade. Para fazer isso, é preciso aprender a não depender das nossas seguranças, nem dos nossos esquemas consolidados, porque o Senhor vem na hora em que menos imaginamos. Vem para nos introduzir numa dimensão mais bela e maior”, salientou Francisco, durante a oração do Angelus, no passado Domingo, 27 de novembro, perante os peregrinos na Praça de São Pedro.

O Papa evocou ainda as populações da Costa Rica e Nicarágua, atingidas por um furacão e por um forte sismo, e recordou as regiões do norte da Itália que estão a ser afetadas pelas cheias.

 

4. O Papa Francisco lamentou a morte de Fidel Castro, num telegrama enviado a Raul Castro, presidente cubano e irmão do antigo líder. “Ao receber a triste notícia do falecimento do seu querido irmão, o excelentíssimo senhor Fidel Alejandro Castro Ruz, ex-presidente do Conselho de Estado e do governo da República de Cuba, expresso os meus sentimentos de pesar a vossa excelência e aos familiares do falecido dignitário, assim como ao governo e ao povo da sua amada nação”, refere a mensagem de condolências, divulgada pelo Vaticano. “Ao mesmo tempo ofereço orações ao Senhor pelo seu descanso e confio a todo o povo cubano a intercessão materna de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, Patrona do seu país”, acrescenta o texto.

O antigo líder cubano, que durante 47 anos governou o país, faleceu esta sexta-feira, dia 25 de novembro, aos 90 anos. Fidel Castro encontrou-se com o Papa Francisco em 2015, com o Papa Emérito Bento XVI em 2012 e em 1998 com São João Paulo II.

 

5. A próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), celebrada em 2017 a nível diocesano, tem como tema ‘O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas’, partindo de uma frase do diálogo entre o Anjo e Nossa Senhora, relatada pelo Evangelho segundo São Lucas (Lc 1, 49). No ano seguinte, o tema escolhido pelo Papa é ‘Não temas, Maria, porque encontrastes graça diante de Deus’, da mesma passagem do Evangelho (Lc 1, 30). A 34ª JMJ, em 2019, terá carácter internacional, vai decorrer no Panamá e ter como tema ‘Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1, 38).

“Os três temas anunciados dão ao itinerário espiritual das próximas JMJ uma forte conotação mariana, sublinhando ao mesmo tempo uma imagem de juventude em caminho entre o passado (2017), o presente (2018) e o futuro (2019), animada pelas três virtudes teologais: fé, caridade e esperança”, explica o Vaticano em comunicado.

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