Sínodo 2016 |
30 de novembro a 4 de dezembro, no Turcifal
Diário do Sínodo Diocesano de Lisboa
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Dia #1

O primeiro dia do Sínodo Diocesano de Lisboa, a 30 de novembro, ficou marcado pela profissão de fé de cada um dos 137 membros da Assembleia Sinodal. Após o acolhimento e o jantar, teve lugar a invocação do Espírito Santo, num momento que decorreu na capela do Centro Diocesano de Espiritualidade, no Turcifal. “É o Espírito Santo que nos conduz ao longo destes trabalhos sinodais”, sublinha o secretário do Sínodo Diocesano, padre Rui Pedro Carvalho.

Ainda na capela, seguiu-se a profissão de fé, em que cada um dos membros se comprometeu e assumiu o seu compromisso com o Sínodo Diocesano. O papel lido pelos membros sinodais foi depois colocado sobre o altar. A noite do primeiro dia terminou com as palavras de abertura dos trabalhos por parte do Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. “O senhor Patriarca dirigiu-nos uma palavra, onde nós tomámos também consciência deste momento tão belo da vida da Igreja diocesana, uma vez que este é o primeiro Sínodo do Patriarcado de Lisboa – o anterior tinha sido em 1640, antes da qualificação Patriarcal da diocese. Daí também darmo-nos consciência de que estamos a fazer história e este é um momento que é o culminar de tantos trabalhos, tantos grupos e perceber que toda a Diocese de Lisboa está a rezar por nós. Não estamos só nós, aqui, na Assembleia Sinodal, estamos muitos reunidos em volta deste Sínodo e do caminho que vamos viver a partir daqui”, refere este sacerdote.

O Sínodo Diocesano de Lisboa reuniu 137 membros (82 clérigos: bispos, padres e diáconos permanentes; 15 religiosos; 40 fiéis leigos) que foram convocados pelo Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente, em representação de todos os fiéis da Diocese de Lisboa, cujos contributos estão expressos no Documento de Trabalho.

 

Dia #2

Na quinta-feira, 1 de dezembro, o segundo dia do Sínodo Diocesano de Lisboa iniciou com a oração de Laudes e Eucaristia, presididas pelo Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente. A homilia da celebração foi proferida por D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa.

No auditório do Centro Diocesano de Espiritualidade, no Turcifal, este dia de trabalhos ficou marcado pelas intervenções livres, em que todos os participantes da Assembleia Sinodal que o desejassem puderam pronunciar-se livremente sobre o Documento de Trabalho e a caminhada sinodal. “Foram levantadas questões sobre qual o rumo que a diocese poderá seguir numa caminhada pós-sinodal. Foi um momento verdadeiramente rico, de comunhão, em que experimentámos também a alegria de estarmos todos juntos a partilhar”, salienta o secretário do Sínodo Diocesano, padre Rui Pedro Carvalho, revelando que “durante todo o dia foram feitas cerca de 60 intervenções, o que representa quase metade dos membros da Assembleia Sinodal”. Este sacerdote frisa o momento de comunhão vivido por todos os membros da Assembleia Sinodal. “Nas intervenções denotou-se, em primeiro lugar, um entusiasmo geral e um grande agradecimento aos redatores do Documento de Trabalho – todos realçaram que é um documento que sintetiza bem as respostas que foram chegando dos vários grupos sinodais. Os membros que intervieram foram salientando um ou outro ponto que acharam mais importante, tendo-se falado bastante na questão do papel e iniciativa dos leigos e da sua presença fundamental no mundo do trabalho. Sublinhou-se também iniciativas que surgem da espontaneidade laical, tal como a Missão País ou os Campos de Férias Católicos”, revela o padre Rui Pedro.

O acolhimento foi também uma preocupação manifestada por alguns membros sinodais. “A questão do acolhimento apareceu bastante nas intervenções, em especial no sentido de aproveitarmos as oportunidades que temos quando as pessoas nos procuram, quer em casamentos, quer nos batismos, quer nos funerais. Sublinho ainda esta questão do acompanhamento que nós, pastores, somos chamados a fazer dos leigos e das famílias. Acima de tudo, creio que fica uma frase síntese do dia de hoje, proferida por um dos membros: ‘Não é a Igreja de Cristo que tem uma missão, mas a missão de Cristo que tem uma Igreja’. É uma frase para nos deixarmos levar por ela, para percebermos os caminhos que surgem a partir daqui”, salienta o secretário do Sínodo Diocesano.

Em várias intervenções foi expresso o desejo de que a Assembleia Sinodal trace duas ou três ideias chave que possam depois ser concretizadas na ação pastoral da diocese. “Umas das tónicas que foi muito sublinhada neste dia de intervenções livres é que o Sínodo não fique apenas por uma Constituição Sinodal, mas que desta constituição possam sair duas ou três opções de evangelização e linhas de ação pastoral que possam marcar a vida da Igreja nos próximos tempos”, revela o padre Rui Pedro Carvalho.

No final da tarde, após as intervenções livres, os 137 membros iniciaram os trabalhos de grupo para avaliarem cada um dos três capítulos do Documento de Trabalho. Esta é uma dinâmica que se vai manter durante todo o dia desta sexta-feira, 2 de dezembro, com os grupos a fazerem propostas de alteração ao Documento de Trabalho, que serão depois avaliadas pelo Secretariado do Sínodo Diocesano. “Os membros da Assembleia Sinodal ficaram divididos em 12 grupos – em que cada grupo tem o nome de um apóstolo [Pedro, André, Tiago Maior, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago Menor, Simão, Judas Tadeu e Matias] –, cada um constituído por cerca de 11 a 12 elementos. Com base naquilo que escutaram nas intervenções livres, o trabalho de grupo foi um tempo para aprofundar algumas temáticas que vêm escritas no Documento de Trabalho em ordem àquilo que iria ser o documento final. Foi um tempo de trabalho, de discussão, de alterações e de propostas de caminho a seguir”, explica o secretário do Sínodo Diocesano.

A Assembleia Sinodal tem sido marcada também por vários momentos de oração. “É preciso parar para rezar, estar em comunhão com Deus, perceber qual a Sua vontade, e portanto iniciamos sempre o dia com Laudes e Missa, à tarde temos oração de Vésperas e à noite há também uma proposta de oração. Esta quinta-feira tivemos Adoração ao Santíssimo Sacramento e no sábado oração do Terço”, refere o padre Rui Pedro, realçando que as orações no Sínodo Diocesano são as mesmas que foram propostas às comunidades cristãs: “De alguma maneira, unimo-nos também com todas as paróquias e comunidades que ao longo destes dias rezaram por nós”.

 

Dia #3

No terceiro dia da Assembleia Sinodal, a 2 de dezembro, sexta-feira, os membros continuaram os trabalhos de grupo, tendo como base a análise aos três capítulos da segunda versão do Documento de Trabalho. Após a oração de Laudes e Missa, com a homilia a ser proferida por D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, os 137 membros sinodais, divididos por 12 salas, reuniram-se e apresentaram várias propostas de alteração ao documento. “O ambiente foi muito bom, existiu muito entusiasmo dos membros sinodais e os trabalhos de grupo foram muito participativos”, refere o secretário do Sínodo Diocesano, padre Rui Pedro Carvalho.

Os grupos de trabalho são constituídos por 11 ou 12 membros, entre clérigos e leigos. “Foram espaços de partilha, diálogo e aprofundamento de algumas temáticas. Os grupos apresentaram propostas de alteração, acrescentos ao texto, mas sempre tendo em vista o enriquecimento daquele que será o documento final do Sínodo Diocesano”, acrescenta o padre Rui Pedro. As propostas foram sendo enviadas para o Secretariado do Sínodo, onde “um grupo de 4 redatores analisou e trabalhou os contributos dos 12 grupos e foram construindo a redação final que ia ser submetida, no sábado, a uma nova leitura e votação sobre cada ponto”, explica o secretário do Sínodo Diocesano.

A segunda versão do Documento de Trabalho tinha sido entregue aos membros da Assembleia Sinodal na Missa de abertura do Sínodo Diocesano, no Domingo I do Advento, a 27 de novembro, na Sé de Lisboa, e está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo ‘«[Uma] mudança de época» (EG 52): escutar o mundo e

olhar a Igreja’, o documento convida “a fazer um olhar de fé e esperança para a sociedade onde se insere a Igreja de Lisboa”. “Ainda neste capítulo, o texto conduz-nos para um olhar para a Igreja em vista à sua conversão pastoral e missionária”, considera o padre Rui Pedro.

Sobre o segundo capítulo, «Discernir […] com critérios evangélicos sobre a própria existência e experiência» (EG 77): critérios para a ação eclesial’, o secretário do Sínodo Diocesano explica que “aqui se encontram, numa primeira parte, princípios fundamentais para a ação eclesial e, numa segunda parte, oito critérios de discernimento e ação, tais como o critério familiar, o da unidade e o da autenticidade”.

O terceiro e último capítulo do segunda versão do Documento de Trabalho, ‘«Não deixar tudo na mesma» (EG 25): para uma conversão pastoral e missionária’, desafia à procura de uma mudança “em várias dimensões da vida em Igreja: dimensão sacerdotal, profética, real e comunitária”, analisa o secretário do Sínodo Diocesano, sublinhando a importância do último ponto deste capítulo que “já aponta algumas opções concretas de evangelização, que nos poderão guiar nos próximos tempos”.

 

Dia #4

O dia de sábado, 3 de dezembro, o quarto da Assembleia Sinodal, foi dedicado à reflexão e oração. Tal como nos dias anteriores, o dia começou com Laudes Eucaristia – tendo estado a homilia a cargo de D. José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa. A manhã foi de recoleção, na capela do Centro Diocesano de Espiritualidade Imaculado Coração de Maria, no Turcifal, com “uma belíssima reflexão dos Atos dos Apóstolos”, segundo o Cardeal-Patriarca, do cónego Luís Alberto Carvalho, pároco de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa.

Após o almoço, foi entregue a cada um dos 137 membros do Sínodo Diocesano de Lisboa a terceira redação do Documento de Trabalho, ou seja, o Documento Final que iria a votação. A tarde foi, por isso, de análise individual desta terceira redação, a que se seguiu a votação individual, de cada um dos 70 pontos do Documento Final. Esta análise compreendia que cada membro se pronunciasse sobre cada ponto, colocando numa folha para o efeito a sua votação: ‘Aprovo’, ‘Rejeito’, ‘Aprovo com reserva’. A votação era anónima, sendo que cada membro poderia fazer um apontamento escrito sobre cada um dos 70 pontos.

O Plenário para a entrega da votação foi feito na capela, ao final da tarde. Em frente ao altar, estava colocada uma urna para receber os votos de cada um dos membros sinodais. A noite deste quarto dia de Sínodo Diocesano foi dedicada à oração mariana.

 

Dia #5

O último dia de Assembleia Sinodal, no passado Domingo, 4 de dezembro, iniciou-se com a oração de Laudes, presidida pelo Bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda, a que se seguiu o Plenário de apresentação dos resultados das votações. “Todos os pontos do Documento Final foram aprovados com maioria absoluta”, revelou o secretário do Sínodo Diocesano, padre Rui Pedro Carvalho, no auditório do Centro Diocesano de Espiritualidade, no Turcifal, perante a satisfação dos 137 membros sinodais.

No Plenário das intervenções livres, que se seguiu, foi salientado, por vários membros, a experiência de diálogo e espírito de comunhão daqueles dias de Assembleia Sinodal, bem como o desejo de continuar a haver caminhos de sinodalidade – o mesmo é dizer, caminho conjunto – na diocese. Foi também sublinhada a vontade de que o próximo Sínodo Diocesano não demore 376 anos a realizar-se, uma vez que o último Sínodo em Lisboa tinha acontecido em 1640. Na derradeira intervenção, o Cardeal-Patriarca manifestou-se “profundamente agradecido” a todos os membros sinodais. D. Manuel Clemente lembrou que a Assembleia Sinodal “incidiu não na renovação das estruturas, mas sobre a missão”, desejando ainda que seja “algo que galvanize a diocese”. O Cardeal-Patriarca salientou também o “ambiente orante do Sínodo”.

A Eucaristia conclusiva da Assembleia Sinodal antecedeu o almoço com que terminou o Sínodo Diocesano de Lisboa 2016, onde o Cardeal-Patriarca agradeceu de forma especial às funcionárias do Centro Diocesano de Espiritualidade que durante os cinco dias prepararam os quartos e as várias refeições, bem como ao casal encarregado da casa, Clara Silva e José Manuel.

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