Domingo |
À procura da Palavra
Emanuel: o sinal de Deus
<<
1/
>>
Imagem

DOMINGO IV DO ADVENTO Ano A
“Ela dará à luz um Filho
e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus.”
Mt 1, 21

Os anúncios de “Vilas e Cidades – Natal” sucedem-se em enormes placards nas bermas de autoestradas, rivalizando em cor e programas aliciantes. Parece que entramos dentro de uma competição que irá premiar a melhor “terra Natal”! De presépios ao vivo a feiras do Pai Natal, todos os sinais convocam a visitas e compras, e transformam Dezembro no “mês Natal”. E este tempo de luzes relembra-nos a importância dos sinais: daqueles que pedimos a Deus e dos outros que nós mesmos acendemos.

 

É verdade que o Natal, para tantos, vai perdendo a referência a Jesus. As luzes da cidade multicultural e inter-religiosa têm pudor em representar os símbolos cristãos e escondem-se os presépios para não ofender ninguém. O exagero do consumo e dos excessos apelam a uma abundância que se transforma em vazio. Mas o sinal apontado por Isaías e Mateus está na base do encontro e da comunhão das pessoas, é a razão desta festa: aquele que a Virgem deu à luz tem o nome de “Emanuel”, “Deus connosco”. E Deus está habituado a não recebido, sem que isso O impeça de continuar a vir, sem deixar de enamorar-se por nós, e de tomar este rosto de bebé que nos estende os braços. Ele é o Deus connosco, e também o Deus por nós, o Deus para nós, o Deus em nós! 

 

Maria deu à luz Jesus, mas quem lhe deu o nome, como tinha sido dito pelo Anjo, foi José. O querido e tão esquecido José, que o Papa S. João XXIII tinha incluído no cânone romano e, em 2013, o Papa Francisco mandou alargar a referência às outras orações eucarísticas. Os evangelhos não nos transmitiram palavras dele, apenas nos falam de sonhos que, não sem dificuldades, acolheu e seguiu. É o “homem justo”, representante de tantos cristãos simples e anónimos, que vivem o Evangelho e seguem Jesus, ganhando a vida com muito trabalho, em serviços discretos e tão essenciais, ajudando muitos a crescer em estatura e graça. Mais do que as ideias sobre Deus fortalecem-se no amor que acreditam e vivem. Pois o nome de Jesus, que quer dizer “o Senhor salva”, em S. José e em todos os que são como ele, é um sinal vivo e brilhante que espalha salvação ao seu redor.  

 

Com alegria e assombro viveram Maria e José o nascimento de Jesus. E porque todos nós, de um modo misterioso, também nascemos naquele Belém que irá culminar na cruz, podemos assombrar-nos com a nova humanidade que Jesus nos ofereceu. Em Belém houve um crescimento da humanidade, como escreveu Teilhard de Chardin: “Quando Cristo apareceu nos braços de sua mãe, acabava de revolucionar o mundo.” E se em nós se realiza o mistério do Natal, o que somos e fazemos pode ser sinal de salvação para outros. Os votos que trocamos, os presentes que damos, a comunhão e a festa que preparamos, o acolhimento e o perdão que arriscamos, a vida que levamos a quem mais precisa, serão sinais bem mais luminosos do que os que decoram ruas e fachadas. Por entre silêncios e cânticos maravilhemo-nos uma vez mais com Deus, que deseja que sejamos “com Ele”!

 

P. Vítor Gonçalves
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES