Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
No centro da vida
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O Menino, Maria e José. Mesmo sendo Filho de Deus – como clara e explicitamente afirmam os evangelhos, num misto de verificação dos acontecimentos e de profissão de fé –, Jesus quis nascer de uma família. Um família pobre e sem condições, que hoje estaria “sinalizada” por um qualquer departamento de segurança social (“não lembra a ninguém” fazer uma viagem daquelas, de tantos quilómetros, com uma grávida prestes a dar à luz, sem lugar em casa de familiares e sem dinheiro para pagar um alojamento, abrigados num estábulo sem o mínimo de condições sanitárias…).

Mas foi nessa família que o Evangelho brilhou pela primeira vez; foi desse presépio que a alegria se estendeu a todo o povo e, por fim, ao mundo inteiro.

Já antes existiam famílias – a família, composta de homem, mulher e respectivos filhos, é tão antiga como o próprio ser humano. Faz parte da definição de ser humano: não basta a cada um pensar, sentir, tomar consciência, progredir, ser mais: precisamos também de uma família. É aí que encontramos a raiz do nosso ser e conviver. Contudo, daquela família do Presépio brota uma luz única, toda especial: a luz do Deus connosco, que tudo ilumina, que dá a razão última e definitiva à própria vida familiar, e que vai crescendo até chegar ao clarão pascal que destrói as trevas do mundo e que ainda hoje nos ilumina.

O Menino, Maria e José. Ali, na gruta de Belém, transformada de repente em centro da história (quem diria que o ano “0” havia de começar numa gruta e numa família?) não encontramos apenas o Evangelho da família mas, simplesmente, o Evangelho – aquela “boa notícia”, a surpresa nunca antes imaginada, mas que, de tão central, faz acordar e caminhar pastores, reis, magos, anjos habitantes da cidade (os nossos presépios acrescentam-lhe o todo da vida quotidiana que desperta e se encaminha para a gruta de Belém).

Já antes se vivia – mas vivia-se em contagem decrescente, à espera desse momento único, que dá sentido a todo o viver. É dali, daquele momento familiar vivido na gruta de Belém, que tudo surge, que brota o anúncio certo de que existe um Salvador para todo e qualquer ser humano, onde quer que viva e como quer que viva; o anúncio da vontade que Deus tem de a todos salvar.

Não: o olhar para trás nem sempre significa estar agarrado ao que é antigo. Ali, na gruta de Belém e naquela família que por ali passou umas noites, surgiu a novidade, a única novidade que importa saber e viver, sempre e em toda a parte. A contagem do tempo ensina-nos que a história, a vida humana no tempo, tem um centro. E esse centro é um Menino, Maria e José, a Sua Família.

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