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Papa convida crianças a partilhar a alegria do Natal com os avós
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O Papa Francisco fez um convite especial às crianças. Na semana em que desafiou a viver o “verdadeiro Natal” com a ajuda do presépio, o Papa completou 80 anos e tomou o pequeno-almoço com sem-abrigo, encontrou-se com crianças, médicos, enfermeiros e outros profissionais de um hospital pediátrico e destacou a “dignidade inalienável” de todas as pessoas.

 

1. O Papa convidou as crianças a partilharem a alegria do Natal com todos, “de forma especial com os avós”. Francisco falava a uma delegação dos mais jovens membros da Ação Católica Italiana, no Vaticano. “Pensem bem nisto: esta alegria deve ser partilhada com todos, mas de modo especial com os avós. Conversem muito com os vossos avós, também eles têm esta alegria contagiosa”, lembrou, pedindo aos mais jovens que saibam ouvir os idosos, que têm a “memória da história, a experiência da vida”. “Eles também precisam de vos ouvir, de entender as vossas aspirações e esperanças. Portanto, eis o trabalho de casa: conversar com os avós, ouvir os avós”, desafiou.

O encontro do dia 19 de dezembro, que reuniu cerca de setenta adolescentes, acontece anualmente nas proximidades da celebração do Natal. “O nascimento de Jesus é anunciado como uma ‘grande alegria’, causada pela descoberta de que Deus nos ama e através do nascimento de Jesus se aproximou de nós para nos salvar. Somos amados por Deus. Que coisa maravilhosa”, exclamou o Papa, saudando o “compromisso pela paz” destes membros da Ação Católica Italiana, evocando em especial uma iniciativa a favor dos jovens de um bairro de Nápoles.

 

2. O Papa Francisco convidou à preparação do “verdadeiro Natal” com a ajuda do presépio, apresentando em particular as figuras de São José e da Virgem Maria. “Procuremos entrar no verdadeiro Natal, o de Jesus, que está próximo, é Deus connosco, próximo de nós, para receber a graça desta festa, que é uma graça de amor, de humildade e de ternura. Nisto ajuda-nos muito o presépio”, frisou, antes da recitação da oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no passado Domingo, 18 de dezembro, perante milhares de peregrinos.

Francisco recordou que no próximo Domingo já será Natal, pedindo que nesta semana todos procurem “encontrar um momento para parar, fazer um pouco de silêncio”. “Imaginemos Nossa Senhora e São José, que estão a caminho de Belém, imaginemos como vão: o caminho, o cansaço, mas também a alegria, a emoção, depois a ânsia de encontrar um lugar, a preocupação, e por aí fora”, referiu. O Papa apresentou ainda Maria como modelo de quem permitiu a Deus “mudar o destino da humanidade” ao “acolher Jesus”. “Também nós podemos cooperar no seu desígnio de salvação para nós mesmos e o mundo”, prosseguiu. Maria e José, que “deixaram que Deus se aproximasse deles”, foram definidos por Francisco como “os primeiros que acolheram Jesus através da fé”, uma dimensão fundamental para entender “o mistério do Natal”.

 

3. No dia em que comemorou 80 anos, a 17 de dezembro, o Papa Francisco convidou oito sem-abrigo para tomar o pequeno-almoço consigo. Sentou-se com eles, conversou com cada um e, no final da refeição, ofereceu a este pequeno grupo uns doces típicos argentinos. Antes, os oito sem-abrigo de várias nacionalidades ofereceram ao Papa três ramos de girassóis. Duas mulheres e seis homens que dormem nas ruas à volta do Vaticano, e usam os duches que Francisco mandou instalar junto à Colunata da Praça de São Pedro, foram à Casa Santa Marta dar-lhe os parabéns e oferecer os coloridos girassóis. Para assinalar o seu 80º aniversário, Francisco decidiu também enviar um bolo de aniversário para todas as cantinas que, em Roma, servem refeições aos sem-abrigo e mandou distribuir aos que usam os dormitórios da cidade um envelope com um cartão de Natal e um pequeno presente.

Durante a manhã deste dia de sábado, o Papa celebrou Missa na Capela Paulina do Palácio Apostólico do Vaticano e, durante a homilia, sublinhou a importância de conservar a “graça da memória”, mesmo dos momentos mais difíceis, com confiança na presença de Deus. No fim da celebração, Francisco agradeceu a presença dos cardeais e confessou que, nos últimos dias, tem pensado na “velhice”, desejando que, também para si, seja “sede de sabedoria” e de “esperança”. “Rezai para que a minha [velhice] seja assim, tranquila, religiosa e fecunda. Também alegre. Obrigado”, concluiu.

 

4. O Papa recebeu, no Vaticano, 150 crianças, médicos, enfermeiros e outros profissionais do hospital pediátrico Menino Jesus, em Roma, e alertou que, num mundo marcado por tantos negócios com a saúde, o hospital deve saber dizer não. “Pecadores, sim, somos todos. Corruptos nunca”, frisou. “É só ter medo de uma coisa: da corrupção. Olhem para as crianças e pensem: posso fazer negócios corruptos com estas crianças? Não!”, exortou Francisco. “O cancro mais forte de hospitais como estes é a corrupção. E a corrupção não chega de um dia para o outro… desliza lentamente”, avisou o Papa.

Perante cerca de sete mil pessoas, Francisco saudou os doentes, profissionais, voluntários e estudantes do hospital pediátrico, tendo deixado um elogio particular ao papel das enfermeiras, que acompanham e “compreendem” o sofrimento, considerando que são “as que percebem melhor o percurso da doença”. O Papa respondeu ainda a uma questão que lhe foi colocada sobre o sofrimento das crianças, afirmando que não tem uma “resposta” para essa pergunta. “Porque sofrem as crianças? Não há resposta para isso. Apenas olhar para o crucifixo”, declarou. “Quando se sofre, não se fala: chora-se e reza”, precisou.

 

5. Na Mensagem para o Dia do Doente, o Papa destacou a “dignidade inalienável” de todas as pessoas, independentemente da sua condição, doença ou deficiência. “Cada pessoa é, e continua sempre a ser, um ser humano e tem de ser tratada como tal”, escreveu Francisco, no documento publicado pela Santa Sé, no passado dia 15 de dezembro. O Papa salienta depois a “missão fundamental” da Igreja Católica, em “servir os mais pobres, os enfermos, os que sofrem, os excluídos e marginalizados”, e recorda todos quantos vivem o seu quotidiano junto dos doentes, desde as “famílias” aos que, com “diferentes papéis”, zelam pelo bem-estar dos mais debilitados.

O 25º Dia Mundial do Doente tem como tema ‘O Senhor fez por mim maravilhas’ (Lc 1, 49),  do cântico do ‘Magnificat’, proclamado por Nossa Senhora em louvor de Deus, e vai ter lugar no dia 11 de fevereiro de 2017, na comemoração de Nossa Senhora de Lourdes.

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