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Papa insurge-se contra espertalhões em catequese sobre falsos ídolos
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O Papa Francisco lamentou os falsos ídolos, na semana em que discursou ao corpo diplomático e foi apresentado um novo vídeo com as intenções do Papa para este mês. No encerramento do tempo litúrgico do Natal, Francisco batizou 28 crianças e destacou o exemplo dos Magos.

 

1. O Papa Francisco dedicou a catequese de quarta-feira à questão dos falsos ídolos. “Às vezes procuramos um Deus que possa moldar-se às nossas exigências e intervir magicamente para mudar a realidade e torna-la como nós queremos. Um ídolo que, enquanto tal, não pode fazer nada. É impotente e mentiroso. Mas nós gostamos dos ídolos, agradam-nos tanto!”, lembrou, no passado dia 11 de janeiro, na audiência que decorreu na Aula Paulo VI, no Vaticano. Francisco contou um episódio que presenciou enquanto Arcebispo de Buenos Aires, na Argentina. “Uma vez, enquanto ia de uma igreja para outra, uns mil metros, ao caminhar passei por um parque e nesse parque havia pequenas mesas – tantas, tantas – onde estavam sentados os videntes. E havia imensa gente a fazer fila. Dava-se-lhes a mão e eles começavam. Mas o discurso era sempre o mesmo: ‘Há uma mulher na tua vida, uma sombra que aparece, mas tudo vai correr bem…’ Depois pagava-se. É isto que te dá segurança? É a segurança de uma – permitam-me a palavra – estupidez. Ir ao vidente, ou à vidente, que leem as cartas, isto é um ídolo! Isto é um ídolo. E quando nos agarramos muito a eles, compramos falsas esperanças”, insistiu o Papa, contrastando-a com a “esperança da gratuidade que nos trouxe Jesus Cristo gratuitamente, dando a vida por nós. Aquela em que às vezes não confiamos”.

No final da sua intervenção, o Papa fez outra advertência, pedindo aos fiéis que não se deixem enganar por quem tenta vender bilhetes. “Devo dizer-vos uma coisa que preferia não dizer, mas tenho de dizer. Para entrar nas audiências há bilhetes onde está escrito, em seis línguas, que ‘o bilhete é totalmente gratuito’. Para entrar na audiência, quer na Aula Paulo VI, quer na Praça, não se deve pagar. É uma visita gratuita que se faz ao Papa, para falar com o Papa, com o Bispo de Roma. Mas eu soube que há uns espertalhões que vendem os bilhetes. Se alguém te disser que para ir à audiência com o Papa é preciso pagar alguma coisa, está a enganar-te. Fica atento! A entrada é gratuita. Aqui entra-se sem pagar, porque esta é a casa de todos. E se alguém te pede dinheiro para entrares na audiência, comete um crime. É como um delinquente, faz algo que não se deve fazer”, afirmou.

 

2. A segurança e a paz marcaram o discurso do Papa perante o corpo diplomático acreditado no Vaticano, na segunda-feira, 9 de janeiro. Na sua intervenção, Francisco passou em revista as principais dificuldades que o mundo atravessa, desde a guerra na Síria, ao problema dos refugiados, sem esquecer o terrorismo, e apelou a todas as autoridades religiosas para que se mantenham unidas, reiterando que nunca se pode matar em nome de Deus. “Trata-se duma loucura homicida que, na tentativa de afirmar uma vontade de predomínio e poder, abusa do nome de Deus para semear morte. Por isso, faço apelo a todas as autoridades religiosas para que se mantenham unidas em reiterar vigorosamente que nunca se pode matar em nome de Deus. O terrorismo fundamentalista é fruto duma grave miséria espiritual, que muitas vezes aparece associada também com notável pobreza social”, afirmou, sublinhando que é preciso “dar à luz um novo humanismo [à Europa] baseado na capacidade de integrar, dialogar e gerar”.

 

3. “Por todos os cristãos, para que, fiéis ao ensinamento do Senhor, se empenhem com a oração e a caridade fraterna no restabelecimento da plena comunhão eclesial, colaborando para responder aos desafios atuais da humanidade”, é a exortação do Papa Francisco na vídeo-mensagem com a intenção de oração para o mês de janeiro, proposta pelo Apostolado da Oração. “No mundo atual, muitos cristãos de diversas Igrejas trabalham juntos ao serviço da humanidade necessitada, pela defesa da vida humana e da sua dignidade, da criação e contra as injustiças. Este desejo de caminhar juntos, de colaborar no serviço e na solidariedade em favor dos mais vulneráveis e daqueles que sofrem, é motivo de alegria para todos. Une a tua voz à minha para rezar para que todos contribuam com a oração e a caridade fraterna para restabelecer a plena comunhão eclesial ao serviço dos desafios da humanidade”, destacou o Papa.

 

4. O Papa Francisco convidou os pais e padrinhos a dar testemunho da fé. Foi durante a celebração da Festa do Batismo do Senhor, no passado Domingo, 8 de janeiro, durante a qual o Papa batizou 28 crianças (15 meninos e 13 meninas) e improvisou a homilia, brincando com o choro dos bebés que se ouvia na Capela Sistina: “Começou o concerto. É que as crianças estão num sítio que não conhecem. Jesus também fez o mesmo. Eu gosto de pensar que, no estábulo, a sua primeira pregação foi chorar”, salientou. Dirigindo-se depois aos pais e padrinhos, pediu: “Agora não se esqueçam: pediram a fé, a vossa tarefa é mantê-la, fazê-la crescer e que seja testemunho para todos nós”. Tal como em anos anteriores, Francisco deixou uma palavra especial para as mães, deixando-as à vontade para amamentar os filhos, “sem medo, com toda a normalidade”, caso fosse necessário. É que a cerimónia é “algo longa”, lembrou o Papa.

Ainda neste dia, depois da oração do Angelus, o Papa Francisco lamentou as vítimas mortais provocadas pela onda de frio. “Nestes dias de tanto frio, penso e convido-vos a pensar em todas as pessoas que vivem na rua, atingidas pelo frio e tantas vezes pela indiferença. Infelizmente, alguns não resistiram. Rezemos por eles e peçamos ao Senhor que nos aqueça o coração para os podermos ajudar”, convidou. Na véspera, a Santa Sé tinha anunciado que os dormitórios geridos pelo Vaticano, em Roma, iriam estar abertos 24 horas por dia, para oferecer um espaço aquecido e alimentação.

 

5. O Papa Francisco presidiu à Missa do Dia de Reis, no dia 6 de janeiro, no Vaticano, lembrando que o exemplo dos três Magos deve levar os cristãos a rejeitar os “pequenos ídolos” e a procurar Jesus onde menos se espera. “Os Magos tiveram a coragem de caminhar e, prostrando-se diante do pequenino, prostrando-se diante do pobre, prostrando-se diante do indefeso, prostrando-se diante do insólito e desconhecido Menino de Belém, descobriram a Glória de Deus”, frisou o Papa. O cristão que imita os Magos, acrescentou, vai “à periferia, à fronteira, aos lugares não evangelizados”, para poder encontrar-se com “o seu Senhor”.

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