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Roma
“Não podemos ensinar a Deus aquilo que Ele deve fazer”
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O Papa Francisco convidou a “não pôr condições a Deus”. Na semana em que desafiou os média a comunicar de forma positiva, o Papa nomeou o novo prelado do Opus Dei, lembrou as vítimas dos nevões em Itália e apelou a iniciativas para acompanhar os casais recém-casados pela Igreja.

 

1. O Papa convidou a “não pôr condições a Deus” e a “confiar”. Foi na catequese da audiência-geral de quarta-feira, 25 de janeiro. “Confiar n’Ele significa entrar nos seus desígnios sem nada pretender, aceitando inclusivamente que a sua salvação e o seu auxílio nos cheguem de modo diverso das nossas expetativas. Nós pedimos ao Senhor vida, saúde, amizade, felicidade… E é justo que o façamos; mas na certeza que Deus sabe tirar vida até da morte, que se pode sentir paz mesmo na doença, serenidade mesmo na solidão e felicidade mesmo no pranto. Não podemos ensinar a Deus aquilo que Ele deve fazer, nem aquilo de que temos necessidade. Ele sabe isso melhor do que nós; devemos confiar, porque os seus caminhos e os seus pensamentos são diferentes dos nossos. Por isso, confiemo-nos ao Pai do Céu, como fez Jesus na agonia do Getsémani: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice; contudo não se faça a minha vontade, mas a tua»”, referiu o Papa, no encontro semanal, na Aula Paulo VI, no Vaticano.

 

2. As notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas, e para as comunicar da melhor maneira o Papa encoraja os profissionais dos meio de comunicação a fazê-lo de forma positiva. Esta é uma das principais ideias na mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgada esta terça-feira, 24 de janeiro, cujo título é ‘Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo’.

O Papa escreve ser necessário “romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo”, que resultam do hábito de “fixar a atenção nas ‘notícias más’ (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de erros humanos)”. Para Francisco, não se trata de “ignorar o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo”, alheado dos escândalos. Antes pelo contrário, o que o Papa quer é que todos ultrapassem “aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós e nos lança na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal.” E mais, diz Francisco, quando “o drama do sofrimento e o mistério do mal são elevados a espetáculo podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero”.

Como alternativa, Francisco pede que uma “abordagem positiva”, assente em “boas notícias”. “Tudo depende dos ‘óculos’ que decidimos pôr para a ver a realidade: se mudarmos as lentes”, diz o Papa, “também a realidade aparece diversa”. E “para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os do Evangelho”. E como o bem, por regra, não dá nas vistas, a comunicação deve respeitar “o ‘espaço’ de liberdade” de cada um e identificar “a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa”. É que boas notícias no meio do drama da história “são como faróis na escuridão deste mundo, que iluminam a rota e abrem novas sendas de confiança e esperança”.

 

3. O Papa Francisco nomeou, no dia 23 de janeiro, monsenhor Fernando Ocáriz prelado do Opus Dei, confirmando, assim, a eleição realizada pelo terceiro congresso eletivo da prelatura. Nascido em Paris, em 1944, e filho de uma família espanhola exilada em França devido à Guerra Civil, monsenhor Ocáriz era o vigário auxiliar do Opus Dei desde 2014, tendo acompanhado, nos últimos 22 anos, o anterior prelado nas suas visitas pastorais a mais de 70 países. Com a nomeação, tornou-se no terceiro sucessor de São Josemaria, depois do falecimento de D. Javier Echevarría, em dezembro passado.

O vigário regional, padre José Rafael Espírito Santo, revelou ao Gabinete de Informação do Opus Dei em Portugal que “o novo prelado deseja vir a Fátima este ano colocar aos pés de Nossa Senhora as suas intenções”.

 

4. O Papa Francisco recordou, no passado Domingo, 22 de janeiro, as vítimas das intempéries e desastres naturais que se abateram nos últimos dias sobre Itália. Falando depois da oração do Angelus, no Vaticano, Francisco disse estar próximo das famílias dos que morreram e encorajou as igrejas locais a ajudar a cuidar de sobreviventes. “Há dias, o terramoto e os fortes nevões sujeitaram novamente a duras provas tantos dos nossos irmãos e irmãs da Itália central, especialmente de Abruzzo, Marche e Lazio. Estou próximo na oração e no afeto das famílias que perderam entes queridos entre as vítimas. Encorajo os que se empenham com generosidade nas operações de socorro e assistência, bem como as igrejas locais que fazem o máximo para aliviar os sofrimentos e as dificuldades”, referiu o Papa. Recorde-se que uma avalanche fez 23 mortos, havendo ainda seis desaparecidos.

 

5. O Papa discursou perante o tribunal da Rota Romana, no Vaticano, para assinalar a abertura do ano judicial, e pediu a criação de programas para acompanhar os casais recém-casados pela Igreja. No sábado, dia 21 de janeiro, Francisco insistiu na importância de se aproveitar o casamento como ocasião de excelência para aproximar os jovens da fé. “A comunidade cristã que acolhe os noivos é chamada a anunciar o Evangelho cordialmente a essas pessoas, para que a sua experiência de amor se possa tornar um sacramento, sinal eficaz da salvação”, lembrou, prosseguindo: “Uma segunda solução passa por ajudar os recém-casados a continuar a viagem na fé e na Igreja, mesmo após a celebração do casamento. É necessário desenvolver, com coragem e criatividade, um projeto de formação para jovens recém-casados, com iniciativas destinadas a aumentar a consciência do sacramento recebido”.

Ainda neste dia foi publicada uma entrevista do Papa ao jornal espanhol ‘El País’, onde Francisco alerta para “os perigos de, em tempos de crise, se procurar um salvador” que promete devolver a identidade aos povos construindo muros. Sobre Donald Trump, o recém-empossado Presidente dos Estados Unidos, que prometeu construir um muro na fronteira com o México, o Papa Francisco sublinhou que o melhor é “esperar pelo que vai fazer”. Nesta entrevista, o Papa reforçou que a grande preocupação é o drama dos refugiados, referindo um episódio que mais o marcou quando um homem chorou no seu ombro por não ter conseguido salvar uma criança de quatro anos.

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