Juventude |
Sínodo dos Bispos 2018
Papa desafia jovens a agir
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A mais recente carta do Papa Francisco aos jovens foi recebida como um apelo para “não baixar os braços”. Para alguns animadores juvenis do Patriarcado de Lisboa, este documento vai gerar novas “atitudes” e “provocar mudança positiva”.

 

A carta que o Papa Francisco dirigiu aos jovens, no passado mês de janeiro, por ocasião da apresentação do documento preparatório para o Sínodo dos Bispos de 2018, e que vai ter como tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, é encarada como um “desafio a trazer para o quotidiano” e um dever de “não ficar calados, nem de baixar os braços”, garante Margarida Fonseca, à Agência Ecclesia. 

Para esta animadora do grupo de jovens de Queijas, nesta carta, o Papa obriga os “jovens a pensarem que são essenciais na sociedade e na Igreja”. “O tema pode ser dividido em vários pontos, e o Papa obriga-nos a pensar que somos essenciais, na sociedade e na Igreja; os jovens são testemunhos da fé e do amor que temos, depois somos desafiados a agir”, explicou Margarida, de 26 anos.

Perante esta afirmação a animadora do grupo de jovens de Queijas diz mesmo que “agora não devemos ter medo de falar, de expor o nosso pensamento, não podemos baixar os braços e ficar calados”.

Margarida Fonseca destaca ainda o papel da Igreja local, quer do Patriarcado de Lisboa, quer do Serviço da Juventude, em “toda a disponibilidade que têm para ouvir os jovens, para comunicar as suas alegrias e dificuldades”.

 

Provocar mudança

Por seu lado João Fonseca e Inês Almeida são animadores de um grupo de jovens pré-crisma, da Paróquia de Santa Maria de Belém, em Lisboa, e entendem que a proximidade que é trabalhada com os jovens deve chegar ao sínodo dos bispos, em 2018. “Os jovens são a Igreja de amanhã, aqueles que vão construir famílias, criar e movimentar grupos, têm de ser ouvidos e deve ser uma faixa muito ouvida; por exemplo os bispos devem prestar mais atenção à juventude, às suas preocupações e realidades”, disse Inês Almeida à Agência Ecclesia.

Na carta o Papa Francisco desafia os jovens a lutarem por uma sociedade mais justa e fraterna e João Fonseca sente que “se quisermos fazer a diferença é estar no centro da questão e, enquanto católicos, há a constante necessidade de interagir com o mundo e construir um mundo melhor”.

“Um jovem católico não se deve fechar à sociedade, porque a Igreja é para a sociedade e por isso sinto que é importante que os jovens estejam atentos às mudanças económicas e políticas, para passar a ter ideias, tomando atitudes e assim provocar mudança positiva”, acrescentou Inês Almeida.

O casal de animadores disse ainda que os jovens estão preparados para ter voz na Igreja e avançam com uma ordem de trabalhos do sínodo. “Gostava que o sínodo lançasse questões que nos pusessem inquietos, só assim nos pomos a mexer; é necessário uma provocação para nos fazer chegar à frente, pela nossa fé e por Cristo”, terminavam.

 

Leia, na íntegra, a Carta do Papa Francisco aos jovens, por ocasião da apresentação do documento preparatório para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos: goo.gl/lCeTyK

 

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Há uma sede de encontrar a vocação para a vida

A análise de três consagradas à carta que Francisco dirigiu aos jovens, de forma a preparar o Sínodo dos Bispos de 2018, onde também se vai falar do discernimento vocacional.

Elisabete Puga, Cooperadora da Família, sentiu que a carta que Francisco escreveu quer ‘’centrar a ação da Igreja perante os jovens” e, para isso, entende que tem de haver um reforço na pastoral do acolhimento. “Sinto que o Papa colocou essa expetativa nos jovens, para serem transformadores da sociedade; acredita na sua força e não só no desejo mas na capacidade de marcar a diferença e fazer a mudança neste mundo”, disse em declarações à Agência ECCLESIA.

Para a leiga consagrada já há algum caminho a ser feito, apesar da “rigidez ainda presente”. “Há algum receio de olhar para os jovens, que têm muitos ideais e podem não conseguir passar ao real, é um caminho a fazer. Acredito numa Igreja do acolhimento, numa pastoral do acolhimento aos jovens, para terem espaço e crescerem na fé.”

Já para Ida Videira, Irmã Doroteia há sete anos, entende que, com esta carta, Francisco quer dar atenção aos jovens, “escutar o que querem para a Igreja e para o Mundo, como querem construir que a Igreja”. “Eu acredito que a Igreja está preparada para ouvir os jovens: quer dar voz, vez e lugar aos jovens”, frisou.

A consagrada apontou ainda que “há uma sede de encontrar a vocação para a vida num mundo de vazios, e de silêncios”. “Essa sede da descoberta do horizonte de escolhas consciente, maduro, que não se esgote, que não seja precário, há esse desejo porque ninguém quer ser amado pela metade”, destacou.

Por seu lado Paula Jordão, da Fraternidade Missionária Verbum Dei, considerou a “carta muito especial, com uma linguagem acessível a todos, em que se abrem caminhos novos”. “Chegamos aos jovens através de uma vida coerente; vivendo essa alegria chamamos a atenção, não é preciso a Bíblia na mão, mas que a nossa forma de viver possa ser simples, evangélica e amiga; os jovens precisam de uma linguagem próxima e aterrada, no sentido de chegar até eles de forma simples”, explicou. Na sua perspectiva sente que não há receitas para este caminho a ser feito, “com e para os jovens” mas confessa que é “necessário perguntar o que não entendem ou não acreditam, que dúvidas têm, escutá-los, e só depois falar-lhes numa linguagem que entendam”. 

texto por Ecclesia

 

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Jovens rezam o terço com o Cardeal-Patriarca

Os jovens de todas as vigararias da diocese vão participar no ‘Terço Diocesano’, no próximo dia 12 de março, a partir das 16h00, na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa. A iniciativa, preparada pelo movimento juvenil ‘Eu Acredito’, vai contar com a presença do Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.

Mais informações em: www.eu-acredito.pt

texto por Filipe Teixeira e Ecclesia; fotos D.R.
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