Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Obediência
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Uma das virtudes mais caídas em desuso no nosso tempo é a obediência. Somos, aliás, educados para não obedecer. Os heróis que nos são apresentados são aqueles que desobedeceram às ordens dadas – com ou sem razão, pouco importa.

Hoje, o único caso em que parece valer a pena obedecer é aquele em que está em causa a sobrevivência própria: é o que sucede com aquele que obedece às ordens do chefe para poder continuar no emprego, ou do militar que não pode deixar de obedecer a alguém hierarquicamente superior, ou a obediência ao Código da Estrada porque nos sai cara a multa eventualmente aplicada (ou porque uma desobediência nos pode custar a vida).

Olhamos a obediência como algo que nos torna menores, como se a obediência fosse apenas uma coisa de crianças. Hoje todos queremos mandar, todos queremos ser o ponto de referência dos que se encontram ao nosso lado e, se possível, do mundo inteiro. A alguém que defende a nossa opinião, achamos que todos devem obedecer; a alguém que coloca em causa o que pensamos, sentimo-nos livres para desobedecer e convidamos todos a fazer o mesmo.

E aplicamos também o mesmo princípio a Deus. Gostamos que Deus obedeça às nossas vontades. Pouco nos importa escutar aquilo que Ele tem para nos dizer. E menos ainda nos dispomos a realizar o que Ele nos pede.

No entanto, a obediência é o princípio da vida. Não somos nós os criadores de nós mesmos. Somos criaturas. Vivemos porque Deus nos ama e nos mantém na vida. E vivemos na medida em que estamos unidos à Fonte da Vida. Escutar Deus e viver de acordo com a Sua vontade – obedecer – é o único caminho de felicidade. Mais: a obediência é a outra face da moeda que se chama liberdade humana: uma liberdade real mas finita. A obediência, essa escolha livre de realizar aquilo que nos é proposto, mostra apenas que Deus nos criou para a liberdade.

Obedecemos não sem razão. Obedecemos a Deus e àqueles que O tornam presente. A fé conduz à obediência e a obediência reforça e exprime a fé. As duas andam de mãos dadas e tornam-nos cada vez mais humanos e semelhantes ao próprio Deus.

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