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Fundação AIS lança campanha pela Igreja que sofre em África
Combater a indiferença
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Só a Ásia se compara a África como o continente com o maior aumento de vocações sacerdotais. Este é o lado bom desta história. O pior é o resto: a violência, as guerras, a extrema pobreza, a fome e a ameaça do radicalismo islâmico. A Igreja em África precisa desesperadamente da nossa ajuda

 

A Fundação AIS vai promover, ao longo desta Quaresma, uma campanha internacional de apoio à Igreja em África. Seguindo o lema “a sua fé é a nossa esperança”, esta campanha procura, através da solidariedade dos benfeitores e amigos da Ajuda à Igreja que Sofre, dar resposta a inúmeras situações de emergência que existem, hoje em dia, em tantos países do continente africano que acolhe quase 1.112 milhões de habitantes, dos quais cerca de 215 milhões são católicos e cuja média etária ronda apenas os 19 anos. Através desta campanha, a Fundação AIS pretende dar a conhecer, a todo o mundo, o sofrimento por que passam tantos milhares de cristãos vítimas directas do terrorismo islâmico que se tem espalhado, como uma ameaça cada vez mais concreta e assustadora, em alguns países africanos nos últimos anos.

 

Terror jihadista

Nigéria, Camarões, República Centro-Africana, Tanzânia ou Chade, são apenas alguns desses países que enfrentam já este radicalismo fundamentalista. Mas a Fundação AIS, com esta Campanha da Quaresma, procura ainda alertar a comunidade internacional para o facto de que este extremismo está a alastrar para outros países, ameaçando quase todo o continente, situação que começa a pôr em causa a tradicional harmonia e tolerância em que as comunidades cristãs e muçulmanas têm vivido em África. Apesar de o mundo ter estado focado, nos últimos anos, na perseguição aos Cristãos e a outras minorias religiosas em países do Médio Oriente, importa centrar também a atenção no continente africano que tem estado tão assolado por guerras, terrorismo e pobreza extrema, mas que tem oferecido, apesar disso, sinais estimulantes de novas vocações e de uma vitalidade surpreendente da vida comunitária da Igreja.

 

A vitalidade da Igreja

Na verdade, apesar das dificuldades sentidas neste continente, o número de fiéis quadruplicou nos últimos 35 anos, passando de cerca de 55 milhões para os actuais 215 milhões. Segundo as últimas estatísticas da Igreja Católica, África é, a par da Ásia, o continente com o aumento mais significativo de vocações sacerdotais. Mas África é também um continente marcado pelo sofrimento, pela violência extrema, por vezes de origem tribal, e pela fome e pobreza. A Campanha da Quaresma da Fundação AIS procura sensibilizar os Cristãos em todo o mundo para esse sofrimento, tantas vezes indizível, de milhares e milhares de pessoas que vivem neste continente. Os 25 países mais pobres do mundo são africanos, com excepção do Afeganistão. A África subsariana acolhe actualmente 18 milhões – cerca de 26 % – de toda a população mundial de refugiados.

 

A Campanha da AIS

A Campanha da Quaresma da Fundação AIS tem ainda como objectivo primordial dar a conhecer o trabalho de sacerdotes e de religiosas, por vezes em condições absolutamente terríveis, junto das populações mais carenciadas. Além da ajuda material às comunidades cristãs, a Fundação AIS tem desenvolvido projectos que visam apoiar iniciativas de reconciliação e de perdão promovidos pela Igreja local, especialmente em regiões assoladas pela violência tribal e pelo fundamentalismo islâmico. De facto, a presença de sacerdotes e de comunidades religiosas tem-se revelado essencial na promoção da paz e no combate à espiral de violência, medo e morte que estão subjacentes a tantos conflitos. Tanzânia, Quénia, Benim, Senegal, Sudão ou Uganda são alguns dos 45 países africanos em que se desenrolam os mais de 1800 projectos anuais promovidos directamente pela Fundação AIS. Muitos destes projectos são essenciais para a manutenção da presença cristã em várias regiões face ao crescente investimento que alguns regimes islâmicos mais radicais têm vindo a promover.

 

Gestos concretos

Além do fundamentalismo religioso, muitos países africanos têm sido vítimas de governos corruptos e repressivos, de conflitos étnicos e guerras de poder, além de desastres naturais de consequências desastrosas, motivadas por alterações climáticas.  Esta Campanha da Quaresma, promovida a nível internacional por todos os 23 secretariados da Fundação AIS, não visa ser apenas um gesto humanitário de auxílio a populações em risco e em grande sofrimento, mas é também, e essencialmente, uma resposta dos Cristãos de todo o mundo – e também de Portugal – à Igreja necessitada em África. Uma Igreja que precisa, mais do que nunca, da nossa ajuda. As bombas, os conflitos e o terror não esvaziaram os seminários nem afastaram os cristãos das igrejas africanas. A grande ameaça pode estar na nossa indiferença.

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
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