Lisboa |
Encerramento da Visita Pastoral à Vigararia de Mafra
Escutar, louvar, servir
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa considera que a Visita Pastoral à Vigararia de Mafra contribuiu para “o crescimento do Evangelho vivo”. Na Basílica de Mafra, na celebração de encerramento, D. Manuel Clemente lembrou às 16 paróquias da vigararia que “as comunidades cristãs existem para guardar e transmitir a Palavra de Deus”.

 

A Visita Pastoral que decorreu à Vigararia de Mafra, ao longo de mais de dois meses, foi um momento em que aconteceram “tantas coisas boas, belas, importantes e verdadeiras para o crescimento do Evangelho vivo”. A constatação foi feita por D. Manuel Clemente, na homilia da Missa de encerramento da Visita Pastoral, que decorreu no passado Domingo, 5 de março, na Basílica de Mafra.

A partir do Evangelho da celebração, que narra as tentações de Jesus, o Cardeal-Patriarca de Lisboa refletiu sobre três ideias fundamentais que ficam da sujeição de Jesus às tentações do diabo, tudo para “nos ensinar a vencê-las”: “Uma palavra para escutar; uma liturgia para louvar; e poder para servir”, precisou D. Manuel Clemente. “Palavra, liturgia, serviço é a vida cristã. Porque é o desdobramento e multiplicação da vida de Jesus Cristo em cada família cristã, em cada comunidade cristã”, afirmou o Cardeal-Patriarca, na Missa na Basílica de Mafra que reuniu representantes das 16 paróquias que compõem a vigararia: Alcainça, Azueira, Carvoeira, Cheleiros, Encarnação, Enxara do Bispo, Ericeira, Gradil, Igreja Nova, Mafra, Malveira, Milharado, Santo Isidoro, Sobral da Abelheira, Venda do Pinheiro e Vila Franca do Rosário.

 

Escutar em família

Sobre a primeira ideia refletida, referente à escuta da Palavra de Deus, D. Manuel Clemente apresentou as comunidades e famílias cristãs como “lugares de escuta da Palavra de Deus”. “Se em cada família cristã esta palavra for escutada, a nossa vida é muito diferente. Passa a ser a própria vida de Deus, proferida também, na existência de cada um. Se a Palavra de Deus for proclamada e depois ecoada na catequese, se isso for assim tão prioritário, dará um fruto incomensurável. Nós nunca sabemos até onde chega a Palavra de Deus, escutada, acentuada, aprofundada, transmitida por cada um”, assegurou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, dirigindo-se especialmente aos catequistas: “Caros catequistas, vós estais na primeira linha da evangelização porque transmitindo a Palavra de Deus, transmitindo os ensinamentos de Jesus Cristo, fazeis o que é mais importante, o que é urgente, o que é indispensável. As comunidades cristãs existem para guardar e transmitir esta Palavra!”.

 

Viver em louvor

Nesta celebração, D. Manuel Clemente exortou ainda os cristãos da Vigararia de Mafra a irem além de uma religiosidade que seja “pedir a Deus, pedir a Nossa Senhora, pedir aos santos que nos ajudem naquilo que nós pretendemos e queremos”. “A liturgia é uma ação de graças, é um louvor a Deus pelos seus dons, que às vezes não são nada daquilo que nós queríamos mas são os que importam”, garantiu. É precisamente face às coisas que “não correm como o previsto”, que a liturgia deve ser “uma inteira disponibilidade e louvor, para que seja como Deus quer, que é a única maneira de nós termos tudo aquilo quanto queremos. Um verdadeiro cristão, ou cristã, faz como Jesus fazia sempre: ‘Eu te bendigo ó Pai’”, frisou D. Manuel Clemente.

Para cada cristão, a Eucaristia deve ser “o centro da nossa liturgia”, lembrou o Cardeal-Patriarca. “Vivamos em ação de graças! Deixemos que seja Deus a preencher a nossa vida, os nossos desejos, a converter os nossos anseios e projetos. Com certeza que projetamos isto ou aquilo, mas louvemos a Deus porque Deus sabe o que é melhor para nós, mesmo que, por vezes, não pareça nada”, referiu.

 

Servir e dar fruto

No último ponto da sua homilia, D. Manuel Clemente atribuiu ao ‘poder’ pleno cumprimento se existir ‘serviço’. “Cada um de nós tem as suas capacidades e alguns têm capacidades que podem desenvolver... E para quê? Para servir! O poder não pode resumir-se a si próprio, no seu exercício, no cargo, na retenção. As capacidades que cada um tem, são para servir. Só servindo é que ele realmente se exerce e dá fruto”, assegurou o Cardeal-Patriarca, deixando um convite aos fiéis para vencerem uma vida materialista: “Ouçamos a Palavra de Deus e com Ela cresçamos no outro entendimento das coisas, transmitamos a vida de Jesus Cristo e, com Ele, vivamos em ação de graças. Com certeza que há lugar para petições, mas não fiquemos por aí, dêmos graças a Deus, abramos o coração à grandeza do coração de Deus. Tudo para que, através de nós, seja Cristo no mundo, único significado, sentido e razão de ser, da Igreja que somos, da Igreja que queremos ser, sempre e cada vez mais”, concluiu D. Manuel Clemente.

 

Proximidade

Na conclusão da Visita Pastoral, o padre Teodoro Dias de Sousa, vigário da Vigararia de Mafra, traçou, em declarações ao Jornal VOZ DA VERDADE, um balanço “muito positivo” de toda a visita que começou no dia 15 de janeiro e que teve como lema ‘Deus visita o seu Povo’. “Os Bispos tiveram a preocupação de se aproximarem das pessoas, que levaram essa atitude muito a sério e com muito agrado. As pessoas tiveram oportunidade de conversar, estar com eles e vice-versa. Outra particularidade foi o facto de os senhores Bispos poderem conhecer as realidades paroquiais, nas suas diferentes facetas. Visitaram fábricas, instituições, assistiram a espetáculos...”, contou.

Numa vigararia com “grande diversidade” nas características sociais, entre paróquias, o padre Teodoro aponta o principal desafio que fica, após esta Visita Pastoral. “Acolher quem chega é uma preocupação que nós, párocos, já tínhamos mas que agora está mais ‘espicaçada’ por esta Visita Pastoral. Há muitas pessoas que chegam e nós nem sequer as conhecemos. Temos de encontrar uma forma de lhes chegar. Não podemos estar à espera que elas venham ter connosco. O Espírito Santo há-de dizer-nos como fazer”, assegura, confiante, o vigário de Mafra.

 

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Encontro Vicarial de Jovens: Um encontro inesquecível

 

A Escola Secundária José Saramago, em Mafra, foi palco de um fim-de-semana inesquecível para os jovens da Vigararia de Mafra. De sexta-feira, 3 de março, até Domingo, 5 de março, realizou-se mais um Encontro Vicarial de Jovens (EVJ). Para este encontro estavam convidados todos os jovens, a partir dos 15 anos de idade, das diversas paróquias da vigararia para experienciarem três dias de fé e de partilha com o próximo.

O tema lançado pelo Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa para este ano pastoral (‘Com Maria, abraçamos o Mundo’), serviu como fonte de inspiração para todas as dinâmicas postas em prática nestes três dias. Apesar de o encontro ter tido início a 3 de março, foi o dia seguinte que marcou os mais de 70 jovens que estiveram presentes, e que irá ficar gravado nas suas memórias. Isto deveu-se ao encontro com o Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente. A conversa teve como ponto de partida o tema do EVJ e, assim sendo, D. Manuel Clemente, num sentido figurado, começou por identificar três situações distintas nas quais se sentiu abraçado ao longo da sua vida. Primeiramente, mencionou o ‘abraço’ que recebeu de sua mãe, fazendo uma enorme referência ao papel que a família desempenha na construção da caminhada de fé de cada um. De seguida, falou sobre a sua entrada para a catequese. Tendo em conta que em criança não queria frequentar a catequese e que fora sua mãe que o obrigou a ir, D. Manuel Clemente afirmou, em tom de brincadeira, que ainda hoje não havia saído de lá. Para terminar, abordou a importância que o padre Joaquim (pároco da Igreja da Graça, em Torres Vedras, no tempo da sua juventude) teve na sua decisão de seguir pela vida religiosa, acabando por revelar que, em criança, dissera que “queria ser como o padre Joaquim”. Estes três ‘abraços’ foram fundamentais para que os jovens percebessem que tanto a família como as pessoas que os rodeiam são muito importantes na construção das suas vidas cristãs.

Contudo, não foi apenas o Cardeal-Patriarca que teve uma palavra a dizer. Foi dada a oportunidade aos jovens de colocarem questões sobre alguns assuntos de cariz religioso que não se encontravam tão bem resolvidos nas suas cabeças. Com a boa disposição e simpatia com a qual nos brinda sempre, D. Manuel Clemente respondeu com bastante clareza e prontidão a todas as perguntas que lhe foram colocadas. Por exemplo, quando lhe perguntaram: “Como se deve rezar?”, foi uma grande surpresa ver a humildade da resposta dada pelo Cardeal Patriarca, que disse apenas que ele próprio ainda não descobriu a melhor forma de o fazer, mas que devíamos rezar sempre a oração que Ele nos ensinou: o Pai Nosso. Temas como espalhar a Palavra de Deus, explicar a fé e a homossexualidade também foram abordados neste encontro.

No Domingo, último dia de Encontro Vicarial de Jovens, celebrou-se a Missa que encerrou a Visita Pastoral à Vigararia de Mafra, que foi presidida por D. Manuel Clemente, marcando assim o último contacto do Cardeal com os jovens da vigararia.

texto por Beatriz Freitas-Branco, da Paróquia da Ericeira

texto e fotos por Filipe Teixeira
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