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Isilda Pegado
Financiamento ao aborto nos países pobres. Um novo colonialismo
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1 – O Papa Francisco em Janeiro de 2015, na sua viagem às Filipinas, em Manila, falando sobre a Família disse “Existem colonizações ideológicas que procuram destruir a família” e mais adiante “E assim como os nossos povos, num determinado momento da sua história, chegaram à maturidade de dizer “não”, a qualquer colonização política, assim também como família devemos ser muito sagazes, muito hábeis, muito fortes, para dizer “não” a qualquer tentativa de colonização ideológica da família” (cit. in “Deus ou nada”, Cardeal Robert Sarah, pág. 335).

2 – Vem isto a propósito da recente notícia de que alguns Países Europeus vão criar um fundo para financiar as ONG que se propõem difundir a prática do aborto e a ideologia pró-aborto nos países mais pobres e em desenvolvimento, onde tal é proibido.

3 – Isto é, o Ocidente envelhecido, rico, “gordo e anafado” que já destruiu a sua reposição de gerações, que gasta milhões em fictícias políticas de natalidade, leva até aos Países Africanos, Asiáticos ou Sul Americanos a ideologia do aborto livre. Ainda que contra a lei daqueles países. Note-se que, cerca de 2/3 dos países do mundo não aceita o aborto livre.

Como muito bem diz o Papa, trata-se do financiamento a uma “colonização ideológica”.

4 – Argumenta-se, que no Mundo, por ano, morrem milhares de mulheres por falta de cuidados de saúde durante a gravidez. Estamos todos de acordo que é necessário levar cuidados de saúde até essas zonas do globo. Mas não é necessário levar o aborto e a morte. A cooperação internacional, feita sob condição da legalização da prática do aborto, tem sido imposta em muitos Países Africanos. É indigno e atenta contra os Direitos Humanos e o Direito Internacional.

5 – Invoca-se, ainda, que aquelas crianças que nascem nos Países pobres hão-de ser sempre pobres. Por isso, eliminam-se as crianças. O que é também um eugenismo. Só alguns têm direito a viver.

Todos estamos de acordo que qualquer criança, viva em que país viver, tem direito a ter condições de saúde, desenvolvimento e educação dignas.

As políticas internacionais de apoio ao desenvolvimento serão feitas para criar essas condições de dignidade ou, são feitas para eliminar os mais carenciados?

6 – Portugal foi confrontado com a decisão tomada pelo Governo de que irá apoiar as ONG que promovem o aborto. Que triste notícia. Que dirá de nós a História dentro de 15 ou 20 anos? Somos um País colonizador? Com políticas de apoio à mais vil forma de eugenismo? Elimina-se porque nasceria pobre?

Em comunicado, a Secretária de Estado da Cooperação afirma que Portugal vai apoiar os programas “She Decide” (https://goo.gl/e45pCn), alegando os velhos argumentos de apoio às mulheres. É a ideologia que esconde a verdade chamando “saúde reprodutiva” ao aborto.

7 – Países como Angola, onde após uma guerra de décadas, o território está despovoado, e por isso pobre, o que temos para oferecer? Financiar as práticas de aborto para eliminar as suas crianças? A Família Africana, Asiática ou Sul Americana está a ser “colonizada” por estas ONG. Quem beneficia com estas políticas?

O Papa Francisco está atento a estas “novas” formas de Colonialismo e segregação que as ideologias estão a espalhar no mundo.