Entrevistas |
José Manuel Pimenta, coordenador do projeto ‘Quo Vadis’
O turismo religioso de Lisboa na sua mão
<<
1/
>>
Imagem

O Turismo do Patriarcado de Lisboa apresentou recentemente o projeto ‘+ Quo Vadis’, que compreende um site, uma aplicação para smartphones e a divulgação em papel do património religioso. São respostas “diferenciadoras” que o ‘+ Quo Vadis’ oferece a quem quer visitar a cidade de Lisboa, segundo refere ao Jornal VOZ DA VERDADE o coordenador do projeto, José Manuel Pimenta.

 

Por que motivo o Turismo do Patriarcado de Lisboa criou o projeto ‘Quo Vadis’?

O projeto ‘Quo Vadis’ tem como finalidade ser uma presença no turismo. Foi a marca que encontrámos, em 2015, para assinalar a nossa presença como elemento diferenciador, numa área muito específica que é o turismo religioso. Uma das coisas que notávamos sempre que falávamos de turismo religioso era o facto de sermos olhados com suspeição para os materiais, conteúdos e projetos de pouca qualidade ou profundidade. Com esse intuito, marcámos uma imagem diferenciadora em relação ao turismo religioso.

 

A partir de que que lacunas é que começaram a construir a marca?

Começámos, em 2015, a identificar as lacunas que existiam e quais eram os nossos erros de comunicação e notámos que havia uma ausência, quase total, de coisas básicas, como por exemplo, conhecermos o património que detemos. Em março de 2016, finalizámos esse trabalho com a apresentação, no Mosteiro dos Jerónimos, do ‘Guia das Igrejas – Lisboa Cidade’, que foi como que um marco para identificar o caminho que pretendíamos: conhecer, identificar, reunir e comunicar o património que temos, com qualidade, ou seja, com a nossa linguagem e informações corretas.

 

A apresentação desse primeiro ‘Guia das Igrejas’ marcou também o início da segunda fase do projeto, o ‘+ Quo Vadis’, que foi apresentado dia 22 de março…

A partir de março de 2016, até ao presente, começámos a trabalhar no segundo nível deste projeto ao qual chamámos ‘+ Quo Vadis’. “+” (mais) significa mais oferta deste projeto e que se resume em três novos elementos: site, aplicação para smartphones (iOS e Android) e um conjunto de materiais físicos, tais como panfletos, flyers e desdobráveis, com uma imagem uniformizada e com o intuito de que o turista, reconhecendo a marca e layout, identifique rapidamente o projeto ‘Quo Vadis’ e, a partir de uma boa experiência, quer no site, quer no aplicativo, tenha confiança de que o conteúdo presente naqueles desdobráveis é de qualidade.

 

Como é que a marca se tem a dado a conhecer? Existem parcerias?

Primeiro tenho que fazer o agradecimento a três entidades que nos têm ajudado muito e que são, elas próprias, elementos de comunicação muito fortes. A primeira, a Partners, uma agência de publicidade conhecida. São eles que têm feito a imagem da ‘Quo Vadis’. Depois, a Entidade Regional do Turismo de Lisboa, que nos apoiou com as nossas candidaturas a projetos e, se não fosse o apoio deles, não teríamos a capacidade de os executar. Depois com a Universidade Católica, em pareceria com a Faculdade de Ciências Humanas, em que, numa primeira parte, fizemos um protocolo para, anualmente, receber um aluno, em estágio, do curso de mestrado de comunicação. Também criámos um protocolo com a universidade para iniciarmos um curso de formação para guias turísticos. Estas três entidades são aquelas com as quais temos trabalhado mais proximamente e que fazem com que o projeto se dê a conhecer em três áreas muito diferentes: na área da publicidade, na parte institucional e também na vertente académica.

 

Existe alguma campanha de divulgação planeada?

Sim, estamos agora a trabalhar no nosso plano de comunicação. Temos estado a fazer um conjunto de contactos com jornalistas, mas, para além da aposta nesses canais como os jornais e a televisão, estamos a apostar também nas redes sociais, para chegar ao maior número de pessoas.

 

Está prevista alguma sensibilização junto dos agentes de turismo?

Sim. Temos tido contactos com as associações de guias turísticos, que também estiveram no lançamento do projeto ‘+ Quo Vadis’. Estiveram também diferentes representantes da Associação dos Hotéis de Portugal, estamos também a preparar um conjunto de conteúdos de promoção a serem colocados nos diversos hotéis da cidade de Lisboa para que, por exemplo, qualquer um dos 700 hóspedes que o Hotel Mundial recebe todos os dias, tenha bem visível um pequeno cartaz com informação sobre como fazer o download do aplicativo que lhe vai dar informação sobre o património religioso da cidade de Lisboa.

 

Estão previstos, a curto prazo, mais edições dos ‘Guias das Igrejas’?

Atualmente estamos a trabalhar no ‘Guia sobre as Igrejas do Oeste’. Pensamos conseguir lançá-lo no início do próximo ano pastoral.

 

Onde vai ser possível obter os guias, flyers e outros materiais de divulgação?

Podem ser adquiridos nas igrejas da cidade de Lisboa. Estamos já a fazer a entrega dos desdobráveis e será possível fazer a aquisição dos outros materiais. Os preços serão bastante acessíveis e, por exemplo, a monofolha, que tem a descrição sumária da igreja, do padroeiro e informações úteis, será de distribuição gratuita.

 

Acredita que o ‘Quo Vadis’ tem procurado acompanhar o crescimento do turismo na cidade de Lisboa?

Sim. É também a nossa preocupação, ao apresentar estes conteúdos, dar resposta às pessoas que nos procuram. É frustrante sentir que um turista, recém-chegado à cidade de Lisboa e que quer aprofundar mais sobre o património religioso ou fazer uma simples rota, se detém diante de imensas dificuldades para conseguir saber e ter conhecimento.

 

No futuro, o que gostaria de ver cumprido no âmbito deste projeto?

Em termos de desafios, seria termos conseguido realizar todo o levantamento do património religioso do Patriarcado, com toda a informação introduzida e compilada nas diversas plataformas, termos fechado os quatro volumes dos ‘Guias das Igrejas’ e focarmo-nos numa outra dimensão muito interessante e importante que é oferecer propostas de qualidade e beleza aos turistas que chegam à cidade de Lisboa. Falo de concertos, itinerários com guias, explicações nas igrejas, concertos diários em algumas das igrejas e também focarmo-nos na divulgação mais correta de todos os eventos que acontecem no Patriarcado e todas as manifestações de piedade popular que são tão importantes para quem nos visita.

 

________________


“Projeto ‘Quo Vadis’ tem como objetivo abarcar toda a área geográfica do Patriarcado”

 

Além de inúmeras funcionalidades do ‘+ Quo Vadis’, é possível, a partir da aplicação ou do site, preparar, por exemplo, uma peregrinação, a pé, a Fátima... A abrangência do projeto não se resume à cidade de Lisboa, certo?

Esse foi um dos cuidados que tivemos. Neste lançamento tentámos focar apenas na cidade de Lisboa, mas o projeto ‘Quo Vadis’ tem como objetivo abarcar toda a área geográfica do Patriarcado. Aquilo que hoje se vê, no site e no aplicativo, sobre a cidade de Lisboa, nós queremos ver de toda a diocese, no máximo, daqui a dois ou três anos.

Mesmo assim, este projeto não se fecha apenas na malha geográfica do Patriarcado. A nossa intenção é também apoiar os turistas nacionais e estrangeiros, que chegam à cidade de Lisboa, para poderem sair e dirigirem-se a outros pontos de relevância de fé, no contexto português. Por isso, já pode ser consultada uma rota de peregrinação, com informações sobre onde se pode dormir, ficar, numa peregrinação, a pé, ao Santuário de Fátima. Em breve, queremos adicionar outras rotas, a santuários do Patriarcado, e também, por exemplo, ao Santuário de Vila Viçosa, de grande devoção para os portugueses.

 

O que ficamos a conhecer com as rotas pelas igrejas da cidade de Lisboa?

Atualmente, estão concebidas cinco rotas e, todas elas, geográficas, ou seja, para que as pessoas possam conhecer cinco bairros da cidade de Lisboa (centro): Rota das Igrejas da Baixa; Chiado; Alfama; Mouraria; Santiago e Castelo. Através destas rotas, a pessoa pode conhecer não só as igrejas, mas também um conjunto de pontos de interesse e património relevante.

Depois, estão previstas novas rotas, com um conjunto de bairros da cidade e também temáticas, como por exemplo: Santo António na cidade de Lisboa, ou a presença de Fátima na cidade de Lisboa. Pensamos ter estas rotas finalizadas e disponíveis, pelo menos, no site e aplicação, até ao verão. Depois, iremos trabalhar num conjunto de rotas para outras zonas do Patriarcado, nomeadamente em Óbidos e Peniche.

 

Porquê uma aplicação para smartphones?

Os telemóveis estão sempre com as pessoas e são um veículo de comunicação muito forte. Vamos fazer uma grande aposta nas ‘push notifications’ (notificações automáticas no smartphone). Através da localização do telemóvel, ao passar junto de alguma igreja, a pessoa pode ser alertada e receber o convite para visitar aquela igreja e, ao mesmo tempo, chamar a atenção para alguns eventos que vão decorrer.

 

________________


Projeto ‘Quo Vadis’

Morada: Igreja paroquial de São Nicolau, Rua da Vitória, Lisboa

Telefone: 215892924

Site: www.quovadislisboa.com

Email: turismo@quovadislisboa.com

Facebook: www.facebook.com/quovadislisboa

 

________________


Perfil

José Manuel Pimenta, de 31 anos, é o coordenador do projeto ‘Quo Vadis’ – Turismo do Patriarcado de Lisboa e pertence à direção do departamento. Possui um mestrado integrado em Teologia, pela Universidade Católica Portuguesa, e em História, pela Universidade Nova de Lisboa, onde é, atualmente, doutorando em História.

entrevista e fotos por Filipe Teixeira
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES