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Papa apela à “reconciliação” e “harmonia” no Iraque
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O Papa Francisco recordou as populações debaixo de fogo no Iraque. Na semana em que lembrou que o fim das armas nucleares é um “imperativo moral e humanitário”, o Papa convidou a rejeitar “preconceitos”, visitou Milão e encontrou-se com os líderes europeus.

 

1. O Papa lembrou as vítimas da guerra no Iraque, em particular na cidade de Mossul, e pediu respeito pelas minorias étnicas e religiosas no país. “O meu pensamento vai para as populações aprisionadas nos bairros ocidentais de Mossul e aos deslocados por causa da guerra, aos quais me sinto unido no sofrimento, através da oração e da proximidade espiritual”, disse Francisco, no passado dia 29 de março, perante uma multidão reunida na Praça de São Pedro, no vaticano, para a audiência-geral quarta-feira, saudando a delegação de “superintendências iraquianas”, composta por representantes de vários grupos religiosos e acompanhada pelo cardeal Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso. “A riqueza da cara nação iraquiana está precisamente neste mosaico que representa a unidade na diversidade, a força da união, a prosperidade na harmonia”, declarou.

O Papa convidou todos a rezar para que o Iraque “encontre na reconciliação e na harmonia entre as suas várias partes, étnicas e religiosas, a paz, a unidade e a prosperidade”. “Ao exprimir profunda dor pelas vítimas do sangrento conflito, renovo a todos o apelo para que se empenhem com todas as suas forças na proteção dos civis, como obrigação imperativa e urgente”, concluiu.

 

2. O Papa Francisco apelou à “eliminação” das armas nucleares, numa mensagem divulgada esta terça-feira, 28 de março, pelo Vaticano, a respeito da conferência sobre o tema promovida pela ONU. “O objetivo final da eliminação das armas nucleares torna-se tanto um desafio como um imperativo moral e humanitário”, escreveu Francisco. Evocando “preocupações” ligadas ao eventual uso de armamento nuclear por terroristas, o Papa entende ser necessário ir além da proibição das armas nucleares, adotado estratégias de longo prazo para promover a paz e a estabilidade, que ultrapassem o medo e o isolacionismo.

Francisco defendeu que “a paz e a estabilidade internacionais não podem ser fundadas sobre um falso sentido de segurança, sobre a ameaça de uma destruição recíproca ou de total aniquilamento, sobre a simples manutenção de um equilíbrio de poder”. “Estas preocupações são ainda maiores quando levamos em consideração as catastróficas consequências humanas e ambientais que adviriam de qualquer uso de armas nucleares, com efeitos devastadores, indiscriminados e incontroláveis”, advertiu.

 

3. O Papa considera que é preciso abandonar “preconceitos” sobre os outros e evitar julgamentos “sem misericórdia”. Francisco falava perante os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação da oração do Angelus, no Domingo, 26 de março. “Caminhar na luz significa, sobretudo, abandonar as luzes falsas: a luz fria e fátua do preconceito contra os outros, porque o preconceito distorce a realidade e carrega-nos de adversão contra os que julgamos sem misericórdia e condenamos sem apelo”, declarou o Papa, lamentando que os “mexericos” sobre os outros sejam o “pão nosso de todos os dias” e desafiado os católicos a abandonarem a “luz falsa” do “interesse pessoal”. “Se avaliamos pessoas e coisas com base no critério do que nos é útil, do nosso prazer, do nosso prestígio, não damos verdade às relações e às situações”, observou.

 

4. O Papa Francisco visitou a Arquidiocese de Milão, em Itália, no passado sábado, 25 de março, sublinhando que a Igreja tem de enfrentar os desafios atuais e que não se deve fechar sobre si mesma. “Não devemos ter medo dos desafios e ainda bem que é assim. Tantas vezes nos lamentamos desta época e dos seus desafios. Não há que ter medo: os desafios enfrentam-se, como um boi pelos cornos”, afirmou Francisco, durante um encontro com um grupo de sacerdotes e consagrados, na catedral da cidade. Para o Papa, os desafios são um “sinal de uma fé e de uma comunidade vivas, que têm sempre os olhos e o coração abertos”. “Devemos sim ter medo de uma fé sem desafios, que se considera completa, como se já tivesse tudo dito e feito. Os desafios ajudam a que a nossa fé não se torne ideológica”, acrescentou.

O Papa Francisco tinha começado a visita pastoral a Milão entrando no Bairro Forlanini – Casas Brancas – um bairro social da periferia de Milão. Acolhido por uma grande multidão entusiasta, o Papa deteve-se, sobretudo, junto dos doentes, dos idosos e das crianças e visitou três famílias nos seus apartamentos.

Perante cerca de 80 mil pessoas presentes no estádio de San Siro, em Milão, naquela que foi a última etapa da sua visita. “Há um fenómeno mau nestes tempos que me preocupa na educação: o bullying. Por favor, estai atentos. E agora peço-vos, crismandos. Em silêncio, escutai-me. Em silêncio. Na vossa escola, no vosso bairro, há alguém ou alguma de quem vós gozeis porque tem aquele defeito, porque é gordo, porque é magro, por isto ou por aquilo? Pensai. E a vós agrada-vos fazê-lo passar vergonha e também bater-lhe por isso? Pensai. Isto chama-se bullying. Por favor, pelo sacramento do Santo Crisma, fazei a promessa ao Senhor de nunca fazer isto e nunca permitir que se faça no vosso colégio, na vossa escola, no vosso bairro”, apelou.

 

5. Francisco recebeu em Roma os líderes dos países da União Europeia, que se encontravam naquela cidade italiana para assinalar as seis décadas da assinatura do Tratado de Roma, a 25 de março de 1957, que lançou as fundações da atual União Europeia, e apelou a que se percorram “novos rumos” para se revalorizar o património europeu “de ideais e valores espirituais”, que é “único no mundo”. “Atualmente, com o aumento da idade média de vida, os 60 anos são considerados a idade da maturidade completa, um tempo crítico em que somos chamados a examinar a nossa vida. Também a União Europeia é hoje chamada a examinar-se, tratar das maleitas que inevitavelmente acompanham a idade e encontrar formas de traçar novos rumos. Mas, ao contrário dos seres humanos, a União Europeia não enfrenta uma velhice inevitável, mas a possibilidade de uma nova juventude”, afirmou o Papa. “Enquanto líderes, são chamados a abrir o caminho do ‘novo humanismo europeu’, constituído por ideais e ações concretas. Isto passa por perder o medo de tomar decisões práticas capazes de resolver os problemas reais das pessoas e de resistir ao tempo”, concluiu.

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