O Papa Francisco sublinhou desde o início que gostaria de vir a Fátima como peregrino. Ficaram, deste modo, afastados todos os outros estilos de viagens – a viagem de Estado, a viagem “Apostólica”. Poderiam ser “mais práticos” e com “melhores resultados”: desafogavam as multidões dos dias 12 e 13 de Maio; contribuiriam para o reavivar da fé nos portugueses… Mas o Papa insistiu sempre na peregrinação a Fátima.
Não se trata apenas, claramente, de um “encontro” com a imagem de Nossa Senhora: o Papa Francisco quis que a imagem de Nossa Senhora que está na Capelinha de Fátima fosse a Roma durante o Ano da Fé, e poderia fazê-lo quantas vezes desejasse. Nem se trata apenas de reafirmar a verdade das Aparições de Fátima ou de proclamar como modelo de santidade para toda a Igreja aquelas duas crianças que viram Nossa Senhora. Para isso, não seria necessário que o Papa viesse a Fátima. Trata-se antes de peregrinar juntamente com um povo de peregrinos ao encontro da Virgem que, em Fátima, nos falou do Céu e nos mostrou a sua importância para a nossa vida na terra.
Certamente: os verdadeiros adoradores do Pai adoram-No em espírito e verdade, como disse Jesus à mulher samaritana (Jo 4,23). Mas é igualmente verdade que para nós, seres humanos, o espaço nunca é indiferente: o espaço que ocupamos e fazemos nosso, a que damos o nosso cunho pessoal – o nosso lar; o espaço do encontro com os outros; e, principalmente, o espaço do encontro com Deus, o santuário – aquele espaço marcado de um modo particular por Deus e pela Sua Presença. Deus está em toda a parte. Mas a memória daqueles lugares onde Ele nos saiu ao caminho, onde quase O tocámos, onde Ele modificou a história do mundo e a nossa própria história convida-nos sempre ao regresso. São lugares únicos para a nossa vida e para a vida do mundo: são os lugares onde Céu e terra se cruzam e que ajudam a dar sentido à nossa existência.
O Papa Francisco nunca veio a Fátima. Mas Pedro já o fez por várias vezes. E a Igreja não cessa de o fazer – basta ir à Cova da Iria numa qualquer jornada, para nos apercebermos de como para ali se encaminham crentes do mundo inteiro e dali sobem ao Céu as preces e os louvores das gentes de toda a terra. O Papa quer estar no Santuário de Fátima, peregrino da vontade de Deus para si, para a Igreja e para o mundo; e quer estar connosco, peregrinos daquele lugar sagrado. Convida-nos a partilhar com ele esse momento. Muitos se interrogam se sim ou não devem ir até Fátima. Mas se Pedro vai, havemos nós de ficar em casa?
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