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Papa: “Rezem pela paz como pediu a Virgem de Fátima”
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A poucos dias da visita ao Santuário de Fátima, o Papa Francisco lembrou a mensagem de Nossa Senhora. Na semana em que ordenou dez novos padres, o Papa alertou para o crescimento de uma “cultura de destruição” no mundo, reconheceu as virtudes heroicas do cardeal Van Thuân e encontrou-se com a Secretaria para a Comunicação.

 

1. O Papa Francisco pediu aos fiéis para rezarem pela paz, como pediu Nossa Senhora de Fátima. O apelo foi deixado a poucos dias da visita ao santuário da Cova da Iria. “Neste mês de maio, rezemos o terço, em particular, pela paz, tal como pediu a Virgem de Fátima, onde irei em peregrinação daqui a poucos dias, por ocasião do centenário da primeira aparição”, apelou Francisco durante a celebração Regina Coeli, na Praça de São Pedro, no passado Domingo, 7 de maio.

Entretanto, o decano do Colégio dos Cardeais do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, referiu que o Papa vai levar a Fátima “um testemunho de fé e de amor a Maria” e “confirmar os irmãos na fé”, na “fé mariana”. Em entrevista à Renascença, o cardeal italiano salientou que o “ambiente de oração” de Fátima – um “grande centro de oração para toda a Igreja” – sempre o atraiu. “Entre Fátima e Roma sempre houve grandes vínculos espirituais”, assinalou.

O cardeal Sodano, que no final da Missa de beatificação dos pastorinhos, a 13 de maio do ano 2000, foi responsável pela divulgação do terceiro segredo de Fátima, referiu ainda que “a finalidade era convidar todos a uma fé profunda na providência de Deus, sempre vigilante sobre o destino dos povos”. “No fundo, sabemos que, na história da Igreja, sempre houve perseguições e que a natureza humana tanto opta pelo bem, como pelo mal. Mas as minhas palavras quiseram relançar uma mensagem de esperança”, salientou.

 

2. Na conclusão da 54ª Semana de Oração pelas Vocações, o Papa Francisco ordenou dez padres, na Basílica de São Pedro, pedindo aos novos sacerdotes para evitarem o funcionalismo e carreirismo, porque “foram eleitos pelo Senhor, não para fazer carreira, mas para este serviço”. A homilia, no passado dia 7 de maio, denunciou também a “feia doença” da “vida dupla” no clero: “A palavra sem exemplo de vida não serve, é melhor voltar atrás”. O Papa sugeriu ainda aos novos sacerdotes para não fazerem homilias “demasiado intelectuais, elaboradas”, mas que falem ao coração das pessoas, e que sejam “sempre misericordiosos” e não “sobrecarreguem” os fiéis com “pesos que não podem transportar”. Francisco defendeu que ir ao encontro dos doentes “santifica” os padres, que devem aprender a “carregar a cruz” de Jesus. “Não sejam patrões, clérigos de Estado, mas pastores, pastores do povo de Deus”, concluiu.

Nesta celebração em Roma, o Papa Francisco lembrou ainda a beatificação, na véspera, em Verona, Espanha, de Antonio Arribas Hortiguela e de outros seis religiosos, mortos durante a guerra civil espanhola. “Estes fiéis e heroicos discípulos de Jesus foram mortos por ódio à fé num tempo de perseguição religiosa. Que o seu martírio, aceitado por amor de Deus e por fidelidade à sua vocação religiosa, suscite na Igreja o desejo de testemunhar com fortaleza o Evangelho da caridade”, apelou o Papa Francisco.

 

3. Num encontro com jovens estudantes, o Papa alertou que o mundo atual está a crescer numa “cultura de destruição”, criticando a relevância “do mal, do dinheiro e do poder” na sociedade atual, dominada por um “deus do dinheiro”. Francisco falava durante um encontro promovido pela Coordenação Nacional das Entidades Locais para a Paz e os Direitos Humanos, na Sala Paulo VI, no Vaticano. Quando questionado por uma jovem estudante sobre “o que está a acontecer no mundo”, o Papa respondeu: “Existe algo que não funciona, algo que destrói, algo que não é normal. Está a crescer entre nós – isto é um pouco exagerado o que eu digo, mas digo para que entendam bem – uma cultura de destruição”.

O Papa falou ainda da crise dos refugiados, que qualificou como “o pior drama desde a II Guerra Mundial” que afeta a Europa, e criticou fortemente o uso por parte dos Estados Unidos, em abril passado, da maior bomba não nuclear, chamada como ‘a mãe de todas as bombas’, para destruir um complexo de túneis do grupo extremista Estado Islâmico, no Afeganistão. “Chamam-na ‘a mãe de todas as bombas’. A mãe dá a vida e esta dá a morte. Estamos a chamar mãe a este dispositivo?”, comentou Francisco, que irá receber o presidente norte-americano, Donald Trump, no próximo dia 24 de maio, no Vaticano.

 

4. O Papa Francisco reconheceu, no passado dia 6 de maio, as virtudes heroicas do cardeal Van Thuân, autorizando o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, a promulgar o decreto relativo aos milagres atribuídos ao prelado vietnamita. Este passo vai permitir que o cardeal François-Xavier Nguyên Van Thuân, que esteve preso nas cadeias do regime durante 13 anos, fique mais próximo da beatificação.

 

5. O Papa recebeu os participantes na primeira assembleia plenária da Secretaria para a Comunicação, do Santa Sé, a quem pediu que a reforma em curso nos media do Vaticano tenha atenção às situações de pobreza. Francisco lembrou que o critério que guia esta reforma “é apostólico e missionário, com uma atenção especial às situações de pobreza e dificuldade, na consciência de que elas também devem ser enfrentadas com soluções adequadas”. “Assim, é possível levar o Evangelho a todos, valorizar os recursos humanos, sem substituir a comunicação das Igrejas locais, e ao mesmo tempo, ajudar as comunidades eclesiais que mais precisam”, prosseguiu, numa intervenção divulgada pela Santa Sé. Segundo o Papa, este novo organismo visa “renovar o sistema de comunicação da Santa Sé”, através dos meios que o novo contexto cultural digital coloca à disposição. “O atual contexto comunicativo, caracterizado pela presença e pelo desenvolvimento dos meios de comunicação digitais, pelos fatores de convergência e interatividade, exige uma revisão do sistema informativo da Santa Sé”, sublinhou.

A Secretaria para a Comunicação (www.comunicazione.va), criada há dois anos, tem entre os seus membros D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais em Portugal.

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