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“Nunca esqueçamos que nossa alegria é Jesus Cristo”
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O Papa Francisco fez um desafio aos cristãos. Na semana em que lembrou que “não bastam boas intenções para combater a fome”, o Papa apelou a missionários “livres e alegres”, nomeou um novo prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé e destacou a importância de São Pedro e São Paulo para a Igreja.

 

1. O Papa convidou os católicos de todo o mundo a rezar pelos que se “afastaram da fé”. “Peçamos pelos nossos irmãos que se afastaram da fé, para que, através da nossa oração e testemunho evangélico, possam redescobrir a beleza da vida cristã”, refere Francisco, no ‘O Vídeo do Papa’ deste mês de julho, que foi divulgado no passado dia 4. O Papa afirma que quando um cristão está triste, isso significa que “se afastou de Jesus”. “Nesses momentos não devemos ficar sozinhos. Devemos oferecer a esperança cristã: com a nossa palavra, o nosso testemunho, com a nossa liberdade, a nossa alegria”, apela. “Nunca esqueçamos que nossa alegria é Jesus Cristo, seu amor fiel e inesgotável”, acrescenta Francisco.

‘O Vídeo do Papa’ (www.thepopevideo.org) é uma iniciativa do Apostolado da Oração (AO), da Companhia de Jesus, e destina-se a divulgar as intenções de oração do Pontífice, em cada mês. De acordo com o AO, estima-se que façam parte da Rede Mundial de Oração do Papa mais de 30 milhões de pessoas, em dez idiomas, incluindo o português.

 

2. O Papa Francisco alerta para a “inércia” e o “egoísmo” da comunidade internacional perante a fome de milhões de pessoas, numa mensagem enviada à 40ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Francisco escreve que “não bastam as boas intenções para combater a fome e assegurar o pão a milhões de pobres”, uma vez que também “é necessário reconhecer que todos têm direito a ele e dele devem usufruir”. Lamenta ainda “a falta de uma cultura da solidariedade” e que as atividades internacionais fiquem “apenas ligadas ao pragmatismo das estatísticas” e “uma eficácia alheia à ideia de partilha”.

O Papa apela a um maior impulso no sector agrícola e, “quando um país não consegue dar respostas adequadas por subdesenvolvimento, pelas suas condições de pobreza, alterações climáticas ou situação de insegurança, é necessário que a FAO e outras instituições governamentais possam intervir com uma adequada ação social”. Francisco recorda que “as guerras, o terrorismo, as deslocações forçadas de pessoas que cada vez mais impedem – ou, pelo menos, condicionam fortemente as atividades de cooperação – não são fruto de fatalidades, mas antes consequência de decisões concretas”.

A mensagem do Papa foi lida pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, que anunciou uma visita de Francisco à sede da FAO, em Roma, no dia 16 de outubro, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação.

 

3. O Papa Francisco considera que os missionários da Igreja devem ser “livres e alegres”, tendo Jesus no centro da sua vida. Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, no passado Domingo, 2 de julho, para a recitação do Angelus, Francisco sublinhou que a “relação prioritária” com Jesus na vida de cada católico dá “um novo sentido aos laços familiares”. “Quanto mais Jesus está no centro e na vida do discípulo, mais este discípulo é transparente à sua presença”, sublinhou.

O Papa Francisco apelou ainda ao fim da violência na Venezuela, defendendo uma saída “pacífica e democrática” para a atual crise política no país sul-americano. “Faço um apelo para que se coloque um ponto final na violência e se encontre uma solução pacífica e democrática para a crise”, pediu.

O encontro dominical para a oração do Angelus é, durante o mês de julho, a única atividade pública do Papa, pelo que estão suspensas as audiências-gerais das quartas-feiras, na Praça de São Pedro, que serão retomadas em agosto, na Sala Paulo VI. Também as Missas da manhã presididas por Francisco, na Casa de Santa Marta, estão suspensas durante os meses de julho e agosto, regressando em setembro.

 

4. O Papa Francisco substituiu o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. O mandato de cinco anos do cardeal Gerhard Mueller chegou ao fim e para o seu lugar foi nomeado o arcebispo espanhol Luis Ladaria, que era até aqui o ‘número dois’ deste dicastério encarregado de defender a doutrina católica, e que foi nomeado, em 2008, ainda por Bento XVI.

O mandato do cardeal Muller como prefeito da Doutrina da Fé terminava agora e o próprio já tinha manifestado o desejo de regressar à Alemanha. Francisco, ao não renovar o mandato do cardeal Muller, escolhe, no entanto, um moderado, uma vez que o teólogo jesuíta Luis Ladaria é um homem da casa, que conhece bem a congregação que agora vai presidir. Um homem que, numa das poucas entrevistas que concedeu nos últimos anos, afirmou: “Não gosto de extremistas, nem dos progressistas, nem dos tradicionalistas”.

 

5. O Papa Francisco apresentou os apóstolos São Pedro e São Paulo como “duas colunas” da Igreja Católica. “Eles selaram com o próprio sangue o testemunho de Cristo com a pregação e o serviço à comunidade cristã nascente”, salientou o Papa, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do Angelus no dia da solenidade litúrgica dos apóstolos, a 29 de junho, feriado no Estado da Cidade do Vaticano.

Falando aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, após a Missa a que presidiu, Francisco recordou o “caminho comum dos dois apóstolos”, martirizados no século I, que foram “enviados por Jesus a anunciar o Evangelho em ambientes difíceis e em certos casos hostis”. “Ambos, com as suas vidas pessoais e eclesiais, mostram e dizem-nos hoje que o Senhor está sempre ao nosso lado, caminha connosco, nunca nos abandona. Especialmente no momento da provação, Deus estende a mão, ajuda e liberta-nos das ameaças dos inimigos”, declarou, sublinhando: “Devemos lembrar-nos que o nosso verdadeiro inimigo é o pecado”.

O Papa saudou ainda os cinco cardeais criados no Consistório da véspera e os 36 arcebispos metropolitas que, nessa manhã, receberam o pálio. “Saúdo e agradeço-lhes a todos, bem como aos que os acompanharam nesta peregrinação. Encorajei-os a prosseguir com alegria a sua missão ao serviço do Evangelho, em comunhão com toda a Igreja”, referiu Francisco.

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