Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
“A reforma litúrgica é irreversível”
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Na passada semana publicámos, neste jornal, a carta que o nosso pastor diocesano, o Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente, dirige a toda a diocese, no início de um novo ano pastoral. Uma carta que nos ajuda a entrar na dinâmica pós-sinodal, do que se pretende que seja este primeiro ano, vivido na centralidade da Palavra de Deus, que é “o lugar onde nasce a fé”.

A mesma carta ajuda-nos, também, a perceber o sentido da Liturgia que celebramos, a partir do que é a reforma litúrgica implementada com o Concílio Vaticano II, e para a qual muito contribuiu a escola do Seminário dos Olivais, do nosso Patriarcado de Lisboa. Monsenhor Pereira dos Reis, reitor do seminário, Padre Manuel Luís, músico de referência que deixou todo um manancial de música litúrgica, Cónego José Ferreira e o Padre Leão Cordeiro, ainda entre nós, são alguns dos nomes que bem conhecemos e que muito contribuíram, e ainda contribuem, para esta implementação da reforma litúrgica no nosso país.

Sobre este mesmo assunto pronunciou-se, muito recentemente, o Papa Francisco afirmando que “a aplicação prática, guiada pelas Conferências Episcopais para os respetivos países, está ainda em vigor, pois não basta reformar os livros litúrgicos para renovar as mentalidades. Os livros reformados de acordo com os decretos do Vaticano II ativaram um processo que precisa de tempo, receção fiel, obediência prática, implementação celebrativa sapiente, antes de mais, primeiro pelos ministros ordenados, mas também por outros ministros, pelos cantores e por todos os que participam na liturgia”.

“Na verdade - observa o Santo Padre - como bem sabemos, a educação litúrgica dos Pastores e fiéis é um desafio a enfrentar sempre de novo. Paulo VI, um ano antes da sua morte, disse aos cardeais reunidos em Consistório: ‘Chegou o momento, agora, de deixar cair definitivamente os fermentos desagregadores, igualmente perniciosos, num sentido e no outro, e de aplicar integralmente nos seus corretos critérios inspiradores, a reforma por nós aprovada em aplicação aos votos do Concílio’”, lembrou.

Neste mesmo discurso, dirigido pelo Papa Francisco aos participantes da 68ª Semana Nacional de Liturgia, em Itália, no passado dia 24 de agosto, o Pontífice alerta para o facto de que “hoje, é ainda preciso trabalhar nesta direção, em particular redescobrindo os motivos das decisões tomadas com a reforma litúrgica, superando leituras infundadas e superficiais, receções parciais e práticas que a desconfiguram. Não se trata de repensar a reforma revendo as suas escolhas, mas de conhecer melhor as razões subjacentes, também através da documentação histórica, assim como de interiorizar os princípios inspiradores e de observar a disciplina que a regula. Depois deste magistério, depois deste longo caminho podemos afirmar com segurança e com autoridade magisterial que a reforma litúrgica é irreversível”, afirma.

 

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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