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Como calculam é inevitável expressar o que estamos a viver resultado das dramáticas 48 horas de 15 e 16 de outubro! A última reflexão que aqui fiz foi sobre as dádivas e sobre a solidariedade recolhidas para responder à tragédia vivida em Pedrógão e sentida em todo o país! Estava muito longe de prever que, dois meses volvidos, estaríamos de luto nacional devido a nova tragédia mas pelas mesmas razões!
Hoje são já CEM Pessoas SEM Vidas!
Basta. Hoje é impossível calar a indignação pela inoperância política e mais ainda pela desastrosa forma como falam connosco. Sim, nós somos as pessoas que estão direta e indiretamente a Viver este drama. Respeitem-nos enquanto tal!
Hoje volto a perguntar a quem está nos cargos políticos: o que é de facto estar ao serviço do bem comum e da causa pública? Se estão onde estão e se têm as responsabilidades políticas é porque foram eleitos. Por isso, a vossa missão é proteger pessoas e bens; é assumir responsabilidades quando as falhas acontecem; é dialogar de forma franca e honesta respeitando o sofrimento daqueles que o vivem.
Mais uma vez valeu-nos o Céu com a tão desejada chuva que a todos ajudou, em especial àqueles que dão a sua vida. Mais uma vez julgo que a tragédia não foi pior porque foram gestos transcendentes, de dádiva e de entrega, uns pelos outros, que evitaram algo ainda pior.
Que a Esperança evangélica nos permita, passado este momento de sofrimento individual e coletiva, voltar a reerguer as nossas forças e as nossas capacidades para que juntos possamos reconstruir as nossas Comunidades Com Pessoas e Com VIDA.
foto por Hélio Madeiras
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