Esta semana fui particularmente sensível às palavras do Papa Francisco na catequese proferida na passada quarta-feira, 25 de outubro, sobre o paraíso. Integrada no ciclo de catequeses sobre a esperança, que iniciou no final do ano passado, Francisco deixou-nos esta semana uma imagem bela do paraíso, diferente daquilo que tantas dizemos ser, talvez para aliviar sentimentos porque o confronto com a morte é sempre motivo de dor e sofrimento. “O paraíso não é um lugar de fábula, e nem sequer um jardim encantado. O paraíso é o abraço com Deus Amor infinito, e nós entramos nele graça a Jesus, que morreu por nós na cruz”. Esta imagem do “abraço com Deus Amor infinito” remete-nos para a parábola do ‘Filho Pródigo’, que nos é contada pelo Evangelista São Lucas. A experiência vivida pelo filho que, arrependido, regressa a casa, depois de uma vida vivida a seu belo modo e prazer, é a experiência do perdão, da reconciliação. Afinal de contas, Deus não se nega a si próprio, e o seu Amor é abundante. Por isso, ser abraçado pelo Pai traz a alegria da paz interior, do consolo, do conforto, da segurança, mas, sobretudo da oportunidade de uma nova vida a recomeçar.
Se é assim em vida, fazer a experiência do abraço com Deus, no fim da vida, para a eternidade, deverá deixar-nos mais tranquilos. Isto quis-nos dizer o Papa Francisco. “Se acreditamos nisto, a morte deixa de nos fazer medo, e podemos esperar partir deste mundo de forma serena, com tanta confiança. Quem conheceu Jesus, não teme mais nada”, garante-nos o Papa Francisco.
Na próxima quarta-feira, dia 1 de novembro, a Igreja celebra a Solenidade de Todos os Santos e, no dia 2, os Fiéis Defuntos. Estas são, por tradição, oportunidades para lembrar e rezar por aqueles que já partiram, por aqueles que já fazem esta experiência de serem abraçados por Deus Amor infinito.
Não posso deixar de relevar a partida, nesta semana que passou, do Cónego Pires de Campos, que conheci numa semana vocacional no Seminário de Almada, em 1993, e de cuja memória retenho o seu olhar atento, sereno e tranquilo, e do Padre Henrique de Noronha Galvão, meu professor de Cristologia na Universidade Católica, cuja sabedoria teológica nos transmitia com alegria, simplicidade e sempre com uma história ou uma graça no meio. Que o abraço de Deus Amor infinito nestas vidas seja para nós sinal de esperança, por uma vida de entrega a Jesus Cristo.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Há anos, Umberto Eco perguntava: o que faria Tomás de Aquino se vivesse nos dias de hoje? Aperceber-se-ia...
ver [+]
|
Pedro Vaz Patto
Já lá vai o tempo em que por muitos cantos das nossas cidades e vilas se viam bandeiras azuis e amarelas...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Vivemos um tempo de grande angústia e incerteza. As guerras multiplicam-se e os sinais de intolerância são cada vez mais evidentes.
ver [+]
|