Lisboa |
Visita Pastoral à Paróquia de Telheiras
Encontrar com Deus em qualquer momento
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É a única paróquia no país confiada ao Opus Dei. A Paróquia de Nossa Senhora da Porta do Céu de Telheiras, na cidade de Lisboa, recebeu a Visita Pastoral de D. José Traquina, que desafiou a “encontrar novas propostas” que possam ir ao encontro das famílias.

 

O Bispo Auxiliar de Lisboa D. José Traquina convidou os casais da Paróquia de Telheiras a nunca deixarem de fazer propostas aos casais que estão mais afastados da Igreja. “É preciso que haja propostas. Várias, diversas. Uma paróquia, uma comunidade cristã, tem de ter propostas pensadas, seja um retiro, uma peregrinação, uma recoleção, um curso de formação, uma missão… Hoje, precisamos muito de ter propostas a nível de Pastoral da Família, e estou convencido que, com imaginação, com criatividade, estas propostas vão dar frutos, que só Deus sabe”, salientou o Bispo Auxiliar, sublinhando que “estas propostas devem ir no sentido do encontro com Cristo”. No âmbito da Visita Pastoral a esta paróquia da Vigararia Lisboa IV, D. José Traquina encontrou-se com um grupo, constituído por seis casais, que tem a missão de dar o curso de preparação para o matrimónio e acompanhar famílias que batizaram os filhos, no último ano. “São pequenos grupos, criados para que as pessoas se sintam acompanhadas”, explicou o pároco, padre João Paulo Pimentel. “Eu chamar-lhe-ia uma equipa de Pastoral Familiar da paróquia”, salientou o Bispo Auxiliar de Lisboa, na tarde do passado Domingo, 19 de novembro, na sala de reuniões da igreja, valorizando “o que uma equipa de Pastoral da Família é e pode fazer em contexto paroquial”. “Em Benfica, quando fui pároco, tinha também uma pequena equipa de Pastoral Familiar que foi, de facto, um bem muito grande”, lembrou.

Neste encontro com os casais da Paróquia de Telheiras, D. José Traquina reforçou a ideia da presença de Deus no casamento. “O nosso ‘Sim’, que nós dizemos na Igreja, quer no sacramento do Matrimónio, quer no sacramento da Ordem, é um ‘Sim’ com a consciência da nossa fragilidade, mas que é dado porque se acredita no Deus da fidelidade, que nos chama. E há muitos casais que não têm isto presente, esquecem-se e não têm presente esta ajuda, não têm presente a ajuda de Deus para o seu casamento”, lamentou.

 

Significado especial

A celebração de encerramento da Visita Pastoral à Paróquia de Telheiras foi a última Eucaristia dominical que D. José Traquina presidiu enquanto Bispo Auxiliar de Lisboa. “Para mim, esta é uma celebração com significado especial porque será o último Domingo em que celebro nesta condição de Bispo Auxiliar de Lisboa”, manifestou, no início da Missa.

Na sua homilia, D. José Traquina recordou os dias vividos em Telheiras, de 16 a 19 de novembro. “Nestes dias tive a graça de presidir às celebrações da Eucaristia, verificando nos dias da semana de quinta e sexta-feira um número significativo de participantes. Na Eucaristia de sábado, tivemos a graça do Batismo, Crisma e Primeira Comunhão de quatro crianças. Nas celebrações e visitas efetuadas fui acompanhado pelo prior, padre João Paulo Pimentel. No exterior da igreja paroquial, visitámos algumas famílias em suas residências e algumas instituições, nomeadamente: o Centro Social da Santa Casa da Misericórdia, o Colégio Mira Rio, as Irmãs Religiosas do Bom Pastor e a Clínica Psiquiátrica de São José das Irmãs Hospitaleiras”, descreveu D. José Traquina.

O Bispo Auxiliar de Lisboa lembrou ainda o desejo antigo da paróquia de construir uma nova igreja. “Ressalta nesta visita o conhecimento do sonho da construção de uma nova Igreja Paroquial em Telheiras. O terreno está à espera, o tempo urge, existe uma comissão a coordenar o processo, é necessário o interesse e o envolvimento da comunidade paroquial e a igreja será construída. Será um marco histórico, um testemunho, uma afirmação de fé da comunidade cristã católica de Telheiras e corresponderá a melhores condições para promover a evangelização e contribuir para o bom ambiente desta zona da cidade de Lisboa”, manifestou.

 

Sonho antigo

A nova igreja de Telheiras vai ser dedicada a São João Paulo II. A garantia é deixada ao Jornal VOZ DA VERDADE pelo pároco. “Uma das razões para a escolha de João Paulo II é por ser o Papa da família. Há uma geração na paróquia que tem imensa devoção ao Papa polaco e está muito entusiasmada com o projeto. Pedimos aos arquitetos que projetassem um templo para 400 a 500 pessoas, porque interessa-nos também apostar muito nas salas de catequese e num salão grande”, explica o padre João Paulo Pimentel.

A construção da Igreja de São João Paulo II é um sonho antigo da paróquia de Telheiras. “Temos uma concessão do direito de superfície, concedido pela Câmara Municipal de Lisboa, que demorou bastante tempo, mas o contrato foi assinado no passado mês de junho. É um quadrado de terreno que está definido pelas ruas Hermano Neves e José Escada, junto à escola EB+1 de Telheiras, em frente à Biblioteca Orlando Ribeiro. Não é um terreno muito grande, mas é o suficiente e sobretudo está numa zona muito boa, hiper-cêntrica”, refere. O contrato com a autarquia obriga a que dentro de quatro anos a igreja esteja construída. “Temos de apresentar o projeto na Câmara até novembro de 2018. Houve um concurso, por convite, a vários arquitetos, que terão de entregar o projeto até dia 14 dezembro. Depois, o júri decidirá sobre o projeto vencedor até ao dia 9 janeiro do ano seguinte”, conta o pároco.

 

Crescer

Presente em Telheiras, como pároco, há um ano, o padre João Paulo Pimentel faz um balanço “muito positivo” da Visita Pastoral de quatro dias. “Podíamos ter ido a mais sítios, se tivéssemos mais tempo, porque houve instituições a que não conseguimos ir, sobretudo escolas públicas. Mas todas as pessoas que estiveram com o senhor Bispo gostaram imenso. O eco que tive dos leigos, dos jovens, foi muito positivo”, frisa. Este sacerdote destaca um episódio que presenciou, durante a semana de visita. “Numa conversa de corredor, vi D. José entretido com um senhor de 80 anos e com um miúdo de 14. Foi um momento que nos atrasou os encontros seguintes, mas foi muito belo, com o senhor Bispo ali entretido, a conversar, como se não tivesse mais nada para fazer. Portanto, aquela ideia do Pastor no meio do seu povo foi mesmo assim que aconteceu”, conta.

Do programa da Visita Pastoral, o pároco de Telheiras refere que “todos os momentos foram importantes”, mas destaca a visita à Clínica Psiquiátrica de São José. “Foi muito interessante, porque tivemos com as doentes que estão internadas. Há muitos sacerdotes que dizem ser um tesouro ter irmãs contemplativas na sua paróquia, mas é também um tesouro ter, na paróquia, irmãs hospitaleiras, de uma dedicação tão grande a pessoas que estão doentes”, observa, garantindo ter ficado “muito impressionado” com o testemunho que presenciou nesta instituição.

Telheiras tem cerca de 17 mil pessoas a residir na freguesia. Contudo, a frequência dominical é baixa, segundo o pároco. “Na Missa dominical, na atual igreja de Telheiras, temos tido cerca de 500 a 600 pessoas por Domingo. Claro que temos muitas paróquias em redor, onde as pessoas poderão ir, mas a minha perceção é que é preciso ajudar as pessoas a lembrarem-se da importância de ir à Missa no Domingo. É preciso chegar a muito mais gente”, destaca.

Também a catequese, onde estão atualmente cerca de 115 crianças, “tem muito para crescer”. “É preciso falar com os pais. Esse é um dos meus objetivos: sensibilizar os pais para que enviem os filhos para a catequese”, assume.

 

Rezar

A Paróquia de Telheiras procura “acolher bem todas as pessoas que a visitam e entram na igreja”. “A Igreja cresce mais não por grandes coisas, mas porque as pessoas se sentem bem, sentem que foram bem tratadas, bem acolhidas. A longo prazo, tenho visto que o bom acolhimento faz crescer a Igreja”, refere o pároco. A Igreja de Nossa Senhora da Porta do Céu de Telheiras está aberta diariamente, entre as 11 da manhã e as 13 horas, e depois novamente entre as 16 e as 20 horas. “Uma das imagens de marca da paróquia é que sempre que a igreja está aberta, há sempre um confessor disponível. E temos percebido que há muitas pessoas de outras paróquias que aqui vêm, de propósito, para se confessar. O meu desejo era que mais pessoas a visitassem diariamente, para estarem sossegadas com Nosso Senhor”, deseja o pároco. Nos últimos anos, “foram feitos vários pedidos à paróquia para tentar ter a igreja aberta à hora de almoço, altura em que as pessoas estão mais disponíveis”. No entanto, “é algo a que a paróquia não conseguiu ainda dar resposta por falta de gente que tome conta da igreja”. “Uma das condições que coloquei aos arquitetos da nova igreja – e essa tem mesmo de ser cumprida, porque se não ponho o veto no projeto – é que têm de encontrar uma solução para que qualquer pessoa, a qualquer hora, possa rezar na igreja, com segurança. No México por exemplo, há uma igreja onde tem um vidro, numa espécie de pórtico, coberto, onde as pessoas podem rezar, mas não entram na igreja. Pode ser um vidro, uma grade… mas eu quero um sítio onde as pessoas, mesmo em horas em que não possa estar lá alguém, possam ir rezar”, explica o pároco de Telheiras.

 

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Santificação da vida corrente

A Paróquia de Nossa Senhora da Porta do Céu de Telheiras foi criada em 2004, desanexando-se da Paróquia do Lumiar. Poucos meses depois, a comunidade cristã foi confiada ao Opus Dei, sendo mesmo a única paróquia do país entregue aos cuidados

pastorais dos sacerdotes desta Prelatura. “O Opus Dei cede os sacerdotes, no caso eu, como pároco, e o padre Carlos, como vigário paroquial, e ficamos libertos do trabalho pastoral ligado à Obra, para podermos estar a tempo inteiro dedicados à paróquia”, refere o padre João Paulo Pimentel, que tem em Telheiras a sua primeira experiência como pároco. Destacando “a facilidade em trabalhar com todo o tipo de pessoas”, este sacerdote frisa que “a mensagem da Obra é a santificação da vida corrente”. “Procuramos deixar uma mensagem de proximidade, que todos se podem unir a Deus e ter uma contemplação, sejam as crianças ou os mais velhos. Há que insistir na ideia de que as pessoas se podem encontrar com Deus em qualquer momento”, lembra.

Referindo que “a nível pastoral a paróquia funciona como qualquer outra”, este sacerdote salienta, porém, “as duas recoleções, para homens e senhoras, que decorrem uma vez por mês, para quem quiser entrar em contacto com os meios de formação e a espiritualidade da Obra”. “Sendo verdade que o Opus Dei não intervém na paróquia, devo reconhecer que conto com a colaboração e o apoio de vários fiéis do Opus Dei, alguns deles amigos de longa data, que têm na Nossa Senhora da Porta do Céu a sua paróquia”, observa ainda o pároco de Telheiras.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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