No passado Domingo, o primeiro do Advento, iniciámos um novo ano litúrgico. Com ele iniciou, também, um novo ciclo de leituras (Ano B) durante o qual vamos ser acompanhados pelo Evangelista São Marcos. Mas este novo tempo que agora vivemos, e que se prolonga por quatro Domingos até ao Natal, é um tempo que nos deve comprometer com Deus. Isto mesmo nos recordou D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa, na homilia da celebração de Ordenações a que presidiu, na igreja de Santa Maria de Belém, no Mosteiro dos Jerónimos.
Trata-se de um compromisso que deve implicar a nossa mudança de atitudes, a partir, desde logo, do interior do nosso coração. Só existirá a verdadeira conversão se formos capazes de deixar que o coração se transforme. Podemos ter muitas boas intenções, fazer muitos propósitos de melhorar, de mudar, de alterar alguma coisa na nossa vida, mas se não deixarmos que o coração mude, tudo será mais difícil. Não se trata de fazer algum tipo de cirurgia ou de transplante, mas de treinar o coração para o Amor. Um treino que, como qualquer outro esforço que se faça, precisa do alimento vitamínico da Palavra de Deus.
Na Palavra sabemos que encontramos a luz necessária para as muitas escuridões da vida, podemos confrontar-nos com a Verdade, que tantas vezes tendemos a omitir ou a escondermos, mas, sobretudo, na Palavra de Deus e pela Palavra somos interpelados e desafiados a participarmos da vida divina.
No documento que o então Papa Bento XVI, hoje emérito, escreveu sobre a Palavra de Deus (Verbum Domini), o Santo Padre observa que no coração dessa vida “há a comunhão, há o dom absoluto”. “Deus dá-Se-nos a conhecer como mistério de amor infinito, no qual, desde toda a eternidade, o Pai exprime a sua Palavra no Espírito Santo. Por isso o Verbo, que desde o princípio está junto de Deus e é Deus, revela-nos o próprio Deus no diálogo de amor entre as Pessoas divinas e convida-nos a participar nele” (nº6).
Por isso, este tempo de Advento deve servir para nós de oportunidade para começar ou voltar aos treinos. Porque o Natal que podemos viver, será o Natal que pudermos preparar.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Há anos, Umberto Eco perguntava: o que faria Tomás de Aquino se vivesse nos dias de hoje? Aperceber-se-ia...
ver [+]
|
Pedro Vaz Patto
Já lá vai o tempo em que por muitos cantos das nossas cidades e vilas se viam bandeiras azuis e amarelas...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Vivemos um tempo de grande angústia e incerteza. As guerras multiplicam-se e os sinais de intolerância são cada vez mais evidentes.
ver [+]
|