Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Questões de liberdade
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Não sou, decididamente, um artista no trabalho da madeira. Aliás, não sou artista. Mas não posso deixar de admirar tudo quanto um artista é capaz de fazer com um bocado de madeira. Seja esse artista um carpinteiro que fabrica móveis, seja ele um escultor que, de um tosco lenho, é capaz de fazer surgir uma imagem.

Mas de uma coisa estou certo. Aquele que conhece as regras do trabalho em madeira, esse tem muita mais liberdade para criar que eu, desconhecedor em absoluto dessas regras. Apenas aquele que está por dentro; aquele que aprendeu o conhecimento de quem foi artista antes de si, apenas esse tem liberdade para fazer de um pedaço de madeira uma obra de arte.

E também sei que, depois de começar, já não é possível voltar atrás: já existe caminho percorrido. Mas nisso – na capacidade de criar com o caminho percorrido – se encontra o artista.

Não raras vezes ouvimos dizer que a liberdade é a possibilidade de viver sem regras. Não sei como isso se poderá chamar, mas sei que não lhe podemos, em definitivo, dar o nome de “liberdade”. Aquele que conhece, esse pode mesmo, em determinados momentos, ultrapassar essas normas. Mas o ignorante, tal como o principiante, esses podem apenas tentar. Das suas mãos sairá unicamente algo de tosco.

Nem existe liberdade sem ter em conta o caminho já percorrido. É com ele que contamos. É com ele que vivemos. É com ele que nos fazemos e somos. Aquele que persiste em recomeçar constantemente do “zero”, esse fica prisioneiro do começo, nunca chegará a criar nada.

Deus ofereceu-nos a liberdade para nos construirmos com Ele, como santos. Mas isso não tem nada a ver com um estilo de vida que procure sempre fazer e ser como se à sua volta e antes de si mesmo nunca nada tivesse acontecido.

Para sermos gigantes, temos que, em definitivo, viver aos ombros daqueles que foram grandes antes de nós.

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