Domingo |
À procura da Palavra
Pela mão de Maria
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DOMINGO IV DO ADVENTO Ano B

“Conceberás e darás à luz um Filho,

a quem porás o nome de Jesus.”

Jo 1, 31

 

De Nazaré a Belém, vamos num voo de águia: de manhã o “sim” de Maria e à noite o “choro primeiro” do Filho de Deus feito homem! O tempo tem destas coisas e estamos sempre a acolher Deus que é Emanuel, “Deus connosco”. Na simplicidade da casa de Maria em Nazaré e no inesperado despojamento do presépio de Belém, Deus revelou-se na pequenez e na fragilidade, salvador para todos, de braços abertos a todos. E toda a história da Aliança de Deus com Israel confluiu para aquele singelo encontro de uma jovem com um anjo. Ela, sem o saber, é porta-voz da humanidade que tem sede de Deus; ele, portador de uma mensagem e incumbido de levar uma resposta, saberia da admirável mudança da história em que participava?

O mundo mudou, mesmo sem se dar conta disso, depois da resposta de Maria. Não tremeram tronos, nem caíram estrelas no céu, não falaram os animais, nem acabaram as guerras. Com a delicadeza de tudo o que é maravilhoso, Deus começara a ser homem no seio de uma mulher. Desta mulher, Maria, escolhida para a missão mais admirável que se possa imaginar, livre para dizer um “sim” pleno de entrega, numa fé dialogante e luminosa, e confiando-se totalmente a Deus que lhe pedia o que parecia impossível! Por um momento, Deus, o anjo, o universo, estiveram suspensos num silêncio, de segundos (ou de séculos?), da resposta de Maria! Assim o conta José Luís Martin Descalzo num poema: “Mas, como dizer-lhe “não”? / Como negar ao sol o direito de ser luz e iluminar? / Como regatear com Ele, / pôr-lhe condições, pedir-lhe garantias? / O amor é assim: eleger sem eleição. // E “faça-se” lhe disse. / E recordo que o anjo sorriu / como se acabasse de tirar-lhe um grande peso de cima / como se agora pudesse já atrever-se a regressar ao céu. / E um pássaro cruzou por trás da janela. / E a tarde pôs-se como se o sol sangrasse. / E o ar encheu-se de sinos / como se o próprio Deus estivesse contente.

Maria é a “cheia de graça”, a mais bela da humanidade, habitada pelo mistério de Deus. Espera o que verdadeiramente não compreende em plenitude. Não se perturba com a presença do anjo mas com as suas palavras, reflectindo nelas. Sabe que Deus nada impõe, e o anúncio torna-se diálogo. A sua pergunta não é vã curiosidade e a resposta do anjo é convite à fé na grandeza surpreendente de Deus. O seu “sim” vem curar todos os nossos “nãos”!

Entramos no Natal pela mão de Maria. É ela que nos põe Jesus Menino nos braços e, ao olharmos para o seu rosto reconhecemos todos os que amamos e cuidamos. É como ela que não regateamos nem adiamos o “faça-se” que Deus precisa, para fazer em nós e connosco maravilhas inesperadas. É na serenidade da sua confiança que, na humildade das nossas qualidades e meios, nos abrimos à acção do Espírito Santo. É na alegria da sua entrega que somos Natal, em mil gestos de ternura. Maria, dá-nos Jesus para O darmos como tu!

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