Lisboa |
Visita Pastoral à Paróquia de Torres Vedras
“Continuem este caminho de construção do reino de Deus”
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É conhecida por ser a paróquia do Cardeal-Patriarca. Torres Vedras recebeu a Visita Pastoral, com D. Joaquim Mendes a deixar “um convite a cada cristão, a cada família e a cada comunidade a crescerem como evangelizadores”.


De visita à Paróquia de Torres Vedras, o Bispo Auxiliar de Lisboa considerou que o tema da Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras – ‘Palavra e Missão’ – é um desafio à evangelização. “É um renovado convite a cada cristão, a cada família e a cada comunidade a crescerem como evangelizadores; a um empenho por uma melhor formação cristã; ao aprofundamento do amor e da adesão ao Senhor; a um testemunho mais claro do Evangelho”, salientou o prelado, na Missa conclusiva da Visita Pastoral a esta paróquia, na Igreja da Graça.

Durante seis dias, entre 16 e 21 de janeiro, D. Joaquim Mendes conheceu de perto a realidade da paróquia torriense. “Dou graças ao Senhor pelo testemunho de fé, sentido de pertença à Igreja, comunhão eclesial, compromisso cristão e solicitude e serviço aos mais frágeis que tive a oportunidade de ver na vossa comunidade cristã, nos diversos encontros que tive e nas visitas a várias instituições. Dou graças ao Senhor pela proximidade, colaboração e boas relações entre as diversas instituições que, de diversos modos, servem o bem comum. Só assim poderemos fazer melhor e chegar mais longe. Agradeço a todos o acolhimento, as atenções e o bem que realizam, contribuindo para a construção do projeto que Deus quer levar por diante no mundo. Não parem! Continuem este caminho de construção do reino de Deus, de justiça, solidariedade, compaixão, fraternidade e paz”, destacou o Bispo Auxiliar de Lisboa, na homilia da Eucaristia.

 

Visita de gestos

Presente em Torres Vedras desde setembro de 2016, o pároco, cónego Daniel Batalha Henriques, faz “um balanço muito positivo” da Visita Pastoral. “Julgo que se terão cumprido os objetivos desta Visita Pastoral: que o Bispo pudesse conhecer em maior profundidade a paróquia e ter aquela presença do pastor que anima, que exorta, que incentiva com a sua presença e a sua palavra”, assinala o sacerdote, ao Jornal VOZ DA VERDADE. Durante uma semana, o Bispo Auxiliar de Lisboa conheceu diversas entidades civis. “O senhor D. Joaquim visitou várias instituições, quer no âmbito da segurança, da proteção civil e da ação social. O acolhimento foi excelente e, também aí, a presença do Bispo foi incentivo. As pessoas são muito dedicadas e sabe bem quando o seu trabalho é confirmado por alguém que vem de fora, neste caso em nome da Igreja”, aponta o cónego Daniel, de 51 anos, lembrando ainda a visita do Bispo Auxiliar à Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, onde, “além da Eucaristia que celebrou, esteve à cabeceira dos doentes acamados, abençoou-os e foi um estímulo para os próprios trabalhadores”. “Muitas vezes, não é tanto o discurso que faz mas os próprios gestos”, frisa, destacando a “presença muito forte dos leigos nas instituições culturais, desportivas, recreativas, sociais das freguesias”.

 

Reativar o conselho pastoral

A Paróquia de Torres Vedras está agora a retomar o conselho pastoral paroquial, “que estava criado, mas há muitos anos não funcionava”. “O primeiro encontro foi com senhor Patriarca, na abertura da Visita Pastoral, no dia 14 de janeiro, e o encontro com senhor D. Joaquim foi então o começo ‘oficial’. O senhor Bispo deixou uma palavra especial e deu uma formação acerca do que se pretende que seja um conselho pastoral paroquial”, refere o pároco.

Nos grupos paroquiais, D. Joaquim Mendes encontrou-se com as famílias das crianças da catequese, a que se seguiu um encontro com os mais de 100 catequistas. “Foi uma palavra muito forte, os catequistas sentiram-se muito reconfortados. É uma missão difícil, por vezes de algum desalento, e a palavra do senhor Bispo foi muito estimulante, ajudou a animar e a clarificar alguns pontos”, garante este sacerdote, a propósito da catequese em Torres Vedras que tem cerca de 1000 crianças.

Nos seis dias de Visita Pastoral, D. Joaquim Mendes teve ainda encontros com os crismandos adultos e os jovens, e visitou diversas aldeias, os doentes, o Jornal Badaladas – propriedade da paróquia e fundado há 70 anos –, a Associação para a Educação de Crianças Inadaptadas (APECI), o Lar de São José e o Centro Social Paroquial. “O senhor Bispo esteve com a direção, os colaboradores, as crianças, e conheceu o projeto que nós temos de apoio às vítimas de violência e visitou a família de refugiados que acolhemos”, conta o cónego Daniel, sublinhando igualmente a “presença forte junto das comunidades de vida consagrada”. “Os consagrados na vigararia estão todos sediados em Torres Vedras: os Franciscanos, as Irmãs Teresianas e as Missionárias Apóstolas da Palavra. Foi muito bom, o senhor Bispo pôde celebrar e estar alguns momentos com os religiosos”, assinala.

 

Realidade paroquial muito trabalhada

Juridicamente, existem duas paróquias na cidade de Torres Vedras: Paróquia de São Pedro e Santiago e Paróquia de Santa Maria e São Miguel. “Torres Vedras tinha quatro paróquias no centro da cidade. Em finais do século XIX, Santiago foi anexada a São Pedro e São Miguel foi anexada a Santa Maria, ficando então duas paróquias. Pastoralmente, funciona como uma só paróquia”, explica o cónego Daniel Batalha Henriques. “Torres Vedras tem uma realidade paroquial muito trabalhada pelos párocos anteriores e tem também uma presença muito forte dos movimentos, concretamente dos Cursistas, das Equipas de Nossa Senhora e dos Casais de Santa Maria. Esta presença tem marcado muito a formação e a espiritualidade das pessoas”, indica este sacerdote, que tem a colaboração do padre George Sebastian Paikada, vigário paroquial (coadjutor), e de dois diáconos permanentes, José Alberto Carvalho da Silva e Joaquim Amílcar de Carvalho Cruz.

Torres Vedras, segundo o cónego Daniel, “funciona como o epicentro de todo o concelho, para onde tudo converge”. “Para se ter uma ideia, na rua onde eu moro há oito instituições bancárias diferentes”, salienta.

Em toda a vigararia, a Paróquia de Torres Vedras é a única que tem, ao Domingo, Eucaristia às 19 horas. “Por vezes, quando as pessoas não conseguem ir à Missa de manhã nas suas paróquias, vêm aqui a Torres Vedras”, explica, sublinhando que “parte significativa das pessoas que frequentam ocasionalmente a Paróquia de Torres Vedras não é de cá”. O pároco torriense lamenta, contudo, os dados recolhidos recentemente sobre a participação na Eucaristia. “Percebemos que, desde última Visita Pastoral, há 25 anos, houve uma quebra muito grande. Aumentou a população, mas houve uma quebra, para menos de metade, além do envelhecimento de mais de dez anos na média etária. Espero que a Visita Pastoral suscite um sentido de missão e de evangelização, junto das famílias e dos jovens”, deseja o pároco.


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Um centro pastoral para a diocese

Inaugurado em 2014, o Centro Pastoral de Torres Vedras era “uma obra muito necessária”, que “veio responder cabalmente a uma série de necessidades da paróquia”. Por outro lado, aponta o cónego Daniel, “o centro pastoral foi pensado também em função da própria diocese”. “No fundo é um polo muito central, aqui na zona oeste, para atividades diocesanas”, expõe.

A obra tem “uma dívida pesada para se pagar”, além de “custos elevados de manutenção”. “Uma forma que encontrámos para fazer face a essas despesas é através do aluguer dos espaços, concretamente do auditório. Procuramos que quem alugue o espaço, e o que vem cá fazer, não entre em choque com o que é um centro pastoral”, afirma o pároco de Torres Vedras, sublinhando as características do edifício: “O auditório está pensado para congressos e não tanto para sala de espetáculos, concertos ou teatro. Tem um preço acessível, excelente estacionamento e uma localização fantástica, porque está muito perto de Lisboa, e tem um conjunto de respostas que podem ser complementares a nível de alojamento, catering e coffee break, além da resposta cultural interessante”.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Jornal Badaladas
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