Lisboa |
Visita Pastoral às paróquias de A-dos-Cunhados e Vimeiro
O desafio a ser uma família de famílias
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Durante seis dias, as paróquias de A-dos-Cunhados e Vimeiro receberam a Visita Pastoral de D. Joaquim Mendes. Nestas paróquias da Vigararia de Torres Vedras, o Bispo Auxiliar de Lisboa lembrou que “a arte de viver com Deus aprende-se, em primeiro lugar na família e, simultaneamente, na comunidade cristã”.

“Para Jesus não há gente para acolher e gente para evitar. Gente agradável e desagradável, simpática ou antipática. Há simplesmente gente para acolher e para amar. Jesus acolhe a todos, não faz acepção de pessoas. Assim devemos fazê-lo nós também”. Foi desta forma que D. Joaquim Mendes desafiou a comunidade que o escutava, na homilia de encerramento da Visita Pastoral, no passado Domingo, dia 11 de fevereiro, na igreja paroquial de Nossa Senhora da Luz, em A-dos-Cunhados, Vigararia de Torres Vedras. O Bispo Auxiliar de Lisboa também convidou os fiéis à imitação do “comportamento de Jesus” e explicou o contributo que essa ação pode ter para a transformação da sociedade. “Com a força que nos vem da fé, da Palavra e do agir de Jesus, nosso Mestre e Senhor, procuremos ser exemplo e testemunho, acolhendo os doentes do corpo e da alma, devolvendo-lhes a saúde e a esperança, em virtude da força de Cristo”, referiu.

A concluir a Visita Pastoral às paróquias de A-dos-Cunhados e Vimeiro, o Bispo Auxiliar de Lisboa agradeceu o acolhimento “fraterno” e a colaboração na missão da Igreja, nestas paróquias que são “uma parcela viva da Igreja diocesana”. D. Joaquim Mendes lembrou ainda as comunidades visitadas durante a semana (Sobreiro Curvo, Póvoa de Penafirme, Boavista, Maceira, Palagueiras e Parada), onde garante ter encontrado “um grande amor ao Senhor, um forte sentido de pertença à Igreja e um zelo pastoral para manter viva a chama da fé e transmiti-la aos mais novos, através da catequese e do testemunho cristão”.

 

A quem muito é dado, muito será pedido

Na paróquia de A-dos-Cunhados que tem no seu território o Seminário e o Externato de Penafirme, D. Joaquim Mendes deixou um apelo: “Estas presenças são um dom para a comunidade, mas, ao mesmo tempo, uma responsabilidade, porque ‘a quem muito é dado, muito será pedido’. Acarinhai, acompanhai, e apoiai esta presença formativa e educativa”. A Visita Pastoral de seis dias passou também pelo Centro Social da Maceira e pelo Lar de Paradas. “Uma presença da Igreja ao serviço aos mais débeis e às famílias. Dou graças ao Senhor pela vitalidade cristã da comunidade, pelo seu testemunho de fé, que se manifesta nas obras da fé. Que ela cresça sempre mais e se alargue num testemunho de evangelização e de serviço”, desejou D. Joaquim Mendes.

Na celebração de encerramento da Visita Pastoral, o Bispo Auxiliar de Lisboa garantiu que “a arte de viver com Deus aprende-se, em primeiro lugar na família e, simultaneamente, na comunidade cristã”, insistindo que “a família deve continuar a ser o lugar onde se ensina a perceber as razões e a beleza da fé, a rezar e a servir o próximo; e a comunidade cristã, a família alargada, família de famílias, constantemente enriquecida pela vida de todas as igrejas domésticas”. É por isso que “a Igreja é um bem para a família, e a família é um bem para a Igreja”. “Cultivai esta reciprocidade, e procurai alargá-la sempre mais, para transmitir às crianças, aos adolescentes e aos jovens esta arte de viver com Deus, a beleza da vida cristã, a vida em Cristo e com Cristo”, apelou D. Joaquim Mendes

 

Ser uma família de famílias

Já uma hora antes, no encontro com crianças e jovens da catequese e os escuteiros das paróquias de A-dos-Cunhados e Vimeiro, perante uma sala cheia de rostos curiosos, D. Joaquim tinha referido o mesmo tema. “Deus nunca nos tira nada. Quer que sejamos felizes e enriquece-nos com a força do seu espírito”. E é precisamente “na família que nós descobrimos as razões da fé, a beleza da fé”. “Pela experiência dos nossos pais que se amam com um amor que Deus abençoou e que enriquece com a sua graça para serem seus colaboradores na transmissão da vida, na educação, na transmissão da fé”, referiu. É por isso, explica, que “a comunidade cristã que nós formamos deve tender a ser cada vez mais uma família. Nós não somos estranhos. A fé em Jesus e a vocação baptismal faz de nós irmãos. Nós, comunidade cristã, somos uma família de famílias. E devemos cultivar este espírito de família. Um espírito que fala de proximidade, de ternura, de acolhimento, de ajuda, de perdão”.

 

A Igreja somos nós

O Bispo Auxiliar de Lisboa explicou também que “quando falamos de Igreja falamos de nós”. “Cada comunidade é uma parcela da Igreja. E esta Igreja tem rostos, somos nós”. “Somos uma Igreja Santa porque temos a presença de Deus no meio de nós. Mas somos uma Igreja pecadora porque nem sempre conseguimos acertar a nossa vida por aquilo que Jesus nos propôs”, constatou D. Joaquim Mendes.

No encontro com os mais novos, o Bispo Auxiliar apelou também à coerência entre o que se deseja e o que se pratica. “Se queremos esta Igreja mais santa, temos de ser mais santos. Se queremos que seja mais missionária, mais saída, com mais carinho, mais próxima dos frágeis, dos pobres, então vamos ser nós assim”, apontou. Uma Igreja onde “todos são necessários”, garante. Todos “contribuem segundo a sua condição para este crescimento e esta santificação da Igreja e da sua missão no mundo”.

 

Investir na família

Durante muitos anos, A-dos-Cunhados e Vimeiro foram “terras esquecidas”, que se foram transformando em terras de “forte desenvolvimento económico”, fruto do investimento agrícola. Quem conta é o cónego Eduardo Coelho, pároco daquelas comunidades há 12 anos. Nestas paróquias, onde a prática da eucaristia dominical “ronda os 20 por cento”, para além da catequese da infância e da adolescência, existem “alguns grupos de jovens e catequese de adultos”. Há também “um bom agrupamento de escuteiros e uma escola paroquial que funciona há seis anos”, expõe o cónego Eduardo, explicando que tem ainda muita relevância “a religiosidade popular”, sobretudo por ocasião das várias festas das paróquias. E, “sabendo que a chave da evangelização efetiva e afectiva passa pela família”, explica que têm investido nesse campo, “criando equipas de casais que vão crescendo em conjunto na sua vocação e missão de casais cristãos”. Hoje já são cerca de quarenta os casais que integram as várias equipas, enumera o pároco de A-dos-Cunhados e Vimeiro.



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Visita Pastoral às paróquias de Maxial e Monte Redondo

Redescobrir o sentido de ser Igreja

 

Também as paróquias do Maxial e Monte Redondo, no interior do concelho de Torres Vedras, receberam a Visita Pastoral. “Há 25 anos que não se recebia a Visita Pastoral de um Bispo”, conta o padre José Miguel Ramos, pároco destas comunidades há quase 10 anos.

 

texto por Clara Nogueira, fotos por Arquivo

 

Foi “uma experiência muito positiva e muito bonita para toda a comunidade”, contou, ao jornal VOZ DA VERDADE, o pároco das paróquias do Maxial e Monte Redondo, padre José Miguel Ramos. “As pessoas esmeraram-se no desejo de acolher bem o Senhor Bispo e deixaram-se tocar muito pelo testemunho de D. Nuno Brás. As suas palavras foram, sobretudo, um apelo à redescoberta da alegria de pertencer a Cristo, de ser Igreja e de perceber que só Jesus nos pode dar a felicidade porque é Ele que faz a diferença nas nossas vidas”, lembrou o sacerdote de 36 anos. “Tivemos vários encontros, visitámos muitas escolas onde as crianças tiveram a ocasião de colocar perguntas muito interessantes ao Senhor Bispo. As pessoas ficaram muito sensibilizadas pela manifestação de alegria, proximidade, e pela linguagem muito acessível e ao mesmo tempo muito profunda”, conta.

 

Sentido de ser Igreja

O padre José Miguel garante que a visita de D. Nuno Brás foi “um revigorar e um redescobrir do sentido de ser Igreja, da fé que vem dos apóstolos”. Entre visitas, reuniões, jantares de convívio, “as pessoas tiveram oportunidade de estar mais perto do Senhor Bispo, de conviver, de conversar. Foi muito bonito”. Também numa noite de encontro com os jovens, D. Nuno Brás teve a oportunidade de “escutar alguns apelos e interpelações dos jovens, de falar com eles”. Um grupo “muito pequeno” mas muito “ativo e dinâmico” e “que se sentiu muito estimulado”, explicou o pároco.

A visita à paróquia do Maxial, dividida em inúmeras comunidades,  passou por Vila Seca, Aldeia Grande, Folgarosa, Ermegeira e Loubagueira. “Apesar de não ter muitos habitantes, esta é uma paróquia que tem várias comunidades com vitalidade. E foi muito positiva e benéfica a presença de D. Nuno. Entusiasmou muito os cristãos”, realça o padre José Miguel. A paróquia de Monte Redondo é “das mais pequenas”, com menos de mil habitantes. É uma comunidade muito antiga e embora “muito pequena”, conta com “cristãos muito ativos”. Já o Maxial, com seis lugares de culto, “é uma paróquia muito extensa, com muitos lugarejos, com muitas comunidades e realidades”. Mas “nota-se aqui a ausência de jovens e com pouca ligação à Igreja”, explica o pároco. Ao mesmo tempo, “as comunidades são bastante vivas e participativas”. Entre catequese, pessoas ligadas ao Apostolado de Oração, ao Conselho Pastoral Interparoquial, ao Conselho Económico, as forças vivas da paróquia centram-se também nos cantores, leitores, acólitos e ministros da comunhão.

 

texto por Clara Nogueira; fotos por Clara Nogueira e Jornal Badaladas
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