Lisboa |
Novo portal dos Jesuítas em Portugal
Ponto SJ: ousar um olhar sobre o mundo a partir de fora
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O novo portal dos Jesuítas em Portugal (www.pontosj.pt) foi apresentado recentemente e juntou, no mesmo local, duas duplas que puseram em prática o exercício de se colocarem no lugar do outro. Tudo para “dar espaço ao diálogo”.

 

Encontros improváveis para pôr em prática o exercício de colocar-se no lugar do outro e, assim, dar espaço ao diálogo. Foi este o mote das conversas que juntaram no palco do Café-Teatro da Comuna, em Lisboa, duas duplas que à partida não se juntariam para conversar: a eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, e a Irmã Júlia Bacelar, e ainda o cronista João Miguel Tavares e o padre jesuíta Francisco Mota. Numa conversa a quatro, moderada pelo jornalista Paulo Nogueira, todos sublinharam esta necessidade de aproximação entre pessoas que pensam de maneira diferente.

O motivo para este encontro foi o lançamento do Ponto SJ (www.pontosj.pt), o novo portal dos Jesuítas em Portugal, que será um espaço de opinião e reflexão sobre temas da atualidade, desde a fé, cultura, educação, justiça e política. O seu objetivo é precisamente ajudar a Igreja a aceitar "com humildade" um olhar sobre o mundo "a partir de fora", afirmou o provincial dos jesuítas. Na sua intervenção inicial, o padre José Frazão Correia sublinhou  a abertura, mas também o risco, que este novo projeto editorial na área da comunicação pressupõe, ao trazer perspectivas diferentes sobre a realidade. Algo que, acrescentou, não implica uma perda de identidade por parte da Igreja. "O cristão não renuncia à sua identidade por tentar pôr-se no lugar do outro. Deve, para animar a sua identidade, pôr-se no lugar do outro. E o outro não deve ser aquele que queremos conquistar para o nosso lado ou aquele em que nos podemos dissolver. O outro é aquele por quem devemos estar dispostos a dar a vida", afirmou o jesuíta. José Frazão Correia reconhece a exigência desse trabalho, ainda mais num tempo em que o debate no espaço público parece extremado e marcado pela falta de "cavalheirismo". "O diálogo é uma forja exigente, verdadeiramente de encontro. É fácil cavar fossos ou erguer barricadas com armas apontadas ao adversário. Mas talvez seja mais urgente construir pontes: uma construção que liga duas margens e que, sem ela, nunca se tocariam"

Marisa Matias reconheceu que existe muita distância e falta de diálogo entre instituições e salientou a importância de projetos de comunicação como o Ponto SJ, que abrem espaço para este encontro. A eurodeputada afirmou também que "há muita intenção de não comunicar, de nos entrincheirarmos e de ficarmos na nossa zona de conforto". Por isso considerou muito positivo e enriquecedor o encontro com a Irmã Júlia Bacelar, que trabalha com mulheres em situação de extrema vulnerabilidade, uma problemática a que é muito sensível.

Da conversa entre os homens, ficou a impressão de João Miguel Tavares, que se intitula "católico ateu", uma vez que o seu percurso pessoal é de constante aproximação e afastamento da Igreja. O cronista sublinhou as necessidades espirituais que muitas pessoas hoje sentem e desafiou a Igreja a procurar estes "ateus honestos", mas com uma atitude diferente do antigamente, "não tão prosélita". O jornalista considerou que "há buracos existenciais profundos na vida das pessoas" e que muitos estão dispostos a escutar o que a Igreja tem a dizer.

O Ponto SJ ficou online no dia 23 de fevereiro e está disponível em www.pontosj.pt.

texto por Jesuítas em Portugal; fotos por João Ferrand/Companhia de Jesus
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