Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Aprouve a Deus
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Claro que Deus poderia ter salvo o ser humano por outro meio. Não o fez. Escolheu salvar-nos por meio de Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado. Recorda-o muitas vezes S. Paulo nas suas cartas. “Aprouve a Deus”.

Certamente: nesse desígnio de salvação que é aquele que Deus escolheu para todos os seres humanos (em Jesus, Deus feito Homem) existe ordem, existe uma lógica, a “lógica de Deus”. Com efeito, Deus actua assim, com lógica, desde sempre. A começar pela própria criação: de uma terra informe e vazia, Deus separa a luz das trevas e vê que a luz era boa (Gen 1,1-2). E S. João, no início do seu evangelho, não hesita em dizer que essa lógica, essa ordem, esse segredo do universo têm nome e rosto: é Jesus Cristo, o “logos” feito carne (Jo 1,1.14).

Ao ser humano cabe viver nesta lógica de Deus. Cabe percebê-la pela razão; vivê-la pelo coração; anunciá-la pela palavra (“Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação”, diz S. Paulo – 1Cor 1,21).

Viver na “lógica de Deus” – o mesmo é dizer: viver com Jesus Cristo (“em Jesus Cristo”, diz S. Paulo várias vezes) e permanecer nele (diz S. João) – é a missão do ser humano ao longo da sua vida e, ao mesmo tempo, esse é o caminho para a liberdade verdadeira e para a felicidade (do ser humano e de todo o mundo que o rodeia).

De há uns anos a esta parte (sobretudo a partir de meados do século passado) o ser humano procurou encontrar uma “lógica alternativa”. Claro que sempre existiram lógicas que procuravam ser “alternativas” a Deus – mas eram de pessoas individuais, sem verdadeiras consequências sociais. Agora, ao contrário, tratava-se de propor à sociedade que abandonasse a lógica de Deus para passar a viver, de uma forma organizada, na lógica humana. Um pouco como aconteceu com a Torre de Babel (Gen 11), em que os homens procuraram criar um modo humano de chegar ao céu, à margem e em paralelo à vontade divina. Estas lógicas viram-se sempre destinadas ao fracasso, não apenas porque não divinas mas também porque desumanas.

“Aprouve a Deus”. Esta é a atitude que nos é requerida a nós, cristãos. Viver na lógica de Deus, abandonando as lógicas do mundo. A Quaresma é aquele período em que nos propomos treinar mais intensamente a nossa vida para chegarmos cada vez mais perfeitamente a viver a felicidade daquele “aprouve a Deus” que é o segredo de tudo o que existe. Sabendo que a “lógica divina” sempre nos ultrapassa, mas conscientes também de que é nela que reside a própria vida (a “vida eterna”, quero dizer).

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