Lisboa |
Domingo de Ramos, na Sé Patriarcal de Lisboa
“A Páscoa de Jesus ou se leva a sério ou redunda em nada”
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa pediu aos cristãos uma Páscoa levada “a sério”. Na celebração de Domingo de Ramos, na Sé Patriarcal, D. Manuel Clemente alertou ainda para a redução do verdadeiro significado deste tempo litúrgico.

 

“Chegados à Semana Maior, entremos verdadeiramente na paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus, verdadeira substância da Páscoa. É por excelência tempo de graça, uma vez que a Liturgia nos oferece palavras e ritos essenciais, para que realmente nos transformemos com eles. Trata-se de ‘passar’ com Cristo para o Pai, trata-se dum caminho a percorrer. Caminho estreito, como nos foi advertido pelo Senhor, que queremos acompanhar sobremaneira nestes dias”, apontou o Cardeal-Patriarca, no início da sua homilia.

Esta Missa na Sé de Lisboa, na manhã do passado dia 25 de março, assinalou o início da Semana Santa. “A Páscoa de Jesus ou se leva a sério ou redunda em nada, no que a nós respeita. Jesus nunca recuou um passo no caminho que abriu. Nunca aligeirou a proposta de seguimento total. Aproximou-se de todos, em especial dos que ninguém queria, atacados pelas lepras do corpo ou da vida. Mas para os tirar daí, com conversões radicais ao Evangelho que propunha”, sublinhou. 

D. Manuel Clemente alertou ainda para o que chamou de “sonolência espiritual”. “Assim connosco, sempre e também agora. Especialmente quando uma certa habituação ao calendário “cristão” lhe reduz o significado e o dilui em antigos ou requentados paganismos. Quando tal acontece, e se usa e abusa do nome de Cristo para lhe anular a cruz, nem acontece Páscoa nem se mudam as vidas. Usando um vulgarismo, ficamos “cada vez mais na mesma”, presos a equinócios primaveris, distrações variadas e especialidades da época. Mesmo quando sejam coisas relativamente boas, são absolutamente insuficientes, para nós e de nós para os outros. Podemos chamar-lhes sonolência espiritual. Também atingiu os próprios discípulos, mesmo os que tinham estado mais perto de Jesus, do que fizera e dissera”, recordou.

 

“Que nada nos distraia do essencial”

Nesta celebração, o Cardeal-Patriarca pediu entrega de vida. “Não nos pareça estranho o que é afinal a verdadeira lei da vida, que apenas se garante na entrega de si. E sempre com Cristo, em qualquer Getsémani que nos surja, digamos que sim e sigamos em frente. Acaba por ser mais uma ocasião de crescimento, com Deus para os outros e com todos para Deus. É esta a Páscoa que Cristo nos oferece. Hoje mesmo, nas circunstâncias e vicissitudes da vida própria e alheia, não nos alheemos de nós nem dos outros. Bem pelo contrário, entreguemo-nos sempre, entreguemo-nos mais no sentido do bem. Não o conseguiremos sozinhos. A segurança está em Deus, que nos sustenta”, salientou, terminando: “Que nada nos distraia do essencial, que é o seguimento de Cristo, da Ceia até ao Horto, do Horto até à Cruz”.

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