Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Informar é formar
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Imagine que um sacerdote é acusado, num meio de comunicação social, de ter cometido algum crime e pode ou não ser verdade; um catequista é acusado de ter-se portado incorretamente com as crianças e isso é ou não verdade; um dirigente de alguma instituição particular de solidariedade social, ligada à Igreja, está a ser investigado por qualquer motivo de corrupção, verdadeira ou não. Estes são cenários possíveis de acontecer, mas por vezes podem ser, apenas, ‘fake news’, isto é, notícias falsas que, uma vez divulgadas e sejam verdade ou não, criam o seu impacto negativo nas pessoas, nos acusados e na própria Igreja.

Se se trata, apenas, de ‘fake news’ é preciso ter a consciência de que estas têm em vista o desacreditar de alguém, da posição de um outro. Mas também as ‘fake news’ pretendem justificar determinadas atitudes ou comportamentos, manipular opiniões com vista à concretização de algum objetivo. Refere o Papa Francisco, na Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que as ‘fake news’ podem “visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros económicos”. Por isso, o consumidor de notícias está sujeito a este perigo constante das notícias falsas, se não houver da parte dos que produzem e trabalham a notícia uma maior preocupação na confirmação de fontes e de factos. “No meio do frenesim das notícias e na voragem dos scoop, tem [o jornalista] o dever de lembrar que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá-la nem o impacto sobre a audience, mas as pessoas. Informar é formar, é lidar com a vida das pessoas. Por isso, a precisão das fontes e a custódia da comunicação são verdadeiros e próprios processos de desenvolvimento do bem, que geram confiança e abrem vias de comunhão e de paz”, acentua o Papa Francisco.

Conforme se percebe, este tema das ‘fake news’, que afeta a vida das sociedades e tantas vezes destrói fama e retira liberdade, é motivo de preocupação também para a Igreja e, por isso, ela procura refletir, debater e esclarecer sobre o assunto.

No entanto, quando os factos que apresentámos no início deste texto são verdade, como se pode lidar com eles? Que reação podem ter aqueles que trabalham na comunicação da Igreja diante determinadas acusações? Como se lida com a comunicação? Como se faz um comunicado de imprensa? Como se prepara uma conferência de imprensa?

Estas são algumas questões que neste sábado, 28 de abril, vão ser abordadas e refletidas na 3ª Jornada Diocesana da Comunicação, promovida pelo Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa, a realizar no Centro Social Paroquial de Carnaxide. Esta jornada, que vai contar com exercícios de ‘media training’ e debate entre profissionais, tem em vista ajudar aqueles que assumem responsabilidades na comunicação em meios eclesiais, dando instrumentos e orientações para uma melhor comunicação. 

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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