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“Batismo imprime caráter permanente”
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O Papa Francisco prosseguiu a catequese sobre o Batismo. Na semana em que o Papa pediu união aos cristãos para travar escravatura moderna, o Vaticano divulgou o programa da viagem ecuménica papal a Genebra. Francisco pediu ao mundo que cuide dos idosos e doentes e, em mais um ‘O Vídeo do Papa’, apelou a leigos criativos.

 

1. O Papa lembrou a “marca espiritual” que o Batismo imprime. “O momento central do Batismo é o triplo derramamento de água sobre a cabeça da pessoa batizada enquanto o Ministro pronuncia o nome dela e acrescenta: «Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo». Outrora, em vez do derramamento da água sobre a cabeça, fazia-se uma tripla imersão na piscina batismal, permitindo uma visão mais sugestiva da graça que confere este sacramento: é sepultado o homem velho com as suas paixões enganadoras e renasce uma nova criatura. Este renascimento exige que seja reduzida a pó a criatura velha, corrompida pelo pecado; e a fonte batismal é o lugar onde, com Cristo, se faz a passagem, a Páscoa, da morte do pecado para a vida nova de ressuscitados. Tornamo-nos filhos no Filho Jesus”, lembrou o Papa, sublinhando que “o Batismo não se repete, porque imprime uma marca espiritual, imprime caráter permanente”. Na Praça de São Pedro, Francisco recordou ainda a vocação cristã: “Viver unidos a Cristo na Santa Igreja, participando da mesma unção para realizar a mesma missão: tornar a vida uma oferta agradável a Deus, prestar-Lhe testemunho com uma vida de fé, esperança e caridade e pôr a vida ao serviço dos outros, como Jesus”.

No encontro público semanal, no Vaticano, o Papa renovou os apelos à oração pela paz na Síria, ao saudar um grupo de peregrinos do Médio Oriente. “Caros irmãos e irmãs, o mês de maio é dedicado a Nossa Senhora: convido-vos a cultivar a devoção à Mãe de Deus com a recitação diária do Rosário, rezando em particular pela paz na Síria e em todo o mundo”, convidou.

 

2. O Papa Francisco alertou para a persistência do fenómeno da escravatura nas suas várias formas e apelou a uma ação comum dos cristãos para travar o tráfico e a exploração de seres humanos. “A escravatura não é coisa de outros tempos, é uma prática que tem profundas raízes e que se manifesta ainda hoje de várias formas: tráfico de seres humanos, exploração do trabalho através de dívidas, exploração de crianças, exploração sexual e trabalho doméstico forçado são algumas das muitas formas. Cada uma delas é mais grave e desumana do que a outra”, advertiu, na passada segunda-feira, 7 de maio, numa mensagem vídeo, dirigida aos participantes do II Fórum Internacional sobre a Escravatura Moderna, uma iniciativa ecuménica que decorreu em Buenos Aires.

O Papa, antigo arcebispo da capital argentina, sublinhou que os líderes cristãos partilham a “mesma preocupação” com as vítimas destes abusos e lamenta a “indiferença” face a estes casos. A mensagem cita estatísticas recentes que dão conta que, atualmente, existem “mais de 40 milhões de pessoas, homens, mas principalmente mulheres e crianças, em situação de escravidão”. Francisco destacou a importância de “conhecer o tema” e de “agir” em favor das vítimas, defendendo os seus direitos. “Ninguém pode ficar indiferente e, de algum modo, cúmplice desse crime contra a humanidade”, observou o Papa, com um apelo a “impedir que os corruptos e os criminosos escapem da justiça e mantenham o controlo sobre as pessoas escravizadas”.

 

3. O Vaticano divulgou o programa da “viagem ecuménica” do Papa à cidade de Genebra, a 21 de junho, por ocasião do 70º aniversário de fundação do Conselho Mundial de Igrejas. Francisco vai partir de Roma pelas 8h30 locais (menos uma em Lisboa), para um voo de 1 hora e 40 minutos até Genebra, onde se vai encontrar em privado com o presidente da Confederação Suíça, numa sala do aeroporto. Para as 11h15 está marcada uma oração no centro ecuménico do Conselho Mundial de Igrejas, com homilia do Papa; segue-se o almoço com a liderança deste organismo, no Instituto Ecuménico de Bossey. O programa prossegue às 15h45 locais, com um encontro ecuménico no qual Francisco vai proferir um discurso. A viagem conclui-se com a celebração da Missa, no Palexpo de Genebra. O regresso a Roma acontece pelas 21h40 locais.

Antes do Papa Francisco, dois outros Santos Padres foram à sede do Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra: Paulo VI, a 10 de junho de 1969, e João Paulo II, a 12 de junho de 1984. O organismo ecuménico congrega mais de 340 igrejas em mais de 100 países – igrejas ortodoxas, anglicanas, luteranos, metodistas, evangélicas, entre outras – que reúnem cerca de 500 milhões de pessoas; a Igreja Católica, que não é membro oficial, é observadora nas reuniões.

 

4. “O amor pelos outros não pode ficar guardado apenas para os momentos bons da vida”, declarou o Papa, no passado Domingo, 6 de maio, após a recitação do Regina Coeli, na Praça de São Pedro, no Vaticano. “Este amor pelos outros não pode ficar reservado só a momentos excecionais, mas deve ser uma constante da nossa existência”, defendeu Francisco, referindo ser necessário “cuidar dos idosos como um tesouro precioso e com amor, mesmo quando criam problemas económicos e dificuldades”. “É por isso que aos doentes, mesmo na fase terminal, devemos dar toda a assistência possível. É por isso que os nascituros são sempre acolhidos; enfim, é por isso que a vida é sempre tutelada e amada, desde a conceção ao seu fim natural. Isso é amor”, sublinhou Francisco.

Da janela do apartamento pontifício, o Papa pediu ainda orações para a população da República Centro-Africana, país que já visitou. “Há uns dias ocorreram graves violências, com numerosos mortos e feridos, entre os quais um sacerdote. Que o Senhor, por intercessão da Virgem Maria, ajude todos a dizer não à violência e à vingança, para construírem juntos a paz”, declarou Francisco.

 

5. O Papa quer que os leigos sejam criativos e não se fechem nos próprios interesses e preocupações. Um apelo feito na edição de maio de ‘O Vídeo do Papa’ , em que Francisco sublinhou a necessidade de os leigos porem a sua criatividade ao serviço do mundo e os convida a dar exemplo de solidariedade e compromisso com a sociedade. “Os leigos estão na linha da frente da vida da Igreja. Dêmos graças pelos leigos que arriscam, que não têm medo de se enganar e que oferecem motivos de esperança aos mais pobres, aos excluídos, aos marginalizados”, realçou Francisco.

 
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