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Nigéria: desafiar o medo e o terror apenas com as armas da fé
A capelinha das orações
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No mundo, há centenas de igrejas, paróquias e congregações inspiradas em Fátima. Na Nigéria, por exemplo, as Irmãs de Nossa Senhora de Fátima procuram oferecer uma vida menos dura às populações locais. E fazem-no apesar dos atentados terroristas e das ameaças de morte. Ser construtor da paz exige sempre coragem e dá muito trabalho…


São as Irmãs de Nossa Senhora de Fátima, na Nigéria. Quem diria que, há precisamente 101 anos, ali, algures quase no meio do mato, na Nigéria, seria possível encontrar um grupo de mulheres consagradas a Deus e inspiradas na Mensagem de Nossa Senhora aos três pastorinhos? É uma comunidade muito especial. São poucas, as irmãs, mas fazem muito. Uma delas, a madre superiora, a Irmã Florence Golam, sabe que a presença da congregação ali, no norte da Nigéria, é absolutamente vital para a população cristã que tem sido tão fustigada nos últimos anos por um dos mais brutais grupos terroristas do planeta, o Boko Haram, e, mais recentemente, pelos pastores Fulani, que transportam também consigo um ódio perverso contra a comunidade cristã. Estas irmãs são, de facto, uma semente de paz numa zona marcada pela violência. Todos os dias, elas partem para as aldeias situadas em redor da casa onde vivem, e que é o centro da comunidade, e vão ajudar as populações a enfrentar o trabalho difícil, por vezes quase impossível, do campo. São irmãs, mas podiam ser até uma das brigadas do Ministério da Agricultura…

 

Ensinar a vida

De facto, elas desenvolveram um sistema de purificação da água que permite agora que numa região profundamente árida a vida seja possível. Na verdade, elas transformaram simples bidões de plástico em filtros naturais que limpam a água das suas impurezas, tornando-a potável. O que as irmãs ensinam é simples: nesses bidões azuis colocam camadas de pedra, carvão, areia grossa e areia fina. A água é coada lentamente neste filtro improvisado e torna-se assim fonte de vida. Claro que o trabalho destas irmãs não se esgota nisto. Sempre que elas vão de aldeia em aldeia, às vezes de casa em casa, procuram também ensinar as populações locais a irrigar os campos, a fertilizar as terras e, claro, a não ter medo de viver a sua fé, apesar das ameaças cada vez mais frequentes dos terroristas.

 

Terror constante

De facto, praticamente todos os dias escutam-se por ali, especialmente no norte da Nigéria, histórias de ataques terroristas, de bombas que explodem em mercados ou igrejas, de raparigas que são raptadas. Histórias de sangue e de morte. Histórias de medo. Ainda recentemente, dois sacerdotes e mais de uma dezena de fiéis foram assassinados a tiro durante uma Missa. Foi na aldeia de Mbalim. Desta vez, o ataque foi da responsabilidade de pastores Fulani que, depois de terem ensanguentado a igreja, ainda incendiaram dezenas de casas e destruíram campos e alfaias agrícolas das aldeias em redor. Levaram a morte e a miséria à região, atacando a comunidade cristã. Praticamente todos os dias alguém se sobressalta, na Nigéria, com notícias de ataques, com histórias de uma violência que está a fazer crescer o sentimento de insegurança entre as populações. Na verdade, as autoridades têm-se revelado incapazes de defender as comunidades cristãs que são cada vez mais um alvo concreto dos grupos terroristas.



Importância da oração

No entanto, apesar de tudo isto, todos os dias as irmãs continuam a deslocar-se de aldeia em aldeia, de casa em casa, para cumprirem a missão que as levou até ali, àquele pedaço de África. A presença destas mulheres consagradas a Nossa Senhora de Fátima é inspiradora. Elas, na infinita pobreza com que assumiram entregar as suas vidas a Deus, não pedem nada para si, apesar de precisarem de quase tudo. E agradecem todas as migalhas de solidariedade que vão recebendo, como se de verdadeiros tesouros se tratassem. E agradecem repetidamente toda a ajuda que a Fundação AIS lhes oferece. Mas há uma coisa que a Irmã Florence gostaria de ter: uma capela um pouco maior que pudesse acolher toda a comunidade, que pudesse ser o centro da vida cristã de toda a região. Naquele cantinho da Nigéria, há um punhado de religiosas inspiradas em Nossa Senhora de Fátima que desafiam o medo e o terror apenas com as armas da fé. Já que não é possível ter ali, na aldeia, uma réplica da Capelinha das Aparições como a que existe no Santuário de Fátima, que tenham ao menos uma capelinha das orações…

 

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Vamos ajudar as irmãs da Congregação de Nossa Senhora de Fátima, na Nigéria, a ter uma capelinha um pouco maior?

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
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