A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) reuniu com o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, tendo reiterado a sua oposição à legalização da eutanásia em Portugal, que vai ser discutida no dia 29 de maio, na Assembleia da República.
Os Médicos Católicos consideram que esta lei coloca os doentes com doenças graves e incuráveis numa situação de enorme coação para pedirem a eutanásia, preocupação que a associação transmitiu ao bastonário. “Seguramente, muitos doentes, de modo particular os mais pobres e frágeis, sentir-se-iam socialmente pressionados a requerer a eutanásia, porque se sentem a mais ou um fardo para a família e para a sociedade. Há um enorme risco de se criar um efeito de desmoralização nestes doentes, levando-os a desistirem de viver”, alerta a AMCP, em comunicado. “Corre-se o grave risco de se concluir que, afinal, para quê gastar recursos com estes doentes quando as suas vidas podem ser encurtadas?”, acrescenta a nota, sublinhando que “um Estado forte e justo é aquele que cria leis que protegem os mais fracos, e não o contrário”.
Nesta reunião com o bastonário da Ordem dos Médicos, na manhã do passado dia 15 de maio, a Associação dos Médicos Católicos Portugueses alertou também para “o perigo”, observado noutros países, “de a legalização da eutanásia estar associada ao fenómeno de ‘rampa deslizante’ (‘slippery slope’)”. “A experiência dos Estados que legalizaram a eutanásia revela que não é possível restringir essa legalização a situações raras e excecionais; o seu campo de aplicação passa gradualmente da doença terminal à doença crónica e à deficiência, da doença física incurável à doença psíquica dificilmente curável, da eutanásia consentida pela própria vítima à eutanásia consentida por familiares de recém-nascidos, crianças e adultos com deficiência ou com alterações profundas do estado de consciência”, referiu Pedro Afonso, presidente da AMCP, ao bastonário. “A eutanásia e o suicídio assistido não são tratamentos médicos, e, por esse motivo, não podem nunca ser considerados um ato médico”, lembram.
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