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DOMINGO XI COMUM Ano B

“O reino de Deus é como um homem

que lançou a semente à terra.”

Mc 4, 26


Quase a culminar um ano escolar, Junho inicia a “colheita dos frutos”. Houve sementeira de boas sementes? Cuidaram-se as “plantas” que foram crescendo? Corresponde a colheita às expectativas? Serão muitas as “grelhas de avaliação”, talvez mais focadas nos resultados do que no trabalho e no crescimento dos alunos, mas continuará a faltar a coragem de rever modelos que não proporcionam verdadeiro crescimento integral de todos? Sim, de todos: famílias, alunos e professores; ou não será esse o objectivo da educação? Pois quando se olha apenas para os alunos não estamos a esquecer o seu espaço primário de crescimento: a casa, os pais, as famílias?


Os resultados das provas de aferição anunciados no início do mês mostravam que “a grande dificuldade dos alunos do Básico surge quando é preciso raciocinar, argumentar e relacionar conceitos” (Observador 05.06.2018). Pode a escola tentar fazer o melhor, mas aquilo que não é feito “em casa”, “de pequenino…”, com as regras básicas da educação e do valor do esforço, num amor firme, feito de carinho e exigência, de “preparação para a vida”, dificilmente se faz fora dela. E porque não é algo que se faça de um dia para o outro, que exige presença e atenção, amor e dedicação, traz consigo também algum sofrimento. Só que é o sofrimento que se pode comparar ao romper da casca que as sementes têm de fazer: sem ele, não há vida nova nem crescimento!


Toda a semente é pequena, e pequenas são as primeiras parábolas de Jesus que S. Marcos nos conta. Falam da força misteriosa das sementes, de algumas que só precisam de quem as semeie e depois colha os frutos abundantes. Na ânsia de sermos protagonistas de tudo, há sementes que nos ensinam a contemplar, a admirar, e a agradecer. Foi nossa a mão que a lançou a terra, e poderão ser nossas, ou de outros, as mãos que recolherão os frutos. Mas tudo o mais é graça, que só é possível agradecer. Podemos saber o “como” mas não saberemos responder ao “porquê”!


E como ficar indiferente à pequenez de alguns inícios que produzem resultados grandes? Apreciamos o que é grande, o que se faz notar, o que faz muito barulho, os sucessos estrondosos. É fácil esquecer a pequenez do trabalho e do silêncio, o que parece insignificante e até desprezível. E é aí que se mede a qualidade do amor e da verdade. Que é essencial a quem educa. Diz o Papa Bento XVI: “É próprio do mistério de Deus agir deste modo suave. Só pouco a pouco é que Ele constrói na grande história da humanidade a sua história. Torna-Se homem, mas de modo a poder ser ignorado pelos contemporâneos, pelas forças respeitáveis da história. Padece e morre e, como Ressuscitado, quer chegar à humanidade apenas através da fé dos seus, aos quais Se manifesta. Sem cessar, Ele bate suavemente às portas dos nossos corações e, se Lhas abrirmos, lentamente vai-nos tornando capazes de «ver».”

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