O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa assegurou que os episcopados católicos da Europa estão “completamente” ao lado dos esforços do Papa Francisco para combater o problema dos abusos sexuais na Igreja.

“Temos de resolver os problemas e temos de resolvê-los como o Papa Francisco tem indicado e como tem comprovado que quer resolver. Por isso, estamos completamente com ele”, garantiu D. Manuel Clemente, à Agência Ecclesia, durante a Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE), que decorreu de 13 a 16 de setembro, na cidade polaca de Poznan.

No início dos trabalhos, o presidente do CCEE, cardeal Angelo Bagnasco, anunciou que a assembleia, que engloba representantes de episcopados católicos de 45 países, ia enviar ao Papa uma mensagem de solidariedade. Recorde-se que Francisco convocou os presidentes de todas as Conferências Episcopais do mundo para uma cimeira no Vaticano, de 21 a 24 de fevereiro de 2019, dedicado ao tema da proteção dos menores e dos abusos sexuais.

Relatório

Durante o encontro, foi publicado um relatório sobre o impacto das iniciativas de organizações católicas na promoção do voluntariado na Europa. Um estudo que confirma a relevância da dimensão religiosa, segundo D. Manuel Clemente. “Estamos a falar de uma referência a um Deus que é Deus de todos e Deus para todos. Por isso mesmo, se são religiosos estão com os outros e têm ali uma motivação constante para ações que se fazem gratuitamente, voluntariamente”, assinalou o presidente da CEP.

Segundo os resultados do inquérito publicado pelo CCEE, mais de 25% das horas de voluntariado em Portugal são passadas em organizações religiosas. O estudo fala em mais de um milhão de voluntários em Portugal, 12% da população, dos quais mais de 100 mil voluntários se empenham em organizações religiosas, incluindo o trabalho de voluntariado missionário coordenado pela Fundação Fé e Cooperação (FEC). “Não existe nenhuma outra instituição na Europa que contribua de forma tão ampla para o voluntariado e promova formas de voluntariado tão diversificadas como a Igreja Católica”, assegura o Conselho das Conferências Episcopais Europeias.