Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
O Santo do Concílio
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Quando o Papa canoniza um santo, mais não faz que reconhecer a sua vida de santidade. Não é o Papa quem o torna santo. Foi Deus e o acolhimento que esse cristão fez da vontade divina, o modo como viveu as virtudes cristãs de forma exemplar que o tornaram santo, ou seja, que o tornaram alguém que pode ser proposto à imitação de todos e a quem podemos recorrer nas nossas aflições, pois que acreditamos esteja próximo de Deus.

Para que alguém seja canonizado – e nessa declaração o Papa empenha solenemente a infalibilidade de que goza no seu ministério de sucessor de Pedro – é necessário um longo processo. Este começa por analisar se na vida daquele homem ou mulher é possível reconhecer as virtudes cristãs exemplarmente vividas – e tudo aquilo que ele escreveu é analisado, bem como os diferentes testemunhos acerca da sua existência. Mas, depois, é ainda necessário que existam dois milagres (um para a beatificação e outro para a canonização), ou seja, dois fenómenos extraordinários, inexplicáveis pela ciência médica, e que possam ser atribuídos à intercessão do futuro santo. O mesmo é dizer: é necessário que o próprio Deus dê por duas vezes um sinal, um testemunho acerca da santidade daquele cristão. A pedido do povo de Deus, e depois de ter reconhecido o próprio testemunho divino, o Papa pode, então, inscrever solenemente o nome daquele baptizado na lista dos santos. Foi o que aconteceu no passado domingo. Como é óbvio, muitos outros santos existem, para além dos que foram canonizados.

Paulo VI foi o grande artífice do Concílio Vaticano II. Como Cardeal Arcebispo de Milão, participou activa e decisivamente na primeira sessão do Concílio (Outubro-Dezembro de 1962); como Papa (21 de Junho de 1963), coube-lhe conduzir a elaboração de todos os documentos e decisões conciliares; depois, foi ainda sua a enorme e difícil tarefa de guiar a Igreja no imediato pós-Concílio (até 1978).

O Concílio é o Concílio, reunido com Pedro e sob Pedro, com a assistência do Espírito Santo. Mas, se ainda houvesse dúvidas (e não raras vezes as tenho escutado), a canonização de Paulo VI deve afastar qualquer questão desse tipo: os cristãos que conheceram S. Paulo VI, ao dar testemunho da sua vida de santidade deram igualmente testemunho do bem que foi o Concílio Vaticano II para a Igreja e o mundo. E, do mesmo modo, ao atestar com dois milagres essa mesma vida de exemplaridade cristã, o próprio Deus mostrou o quanto quer o Concílio, e como é importante que ele continue hoje a ser vivido e implementado.

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