Lisboa |
EMA reuniu 400 acólitos na Amadora
“Continuar a Missa lá fora”
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Os acólitos da diocese foram convidados a serem na sociedade o que são no altar, estando ao serviço. “Só assim a Igreja cresce”, afirmou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, no Encontro Diocesano de Acólitos (EMA), que teve cerca de 400 participantes.

 

“As comunidades é para fazer Corpo de Cristo, a sério, não é para deixar alguém de fora, é para estar atento e, concretamente como acólito, fazer, o melhor possível, aquilo que vos é pedido. E, depois, cá fora, também. A Missa acaba com o ‘ide’, para continuar a Missa lá fora, em casa, na família, na escola, na rua e por aí fora. Se cada um de vocês fizer isso e continuar a ser acólito, mesmo longe do altar, então o Corpo de Cristo cresce”, garantiu D. Manuel Clemente, durante uma conversa com perto de 400 acólitos, vindos de todo o Patriarcado de Lisboa.

Na igreja da Amadora, o Cardeal-Patriarca destacou a importância de encontros diocesanos como este. “É muito importante nós termos esta experiência de Igreja, de ver que não somos só nós, os habituais no nosso grupo de acólitos, que nos encontramos em todos os Domingos e dias santos, nas nossas igrejas paroquiais; mas somos todos nós que professamos a mesma fé em Jesus Cristo. Isto é que é a Igreja”, manifestou.

 

O que Deus quer

Nesta conversa matinal, no passado sábado, 3 de novembro, D. Manuel Clemente sublinhou, por diversas vezes, que “a Igreja é o Corpo de Cristo”. “Eu estou a ver o Corpo de Cristo, cada um de nós é membro deste Corpo de Jesus Cristo. E tal como no corpo humano, é muito importante que cada um saiba o que é e para o que serve. O mais importante é perceber o que cada um de nós é chamado a ser no grande Corpo de Cristo que é a Igreja.  No fundo, qual é a nossa missão como membros deste grande Corpo”, frisou. Nesta catequese – que o Jornal VOZ DA VERDADE transmitiu em direto na sua página no Facebook e pode ser vista no endereço www.facebook.com/vozdaverdade –, o Cardeal-Patriarca destacou a importância de perceber a vontade de Deus para cada um. “Creio que todos vocês que aqui estão, meus caros amigos e amigas, no vosso serviço de acólitos também estão a executar aquilo que, neste momento da vossa vida, Deus vos está a pedir. O mais importante que temos na vida é descobrir para que Deus nos quer”, apontou D. Manuel Clemente.

 

Rezar, aprender, celebrar

Organizado pelo Serviço Diocesano de Acólitos (SDA), o Encontro Diocesano de Acólitos reuniu cerca de 400 participantes. O balanço é “extremamente positivo”, segundo o diretor deste serviço, padre Pedro Tavares. “Nós, inicialmente, tínhamos programado um EMA para 150 participantes. Nos últimos dias, começámos a perceber que este número ia aumentar e foi muito bom o número de participantes”, começa por manifestar, ao Jornal VOZ DA VERDADE, este sacerdote. “Foi muito bom não só a adesão, mas também a alegria que se viveu neste dia e a partilha com o senhor Patriarca. O podermos estar o dia inteiro com ele, e ele estar connosco, dizer-nos algumas palavras. Ao longo do dia pudemos ir rezando, ir aprendendo, ir celebrando. Foram três momentos muito fortes: a oração, logo de manhã, a formação litúrgica e o terminarmos com a celebração”, acrescenta o padre Pedro.

Sobre a conversa de D. Manuel Clemente com os acólitos, este responsável salienta “a experiência de Igreja” que foi vivida naquela manhã. “Depois, tudo desemboca numa vida de entrega e de serviço ao altar”, refere.

 

“Acolitado é imprescindível numa comunidade cristã”

Participaram no EMA 2018 acólitos vindos de 16 das 18 vigararias do Patriarcado. No encontro do próximo ano, “que vai ter lugar no dia 26 de outubro, numa paróquia a anunciar”, o desejo é ter todas as vigararias representadas. “Creio que há espaço para crescer e chegar às vigararias que não participaram. Queremos agora avaliar este encontro diocesano e ouvir o feedback de quem participou; mas, sem dúvida, há espaço para crescer, porque é uma área muito importante da nossa pastoral que nós temos que trabalhar”, aponta o padre Pedro Tavares, justificando que os acólitos “são essencialmente jovens”. “Se olhássemos para a Missa final, claro que tínhamos acólitos adultos, mas eram essencialmente miúdos e jovens. Portanto, há aqui um espaço bom para nós podermos trabalhar e fazermos da Missa não uma coisa seca e chata, mas o momento em que eu percebo o que está a acontecer e, a partir daí, colocar a minha vida ao serviço. Acho que isto é muito bonito. Que os nossos jovens percebam, e os nossos grupos de acólitos percebam, que o serviço ao altar é imprescindível numa comunidade cristã. O trabalho que o Serviço Diocesano de Acólitos pode fazer, sem se sobrepor aos párocos, naturalmente, é ajudar a que este ‘bichinho’ possa ir crescendo”, deseja o diretor do SDA. 

 

Mais informações em www.facebook.com/acolitoslisboa

 

 

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“O acolitado outra coisa não é se não servir”

Na Missa com que terminou o EMA 2018, o Cardeal-Patriarca pediu aos acólitos da diocese para “servirem a Deus”. “E servir a Deus é servir a todos. O acolitado outra coisa não é se não servir”, sublinhou D. Manuel Clemente. Na homilia da celebração, que encheu a igreja da Amadora de vestes brancas, o Cardeal-Patriarca pediu depois aos acólitos para “amarem a Deus com todo o coração, com todo o entendimento, com todo toda a vontade” e colocarem “os olhos em Cristo”. “Verdadeiramente, o sumo e eterno sacerdote e também verdadeiramente o acólito de Deus e de nós, pois nos serve inteiramente. Quando cada um de vós se preparar e exercitar o seu serviço de acólito, ponha os olhos em Jesus”, aconselhou.

D. Manuel Clemente reforçou o pedido para os acólitos “adorarem a Deus e amá-l’O sobre todas as coisas”. “Meus caros acólitos, quem se abeira do altar, como vocês se abeiram, é isto que aprende, ou então não aprende nada, mesmo que ande toda a vida à volta do altar. Quem anda à volta do altar, onde Jesus Cristo se oferece, se atribui ao Pai, onde Jesus Cristo se distribui, para que connosco seja assim também, é para aprender isto: adorar a Deus, amá-l’O sobre todas as coisas e, ao mesmo tempo, ao próximo como a nós mesmos”, desafiou o Cardeal-Patriarca, perante quatro centenas de acólitos da diocese.

 

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Um almoço “descontraído” com os acólitos

A hora de almoço do EMA foi diferente para oito jovens acólitos, entre os 16 e os 30 anos, representantes de vigararias, que tiveram a possibilidade de almoçar com o Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente. À mesa esteve também o cónego Luís Manuel, diretor do Departamento de Liturgia do Patriarcado, o diácono Luís Aparício Lopes, da Paróquia da Amadora, e o padre Pedro Tavares, diretor do Serviço Diocesano de Acólitos, que recorda ao Jornal VOZ DA VERDADE este momento de refeição. “A ideia era poder dar a possibilidade a oito jovens da nossa diocese de almoçarem, de forma mais descontraída, com o senhor Patriarca e podermos conversar, uns com os outros, das nossas diferentes realidades. O senhor Patriarca, com o jeito dele, perguntou quem era cada um, porque é importante para o bispo conhecer os acólitos que servem a sua diocese”, conta o jovem sacerdote, destacando que “o balanço que estes oito jovens fizeram foi muito positivo, porque nunca tinham estado com o senhor Patriarca assim, de forma descontraída”.

 

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O workshop para os acólitos mais pequenos, até aos 11 anos, foi orientado pela irmã Verónica, da Aliança de Santa Maria, e teve como tema ‘Lembro-me como se fosse hoje’. “Foram contadas histórias de vida de quatro santos (Carlo Acutis, Pier Giorgio Frassati e Francisco e Jacinta Marto) que, a partir da Eucaristia, se sentiram tocados por Deus e transformaram a sua vida”, refere o diretor do SDA.

 

O padre Rodrigo Alves, do Seminário de Penafirme, orientou o workshop ‘Fazei isto em memória de Mim’, para acólitos dos 12 aos 16 anos. “Foi uma meditação da vida como serviço, de como posso fazer da minha vida um serviço”, resume o padre Pedro Tavares. “Foi um ateliê que procurou também uma dimensão vocacional, não apenas sacerdotal, mas de colocar a vida ao serviço”.

 

O terceiro workshop, com Isabel Alçada Cardoso, era dirigido a acólitos dos 17 aos 20 anos e foi sobre ‘A liturgia no espaço e no tempo’. “Portanto, o espaço litúrgico e o ano litúrgico. Ano litúrgico como celebração dos vários mistérios da vida de Jesus; e depois o espaço onde estes mistérios podem acontecer e onde nós podemos celebrar”, frisa o padre Pedro Tavares.

 

O quarto workshop, que decorreu na igreja paroquial da Amadora, teve como orador o cónego Luís Manuel, diretor do Departamento de Liturgia, e era vocacionado para os acólitos mais velhos, a partir dos 21 anos. “Teve como tema ‘A espiritualidade da Missa’ e procurou explicar o que quer dizer a Missa e o que isso depois influi no nosso ser acólito”, salienta o diretor do SDA.

 

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Cardeal-Patriarca responde aos acólitos (resumo da ‘entrevista’)

Foi acólito?

Em Torres Vedras, entrei na catequese aos seis anos e fui acólito desde logo. Na altura, chamava-se menino de coro. Foi muito importante para mim ser acólito e depois também catequista, escuteiro. Tudo isto me fez muito de Igreja. Com esta aproximação do altar, fui percebendo o meu lugar na Igreja.

 

Como o acólito pode contribuir para a profundidade da liturgia?

A seriedade com que nós fazemos as coisas contribui para ajudarmos os outros a vivê-las devidamente. Preparação e seriedade é o melhor contributo que cada um de nós pode dar, quer esteja a presidir, quer esteja a acolitar, quer esteja a ouvir.

 

O acolitado contribui para a santidade?

Absolutamente! O serviço do altar é a melhor oportunidade de santificação que pode haver. A santidade, que é a própria vida de Deus, é esta entrega total que nós podemos e devemos fazer da nossa vida. E o serviço que mais agrada a Deus é o serviço dos outros, aquele que mais nos faz sair de nós próprios.

 

O que espera dos acólitos?

Que sejam acólitos e a acólitas a sério. Espero muito de vocês, desde logo porque a comunidade precisa. Espero que vocês e os vossos colegas sejam cada vez mais bons acólitos, desempenhando com seriedade aquilo que vos é pedido e compreendam cada vez melhor o que é a vossa função e missão na liturgia e fora dela.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Filipe Amorim/SDA
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