O Papa Francisco iniciou um ciclo de catequeses dedicadas à oração do Pai Nosso. Na semana em que visitou a Biblioteca Apostólica Vaticana, o Papa acendeu a primeira vela de uma campanha internacional para a paz na Síria, falou sobre drogas e dependências e enviou uma saudação ao Patriarca Bartolomeu, de Constantinopla.
1. Terminadas as catequeses sobre os Dez Mandamentos, o Papa iniciou um ciclo sobre o Pai Nosso, lembrando que os cristãos precisam “sempre” de “aprender a rezar”. “Hoje começamos um ciclo de catequeses dedicadas à oração do «Pai Nosso», saída dos lábios de Jesus depois de os seus discípulos Lhe pedirem: «Senhor, ensina-nos a orar». Embora talvez já o façamos há muitos anos, precisamos sempre de aprender a rezar. O desejo de falar a Deus brota-nos espontaneamente da alma, mas não sabemos se as orações, que Lhe dirigimos, são realmente as que Ele espera ouvir dos nossos lábios. Na Bíblia, encontramos casos de orações inconvenientes, que Deus rejeita: basta recordar a parábola do fariseu e do publicano em oração no templo. Só o publicano voltou para casa justificado, porque «todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». Por isso, o melhor que podemos e devemos fazer é repetir a súplica dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar». Porque é que tomamos Jesus para mestre de oração? Porque os Evangelhos no-Lo mostram como homem de oração. Ele rezava como reza todo o homem e mulher; mas, no seu modo de rezar, escondia-se um mistério, havia algo de especial que não passou despercebido aos olhos dos discípulos, levando-os a fazer aquela súplica tão simples e direta: «Senhor, ensina-nos a orar». O divino Mestre não Se recusou e ensina-lhes a oração do Pai Nosso. Jesus não é ciumento da sua intimidade com o Pai; pelo contrário, veio ao mundo precisamente para nos introduzir naquela sua relação filial. E assim Se tornou mestre de oração para os seus discípulos, como, de certeza, o quer ser hoje para todos nós”, referiu o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, 5 de dezembro, na Sala Paulo VI, no Vaticano.
2. O Papa Francisco visitou, na manhã de terça-feira, 4 de dezembro, a Biblioteca Apostólica Vaticana, acompanhado do arquivista e bibliotecário desta biblioteca, o arcebispo português D. José Tolentino de Mendonça, e do prefeito da biblioteca, monsenhor Cesare Pasini. A notícia foi comunicada pelo Twitter da conta oficial da Biblioteca Apostólica Vaticana, @VaticanLibrary, que publicou também algumas fotos da visita papal.
3. O Papa Francisco acendeu, no Domingo I do Advento, a primeira vela de uma campanha internacional que pede a paz para a Síria. Intitulada ‘Velas pela Paz na Síria’, a campanha de Natal foi iniciada pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. “O Advento é um tempo de esperança. Neste momento, quero fazer minha a esperança de paz das crianças da Síria, país martirizado por uma guerra que dura há oito anos. Portanto, juntando-me à iniciativa de Ajuda à Igreja que Sofre, acenderei agora uma vela, unindo-me a muitas crianças sírias e muitos fiéis em todo o mundo que hoje acendem também as suas velas”, referiu o Papa, após a oração do Angelus, no passado Domingo, 2 de dezembro.
A vela que o Papa acendeu tem inscritas as fotos de algumas crianças, na sua maioria de Alepo, juntamente com o logotipo da campanha, uma pomba com asas estendidas em forma da mão de uma criança com a mensagem ‘Paz para os Filhos da Síria 2018’, bem como o símbolo internacional da fundação AIS. “Que estas chamas de esperança dissipem as trevas da guerra. Vamos rezar e ajudar os cristãos a permanecer na Síria e no Médio Oriente como testemunhas de misericórdia, perdão e reconciliação. Que a chama da esperança também alcance todos aqueles que sofrem por estes dias conflitos e tensões em várias outras partes do mundo, próximas e distantes. Que a oração da Igreja os ajude a sentir a proximidade do Deus fiel e possa tocar todas as consciências para um compromisso sincero em favor da paz. E que Deus, nosso Senhor, perdoe aqueles que fazem a guerra, aqueles que fabricam armas para se destruírem e converta os seus corações. Rezem pela paz na amada Síria”, desejou.
4. O Papa apelou à “integração e apoio” às pessoas que conseguiram sair do “túnel das drogas e dos vícios”, porque “precisam da ajuda e do acompanhamento de todos nós”. “Só assim elas, por sua vez, poderão aliviar os sofrimentos de irmãos e irmãs com dificuldades”, salientou Francisco, ao receber, no sábado, 1 de dezembro, os participantes da conferência internacional ‘Droga e vícios: obstáculos ao desenvolvimento humano integral’. Na sua mensagem, o Papa alertou. “Um âmbito cada vez mais arriscado é o espaço virtual: em alguns sites na internet, os jovens, e não só eles, são abordados e arrastados para uma escravidão da qual é difícil se libertar e que os fazem perder o sentido da vida e, por vezes, a própria vida”, frisou, sublinhando que a Igreja deve “instaurar no mundo de hoje um humanismo que tenha como centro a pessoal humana e como fundamento o Evangelho da Misericórdia para aliviar, curar e cicatrizar os sofrimentos relacionados com o vício”. “Na sociedade do descarte, Deus não descarta ninguém; para Ele, ninguém é irrecuperável!”, assegurou.
5. O Papa enviou uma saudação ao Patriarca Bartolomeu, de Constantinopla, por ocasião do dia de Santo André, padroeiro daquela Igreja, onde sublinha o facto de as relações entre católicos e ortodoxos terem melhorado ao longo das últimas décadas. Segundo Francisco, o trabalho levado a cabo em conjunto, por missões comuns, permite pressentir a comunhão plena. “Apesar de séculos de incompreensão mútua, diferenças e silêncio tenham posto em causa esta relação, o Espírito Santo, Espírito de unidade, permitiu-nos recomeçar um diálogo fraterno. Ambas as Igrejas, com um sentido de responsabilidade para com o mundo, sentiram aquele apelo urgente que envolve cada um de nós que foi batizado a proclamar o Evangelho a todos os homens e mulheres. Por esta razão podemos trabalhar hoje em busca da paz entre os povos, pela abolição de todas as formas de escravatura, pelo respeito e dignidade de cada ser humano e pelo cuidado com a criação. Com a ajuda de Deus, através do encontro e do diálogo na nossa caminhada conjunta dos últimos cinquenta anos, podemos já experimentar estar em comunhão, embora esta ainda não seja plena e completa”, escreveu o Papa Francisco.
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