O novo Bispo do Funchal considera que “o mundo de hoje, talvez mais do que nunca, precisa de cristãos que aceitem, como Jesus, viver na dependência do Pai”. Na Missa de entrada solene e tomada de posse, D. Nuno Brás, que foi Bispo Auxiliar de Lisboa nos últimos oito anos, apelou a “uma Igreja diocesana em que brilhe, cada vez mais, o rosto do Ressuscitado”.
Na primeira homilia como Bispo do Funchal, D. Nuno Brás deixou um convite à Igreja madeirense para ser evangelizadora. “Uma Igreja diocesana em que brilhe, cada vez mais, o rosto do Ressuscitado! O rosto daquele que foi radicalmente pobre porque sempre dependeu do Pai, porque sempre procurou a vontade do Pai. O rosto daquele em quem resplandecia a vida de Deus, e que por isso venceu definitivamente a morte e abriu, para todos, os horizontes da vida eterna. Uma Igreja diocesana que não se limite a aparecer mas que ouse ser, cada vez mais e sempre, testemunha, presença de Cristo no mundo, como nos convidava o Papa Francisco”, desafiou o prelado, na homilia da celebração de entrada solene e tomada de posse como Bispo madeirense.
Na Sé do Funchal, na tarde do passado Domingo, 17 de fevereiro, D. Nuno Brás sublinhou ainda que “o mundo de hoje, talvez mais do que nunca, precisa de cristãos que aceitem, como Jesus, viver na dependência do Pai”. “Não tenhamos medo de depender de Deus. Sempre e em todas as circunstâncias. Dependemos do amor de Deus! E esse amor nunca nos faltará, mesmo quando todos nos abandonarem”, garantiu. Se assim não for, sublinhou, “corremos o risco de, naquilo que fazemos e somos, nos mostrarmos a nós, à nossa sabedoria, àquilo que temos e até mesmo mostrarmos a nossa generosidade”. “Ao invés, queremos que seja Deus a brilhar, a aparecer em tudo o que fazemos e somos. Que seja a Sua Sabedoria a iluminar os caminhos nossos e de toda a humanidade. Que a realização da Sua vontade seja o alimento capaz de matar todas as fomes”, reforçou o novo Bispo do Funchal, perante uma Sé repleta de fiéis.
“O cristianismo é Cristo ressuscitado”
O Papa Francisco nomeou D. Nuno Brás Bispo do Funchal no passado dia 12 de janeiro. Na sua primeira celebração como prelado madeirense, o antigo Bispo Auxiliar de Lisboa salientou ainda que a “notícia, simples, de que Cristo foi o primeiro a ressuscitar” resume “aquilo que os cristãos têm para dar ao mundo”. “O cristianismo é Cristo ressuscitado. Tudo o resto decorre da nossa participação na Sua morte e ressurreição. Tudo o resto decorre de deixarmos que o Senhor viva em nós como fonte de vida eterna. Quando não, a fé fica reduzida a uma realidade humana, invenção, sonho, voluntarismo porventura generoso, mas incapaz de dar vida, de ser fonte de vida”, observou. “Hoje, aqui, nesta celebração, quero, convosco, proclamar bem alto a ressurreição do Senhor, a Sua vitória sobre a morte, que é a vitória da vida sobre a morte. Quero proclamar, como vosso bispo, a verdade da ressurreição”, acrescentou D. Nuno Brás.
“Quero estar no meio de vós como quem serve”
Na saudação final, o novo Bispo do Funchal dirigiu uma primeira palavra “ao nosso Papa Francisco” e, depois, agradeceu a todos os “irmãos Bispos que quiseram estar presentes e mostrar como a Igreja quer viver a comunhão das várias dioceses”. D. Nuno Brás dissesse “grato ao Senhor D. António Carrilho”. “Não só pelo modo gentil e acolhedor com que me recebeu nos dias anteriores a esta celebração, mas também por toda a sua ação de pastor desta Igreja do Funchal”, frisou, deixando “uma palavra de agradecimento ainda ao Senhor D. Teodoro de Faria”, Bispo emérito do Funchal, “às autoridades civis, militares e académicas presentes”, a “tantos amigos que quiseram vir do Continente” e à família.
Nesta celebração de entrada solene e tomada de posse, o novo Bispo madeirense dirigiu também “uma palavra muito especial para o clero desta diocese do Funchal”, a quem pediu para não terem “medo de ser santos”. “Ousemos a santidade no exercício do nosso ministério”, sublinhou. Finalmente, D. Nuno Brás lembrou “todos os cristãos da diocese do Funchal”. “Quero estar no meio de vós como quem serve. Mas todos somos poucos no anúncio do Evangelho. Nem é o Bispo que precisa de vós. É Jesus que quer precisar de todos, porque a todos – tantos que, de facto não O conhecem – a todos Ele quer chegar”, desejou o novo Bispo do Funchal, D. Nuno Brás, que entre 2011 e 2019 foi Bispo Auxiliar de Lisboa.
Governo Regional vai “continuar a cooperar com a Igreja”
No primeiro dia como Bispo do Funchal, D. Nuno Brás recebeu, no Paço Episcopal, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque. “Viemos reiterar o compromisso do Governo Regional para continuar a cooperar com a Igreja, e as suas instituições, que presta um trabalho relevantíssimo aqui na Madeira na área da educação, da saúde, da intervenção social e, obviamente, na formação espiritual dos madeirenses e portosantenses”, salientou o chefe do executivo, após audiência, no dia 18 de fevereiro, que serviu também para apresentação de cumprimentos ao novo prelado e para “desejar a sua Excelência Reverendíssima as boas-vindas à Região Autónoma”. “Há um conjunto de protocolos de cooperação que estão exarados e serão mantidos e um conjunto de atividades que serão desenvolvidas, desde a reabilitação do património até outros que se inserem na persecução daquilo que são os interesses comuns e no sentido de mantermos aquilo que tem sido uma experiência de sucesso no serviço que prestamos às nossas populações”, acrescentou Miguel Albuquerque.
D. Nuno Brás revelou que neste primeiro encontro, que durou pouco mais de meia hora, “não houve oportunidade de tratar nenhum dossier em detalhe”, tendo apenas destacado uma preocupação comum, que tem a ver “com aqueles que regressam da Venezuela e a nossa preocupação com o que se passa naquele país”, frisou o novo Bispo do Funchal.
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D. Nuno Brás consagrou ministério a Nossa Senhora do Monte
No dia seguinte à tomada de posse como Bispo do Funchal, D. Nuno Brás consagrou o seu ministério à padroeira da diocese madeirense, Nossa Senhora do Monte, e ao Beato Carlos de Áustria, sepultado neste templo. Na Igreja de Nossa Senhora do Monte, na manhã do dia 18 de fevereiro, o novo bispo madeirense quis ainda lembrar as vítimas do “incidente grave” de agosto de 2017, em que a queda de uma árvore, no dia da festa da padroeira, provocou a morte a 13 pessoas. “Celebrei a Missa pelas vítimas, aqueles que aqui faleceram, num gesto de muita solidariedade, porque o bispo reza por aqueles que estão vivos, mas também pelos que já partiram”, referiu D. Nuno Brás, aos jornalistas, após a celebração.
Na chegada ao Monte, o prelado foi recebido por um grupo de crianças do Colégio do Infante e, já dentro da igreja, pelos fiéis que enchiam o templo. Na sua homilia, o Bispo do Funchal garantiu que os cristãos podem “confiar na ajuda de Nossa Senhora”.
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Um Bispo “para servir” e “sempre disponível para escutar e agir”
O novo Bispo do Funchal aterrou na Ilha da Madeira na tarde do passado dia 15 de fevereiro, assegurando que chega para servir. “As minhas primeiras palavras não podem deixar de ser para todos os madeirenses e portosantenses. São palavras de saudação, de quem chega para servir e de quem quer estar sempre disponível para escutar e agir para o bem de todos os que habitam estas ilhas. Não como estrangeiro mas como madeirense”, garantiu D. Nuno Brás, numa saudação no Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo.
O prelado, que à chegada ao Arquipélago da Madeira, à saída do avião, beijou o chão, referiu depois que a sua “primeira tarefa” é “conhecer a realidade humana e cristã destas duas ilhas”. “Várias vezes visitei a Madeira. Mas é bem diferente passar e passear, de estar a tempo inteiro para o serviço. E para um serviço muito concreto: o de ser Bispo, Sucessor dos Apóstolos, presença de Cristo. Não sou político, nem gestor de empresa. Sou Bispo. Tenho a missão de evangelizar, celebrar os sacramentos, conduzir o povo de Deus como Bom Pastor”, lembrou, recordando palavras do Papa Francisco, na carta de nomeação, que “convida os cristãos da Madeira a duas coisas: a viver cada vez mais diligentemente os divinos preceitos (quer dizer: o mandamento de amor a Deus e ao próximo) e a manifestar a viva presença de Cristo no mundo”. “Podemos, portanto, dizer que o Papa nos aponta uma dupla tarefa: construir comunidade cristã e evangelizar. Estes serão, portanto, os dois aspetos da missão que todos havemos de procurar cumprir”, sublinhou D. Nuno Brás, novo Bispo do Funchal, na chegada a terras madeirenses.
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“Perdoareis se destaco a presença do Senhor Cardeal Patriarca e dos Bispos Auxiliares de Lisboa, com quem partilhei nestes últimos anos o exercício do ministério episcopal: obrigado pelos ensinamentos, pela comunhão, pela amizade. E neles um agradecimento de filho à Igreja de Lisboa – agradecimento que não encontra palavras para se expressar porque seriam sempre redutoras, mas que é a certeza de ter sempre o Patriarcado no coração.”
D. Nuno Brás, Bispo do Funchal, na saudação final
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