Missão |
Mónica Rocha, Grupo Missionário Ondjoyetu
“Ainda agora regressei e já tenho vontade de voltar!”
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Mónica Rocha nasceu a 15 de dezembro de 1987, na Figueira da Foz. É licenciada em Terapia da Fala, pela Escola Superior de Saúde de Setúbal, e doutorada em Ciências da Cognição e da Linguagem, pela Universidade Católica Portuguesa. Esteve em missão de curta duração com o Grupo Missionário Ondjoyetu.

 

Apaixonar-se pelo Gungo

Mónica partilha que fazer missão foi das experiências mais enriquecedoras da sua vida. “Contudo, ao contrário de muitos que conheço, ser missionária nunca foi um sonho ou objetivo de vida. Não porque não quisesse, mas simplesmente porque nunca tinha pensado nisso. Estava longe de saber que seria das experiências mais marcantes da minha vida. Ainda durante a minha licenciatura conheci alguém muito especial, com quem hoje partilho uma bela amizade e que me falou a primeira vez do Gungo: uma comuna com 2.200 km2, que conta com cerca de 25.000 habitantes e que pertencem ao Sumbe, na região do Kwanza Sul, Angola. Pouco a pouco as histórias contadas pela Inês foram criando uma vontade de conhecer aquelas montanhas e as pessoas de quem ela falava com tanto carinho e amor”, diz.

Conta que no início apenas sentia curiosidade “e ao mesmo tempo admiração por aqueles que davam um pouco das suas vidas para ajudar os outros.” Em 2016, apaixonou-se pelo Gungo. “De tal forma, que no dia em que regressei a Portugal decidi que ia voltar. Esta experiência em 2016 foi um confronto com realidades e emoções que eu nem fazia ideia que poderiam existia. Afinal existiam mundos que não conhecia: um noutro continente e um em mim própria.”

 

Sentir que o tempo é relativo

Sobre a experiência em 2018, partilha na primeira pessoa: “Em dezembro de 2018 fui por um mês. Um mês que comprovou que o tempo é relativo, pois para quem está no terreno um mês parece 1 semana que voa de forma rápida, mas para a família que fica em Portugal, os dias que passamos sem dar notícias, por vezes, são angustiantes e parecem intermináveis. E é por isto e não só, que a preparação é tão importante. Preparamo-nos para situações que nunca antes tínhamos pensado que poderiam ser difíceis, como a preparação dos familiares e a preparação para a volta. É verdade, o regresso é mesmo difícil! Durante este mês foi possível ficar com uma noção de toda a dinâmica que a missão envolve. Por vezes dávamos por nós a pensar se a nossa ida estava a dar mais prejuízo do que benefício. Às vezes parece que o nosso trabalho é tão pequenino perante a dimensão das necessidades. É mesmo uma gotinha no oceano… mas depois há uma voz que nos lembra que o oceano é feito de gotas. A nossa estadia em Angola foi dividia entre a cidade: o Sumbe, onde preparamos e planeamos a nossa atuação na missão e no Gungo: as montanhas verdes, cravejadas de sorrisos de crianças que aparecem do ‘capim’. Na ‘picada’ para o Gungo quando o ‘cavalinho’ (o jipe da missão) passa, surgem crianças aos saltos, aos gritos e com sorrisos tão grandes e luminosos que nos contagiam e nos fazem sorrir no imediato. Passámos também um Natal e uma entrada no novo ano bem diferente. Mas apesar de longe da família portuguesa, sentimo-nos em casa e compreendemos o verdadeiro significado do nome do grupo missionário: ‘Ondjoyetu’ palavra em umbundo que significa: ‘a nossa casa’. Vivemos e partilhámos muitos momentos. Nem todos fáceis, nem todos a sorrir, mas a união, a empatia, compaixão e trabalho em equipa fez com que aquele mês fosse dos mais maravilhosos da minha vida. Ainda agora regressei e já tenho vontade de voltar!”.

texto por Catarina António, FEC | Fundação Fé e Cooperação
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