Lisboa |
D. Américo Aguiar nomeado Bispo Auxiliar de Lisboa
“Determinado, simples e fiel”
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O pároco do novo Bispo Auxiliar de Lisboa diz ter “a certeza” que D. Américo Aguiar vai dar “um bom testemunho na sua nova missão”. O padre Pedro Gradim destaca a “obra realizada” pelo filho da terra, enquanto Isabel Figueiredo, da Renascença, considera que o mais recente membro do episcopado será “uma mais-valia para a Igreja de Lisboa e para a Igreja de Portugal”.

 

O padre Pedro Gradim, da Paróquia de Leça do Balio, foi o único pároco que o antigo sacerdote da Diocese do Porto conheceu na sua vida. Foi também este sacerdote, de 81 anos, que batizou o novo Bispo Auxiliar de Lisboa. “Conheci o padre Américo desde pequeno. Ele cresceu comigo na paróquia. Conheço-o perfeitamente, de ‘alto a baixo’, conheço a família, uma família pobre e humilde. Uma família boa. Ele era muito ativo na paróquia, foi catequista, foi leitor, foi escuteiro”, começa por referir o padre Pedro, ao Jornal VOZ DA VERDADE.

Sublinhando não ter ficado “nada admirado” com este “crescimento tão rápido” de D. Américo, o padre Pedro Gradim diz ser “uma grande alegria para a Paróquia de Leça do Balio” a nomeação do Papa Francisco. “Já tínhamos tido uma, com a ordenação episcopal de D. Manuel Martins, outro conterrâneo. O D. Américo é muito querido aqui na terra. Considero-o a minha jóia”, enaltece o sacerdote, que soube da nomeação do paroquiano pela boca do próprio, “uns dias antes” de a notícia ter sido tornada pública, a 1 de março. “Ele telefonou-me a informar. Foi uma conversa muito alegre e de muita confiança no futuro. Tenho a certeza que ele vai dar um bom testemunho na sua missão. Estou convencido disso”, reforça.

 

Obra feita

O padre Pedro destaca também o trabalho social do novo Bispo Auxiliar de Lisboa. “Quando ele esteve à frente da Associação dos Amigos do Rio Leça, a associação teve muita vida e cresceu muito. Aliás, os ministros do Ambiente, quando vinham ao Norte, queriam sempre que ele estivesse presente. O padre Américo teve sempre muita comunicabilidade”, aponta o seu pároco, referindo igualmente a “atividade social realizada no Fórum Jovem da Maia”, e a presença, “como independente, na Assembleia Municipal”. “Sempre foi uma pessoa muito responsável”, assegura.

O pároco de Leça do Balio frisa ainda a “obra extraordinária” de D. Américo Aguiar na Irmandade dos Clérigos. “Ele presta contas públicas e oferece muito desse dinheiro a instituições e até à diocese”, aponta. “Mesmo pessoas que não são da Igreja, ou que não estão tão ligadas à Igreja, o admiram”, assegura.

A ordenação episcopal de D. Américo Aguiar vai decorrer no dia 31 de março, Domingo IV da Quaresma, às 16h00, na Igreja da Santíssima Trindade, no Porto. Um dia em que, na Paróquia de Leça do Balio, haverá procissão do Senhor dos Passos. “A data não calhou muito bem para nós, porque coincide com a procissão do Senhor dos Passos, mas eu vou estar presente na ordenação. Já disse à confraria que não presidia à procissão, e também já disse ao padre Américo que não vai muita gente da paróquia, porque as pessoas são muito ligadas a tradições. Mas quando ele for para Lisboa, nós vamos levá-lo lá”, assegura o pároco do novo Bispo Auxiliar de Lisboa.

 

Alegria, confiança e esperança

Nos últimos dois anos e meio, Isabel Figueiredo, diretora de conteúdos religiosos da Renascença, contactou diariamente com D. Américo Aguiar, um sacerdote que tinha conhecido em 2010, aquando da vinda do Papa Bento XVI a Portugal. “Recebo esta nomeação com muita alegria, com muita confiança e muita esperança. O padre Américo, quando assumiu o cargo de presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença, convidou-me para sua adjunta, principalmente nas áreas relacionadas com a solidariedade, os conteúdos religiosos e a área mais institucional, o que me permitiu trabalhar de perto com ele. Conheço a forma de trabalhar de D. Américo, conheço a forma como ele consegue lidar com a maior diversidade possível de temas, de pessoas, de situações e penso que, como Bispo Auxiliar de Lisboa, será certamente uma mais-valia para a Igreja de Lisboa e para a Igreja de Portugal”, frisa esta leiga, ao Jornal VOZ DA VERDADE.

Na Renascença, o sentimento é de gratidão. “Todos nos lembramos das suas visitas, que ele faz regularmente a todos os cantos da casa, batendo às portas, cumprimentando as pessoas, conhecendo as pessoas pelo nome, preocupando-se com cada um. Nós sentimos, no nosso local de trabalho, esta identidade: não somos números, mas pessoas”, partilha, sublinhando ainda como D. Américo “tem sempre muito consciente o trabalho da Renascença e, acima de tudo, a dimensão humana da Renascença”.

Sobre os traços de personalidade do novo prelado, Isabel sublinha a determinação, a simplicidade e a fidelidade. “É um homem muito determinado. Outra coisa que também é clara é que ele, com aquela maneira de estar do Porto, que é diferente dos lisboetas, é uma pessoa muito simples. E é uma pessoa muito fiel. Isso são qualidades que são preciosas”, destaca Isabel Figueiredo, que nos últimos anos tem lidado de perto com o novo Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar.

 

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Perfil

D. Américo Aguiar, de 45 anos, era membro do presbitério da Diocese do Porto e preside, desde 2016, ao Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia e, nos últimos oito anos, à Irmandade dos Clérigos, na cidade invicta. O novo bispo, que é natural de Leça do Balio, em Matosinhos, ingressou no seminário em 1995 e foi ordenado presbítero, em 2001, pelo então Bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho. É licenciado em Teologia e Mestre em Ciências da Comunicação, ambas pela Universidade Católica Portuguesa. Entre 2004 e 2015, foi vigário geral e chefe do Gabinete de Informação da Diocese do Porto. D. Américo Aguiar foi também chefe de Gabinete dos Bispos do Porto D. Armindo Lopes Coelho, D. Manuel Clemente e D. António Francisco dos Santos e capelão-mor da Misericórdia do Porto. Em 2017, foi criado Cónego do Cabido Portucalense.

Atualmente, o novo Bispo Auxiliar de Lisboa é também diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, e é um dos responsáveis pela organização da Jornada Mundial da Juventude que vai decorrer em Lisboa, em 2022.

 

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Nomeação “oportuna”

O Cardeal-Patriarca de Lisboa sublinha o “percurso pastoral notável” que o novo Bispo Auxiliar de Lisboa teve ao serviço da Diocese do Porto e a “grande dedicação” com que desempenhou as suas funções. Numa mensagem, por ocasião da nomeação “oportuna” do Papa Francisco, D. Manuel Clemente refere que o Patriarcado de Lisboa “recebe com muita esperança a presente nomeação, certo do bom contributo que o novo Bispo lhe dará”.

Por sua vez, o Bispo do Porto, na sua mensagem, destaca a “marca indelével” que D. Américo Aguiar teve “na responsabilidade do restauro da igreja e da torre” dos Clérigos, no “dinamismo cultural que lhe incutiu e na projeção turística além-fronteiras, fazendo desta o verdadeiro «ex-libris» da cidade e da região”. D. Manuel Linda descreve o novo bispo como um “homem sereno e desprendido, dotado de uma forte capacidade de diálogo, de notória bonomia e não menos reconhecida ironia”. “O agora bispo eleito adquiriu, por mérito próprio, muitos amigos que profundamente o respeitam e o estimam. Soube constituir-se, pois, como um verdadeiro sacerdote generoso, simpático e afável, tal como o Papa Francisco propõe e estes nossos tempos reclamam”, escreveu D. Manuel Linda.

 

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Saudação de D. Américo Aguiar

Uma saudação a todos! A razão desta minha entrada no vosso computador, no vosso telemóvel, na vossa televisão, com esta mensagem, justifica-se pela nomeação do Papa Francisco de um novo Bispo Auxiliar de Lisboa. Essa missão, que me foi entregue, é motivo mais do que suficiente para eu me colocar apressadamente ao vosso encontro, tal como, depois da Anunciação, Nossa Senhora foi apressadamente ao encontro de sua prima Isabel; pois, eu não podia fazer de outro modo: imediatamente após o anúncio, venho ao vosso encontro, venho ao encontro de cada um de vós. Dos mais velhos, dos mais novos, dos doentes, dos que vivem, tantas e tantas circunstâncias da vida, momentos de trevas, de dificuldade, e por ventura até se sentem abandonados, ou não acompanhados, nesses momentos difíceis da vida.

Quero saudar, de um modo especial, os jovens. Os jovens que têm um desafio enorme, em Lisboa, para os próximos anos. O Santo Padre escolheu Lisboa para a sede da Jornada Mundial da Juventude, em 2022. É um desafio que supera as nossas capacidades. É do tamanho da Torre dos Clérigos – e permiti que vos diga assim, mesmo que aqui a torre se chame de Belém e noutros sítios tenha outros nomes –, mas nós somos capazes. Como dizia o senhor Arcebispo do Panamá, ‘somos distintos, mas não somos distantes’, por isso, nas qualidades e nas apetências que Deus dá a cada um de nós, seremos capazes de fazer a melhor Jornada Mundial da Juventude do mundo, para todos os jovens do mundo. Como diz o senhor Cardeal-Patriarca, a jornada há-de ser feita pelos jovens e para os jovens; por isso, conto convosco e conto com cada um de vós para a organização da mesma.

Permiti que evoque também, com saudade e carinho, o senhor cardeal Policarpo, o senhor cardeal António Ribeiro, que ainda conheci, e também no Porto evoque a figura de D. Armindo Lopes Coelho, que me ordenou, e do senhor D. António Francisco, recentemente falecido. E dos que partiram, àqueles com quem vou trabalhar: a minha gratidão ao senhor D. Manuel Clemente, pela confiança depositada, ao senhor D. Joaquim e ao senhor D. Daniel, com quem vou aprender a ser bispo. Porque não me entregaram nenhum livro de instruções de como vai ser, por isso, hei-de aprender com eles, sempre e cada vez mais.

Permitam que vos faça viajar ao Porto, a minha cidade, a minha terra, por motivo de gratidão. Eu agradeço ao Porto, à minha família, à minha cidade, à minha diocese, ao meu seminário tudo aquilo que fizeram por mim. Porque nenhum de nós é geração espontânea. Somos aquilo que resulta de tantas e tantas interações de pessoas e de momentos da nossa vida, que nos marcam. Por isso, a minha gratidão ao Porto, e evocando Nossa Senhora da Vandoma, a padroeira da cidade, evocando São Vicente, Santo António, São João – já estais a ver que isto vai ser uma festa de santos populares permanentemente. Mas é essa alegria que eu vos quero transmitir, mesmo nas trevas, na doença, na indefinição, no abandono, a alegria do Evangelho é a nossa missão. É essa a inspiração que eu quero trazer para vós, retomando o lema do senhor D. António Francisco dos Santos, ‘In manus Tuas’, as últimas palavras de Jesus na cruz: ‘Pai, nas Tuas mãos entrego o meu Espírito’. É isso que eu quero que me lembrem todos os dias e cada dia, que estou totalmente, plenamente, privatizado para este anúncio da alegria do Evangelho. Como nos ensinou o senhor D. António Francisco: não devemos temer a bondade. Só pela bondade aprenderemos a fazer do poder o serviço, da autoridade uma proximidade e do ministério a paixão pela missão de anunciar a alegria do Evangelho. O Evangelho é tudo o que temos e tudo o que somos – ‘In manus Tuas’. Conto convosco, contem comigo!

Mensagem-vídeo publicada no site do Patriarcado de Lisboa

 

 

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“A nomeação representa o reconhecimento de um percurso muito importante na Igreja portuguesa. Vai ser um bispo muito completo, porque conhece várias dioceses, por ser muito próximo da juventude, por ser muito experiente, pela sua preparação intelectual e pela sua abertura à pastoral dos nossos dias.”

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

 

“É o reconhecimento daquilo que tem feito ao longo destes muitos anos em várias áreas de intervenção cívica, religiosa, em vários locais do país. Tem-se afirmado como um dos padres mais importantes, mais relevantes na Igreja Católica portuguesa e marca uma transição geracional.”

Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa

 

“É um dos clérigos mais interessantes deste novo tempo em Portugal. É um homem de fé, um homem da Igreja, mas também, um homem da sociedade, com uma enorme capacidade de mobilizar vontades, de mobilizar pessoas, de programar. É, de facto, um homem muito dotado para conseguir fazer aquilo que é hoje o papel da Igreja na sociedade.”

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto

 

“A Câmara Municipal de Matosinhos congratula-se com a escolha de Américo Aguiar para tão importante e prestigiante missão, desejando-lhe as maiores felicidades para este novo desafio.”

Comunicado da Câmara Municipal de Matosinhos

 

“Um orgulho para Leça do Balio e para o nosso Concelho.”

Nota da União das Freguesias Custóias, Leça do Balio e Guifões

 

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Entrevista a D. Américo Aguiar, novo Bispo Auxiliar de Lisboa

“Entrega total, sem ‘ses’ nem ‘mas’, para o anúncio de Jesus Cristo”

 

O novo Bispo Auxiliar de Lisboa confessa sentimentos “mistos”, de “alegria e aflição”, ao saber da nomeação do Papa, e assegura “entrega total” à sua nova missão, porque “quem ama com Deus, está sempre garantido”. Em entrevista ao Jornal VOZ DA VERDADE, D. Américo Aguiar dirige-se aos jovens da diocese para os provocar a “saírem do sofá” e serem “protagonistas” da Jornada Mundial da Juventude, que o Patriarcado recebe em 2022.

 

Como acolheu a nomeação para Bispo Auxiliar de Lisboa?

Tudo isto acontece num contexto muito próximo da Jornada Mundial da Juventude, no Panamá. Passei mais de um mês a ouvir o hino ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua Palavra’ e tudo se materializou muito epidermicamente, e no coração, com este anúncio. É sempre uma surpresa, seja para quem for, seja quando for. Nunca estamos preparados para que isso possa verdadeiramente acontecer. E quando acontece, é algo que não dominamos. São sentimentos mistos, de alegria, de aflição – ninguém me entregou um livro de instruções! –, e por isso temos consciência da nossa pequenez, da nossa impossibilidade de corresponder de imediato, totalmente, àquilo que é o desafio, mas também temos a certeza que quem acompanha Deus, quem ama com Deus, está sempre garantido.

 

Escolheu como lema episcopal ‘In manus Tuas’, que era também o lema de D. António Francisco dos Santos. É uma homenagem ao antigo Bispo do Porto, falecido em 2017?

É verdade. O senhor D. António tinha como lema ‘In manus Tuas’ (‘Nas Tuas mãos’) e das primeiras coisas que me surgiu foi essa necessidade, de coração, profunda de o homenagear, de tanto que ele nos ensinou e do tanto que ele se deu na totalidade. E também de ter a certeza que ele, o senhor D. Armindo, o cardeal Ribeiro, o cardeal Policarpo, o D. Tomás, todos aqueles que serviram o Porto, que serviram Lisboa e que serviram tantas dioceses e o mundo, eu sou um sucessor deles. Por isso, é com alegria que, no senhor D. António Francisco, faço esta homenagem, reutilizando o seu lema, que é o lema de Nosso Senhor na cruz, as últimas palavras de Jesus.

 

É muito ligado aos últimos Bispos do Porto. De que forma estes relacionamentos o podem ajudar na sua nova missão?

Não me posso queixar de não saber no que me estou a meter! Porque eu, desde a minha ordenação, que trabalhei nos bastidores de muitos santos bispos. Quando entrei para o seminário, ainda estava Bispo do Porto o senhor D. Júlio Tavares Rebimbas, que foi Auxiliar de Lisboa, com o título de Arcebispo de Mitilene, de seguida foi Bispo do Porto o senhor D. Armindo Lopes Coelho, que me ordenou, em 2001, de seguida esteve Administrador Apostólico o senhor D. João Miranda Teixeira, felizmente vivo, seguiu-se o senhor D. Manuel Clemente, felizmente reinante, o senhor D. Pio, que foi Administrador Apostólico da Diocese do Porto, seguiu-se efemeramente o senhor D. António Francisco dos Santos, que tanto nos marcou, o senhor D. António Taipa, Administrador Diocesano, que foi o meu reitor no seminário, e agora o senhor D. Manuel Linda; por isso, não me posso queixar de desconhecimento daquilo que significa verdadeiramente, e nos nossos dias, de um modo especial, um feliz martírio daquilo que significa nos martirizarmos na entrega total, sem ‘ses’ nem ‘mas’, para o anúncio de Jesus Cristo.

 

A sua história de vocação está muito ligada ao escutismo, concorda?

Vou-lhe contar uma história. Quando chegou a altura de ir para a catequese, como todos os miúdos, fui para a catequese. Sou o mais novo de sete filhos e houve uma altura em que eu não quis ir para a catequese – e isto não é bom exemplo! Acontece que eu era um fã do Tio Patinhas, do Pato Donald, do Huguinho, do Zezinho e do Luizinho, os sobrinhos do Pato Donald que eram e são escoteiros-mirins. Eu era escoteiro-mirim e, a certa altura, anunciam na Paróquia de Leça do Balio, a minha paróquia, que vai abrir um agrupamento de escuteiros. Eu imediatamente me disponibilizei e fui lá inscrever-me. Foi-me perguntado o nome, a morada e qual o ano da catequese em que estava e eu respondi que não andava na catequese… ‘Tem que andar, porque isto é escutismo católico’. Fui para casa com uma depressão muito grave, era um miúdo com 14 anos, e tive de tomar uma decisão drástica na minha vida: se queria ir para os escuteiros, tinha que ir para a catequese. E assim foi, e olhe o que deu! É interessante que depois, em todo o caminho realizado, o escutismo forma-nos, totalmente, como cidadãos, como cristãos, nomeadamente no serviço. O lema ‘Sempre alerta para servir’, desde sempre e de um modo especial, essa dimensão do serviço e do trabalho em equipa, digamos que, a mim e a todos – porque escuteiro uma vez, escuteiro para sempre – nos prepara para o serviço. Este serviço a que sou chamado agora, de um modo excelente, é serviço puro e duro.

 

É nomeado para uma diocese que daqui a três anos vai receber o Santo Padre, e cerca de dois milhões de jovens, para a Jornada Mundial da Juventude. Que mensagem quer deixar aos jovens do Patriarcado de Lisboa?

Que conto com eles! Contamos com eles! Nada disto será possível se eles não alinharem. Porque a Jornada Mundial da Juventude não é uma coisa feita por bispos ou por cardeais, ou pelo Papa ou por Roma… Aliás, o senhor Patriarca está sempre a dizer isso: a Jornada Mundial da Juventude há de ser uma iniciativa dos jovens, feita pelo jovens, para os jovens. Nós, os velhos, haveremos de proporcionar as estruturas, aquilo que é necessário para que as coisas aconteçam. O espírito, a alma das jornadas, há de ser plenamente da responsabilidade dos jovens. Eu provoco-os, para se levantarem do sofá, como o Papa está sempre a dizer, para serem capazes de serem protagonistas nesta história. E eles têm sido. Nós temos recebido muitos SMS’s, e-mails e telefonemas com a disponibilidade, mas têm de esperar um pouco, porque as coisas têm o seu tempo e dentro de pouco tempo certamente que todos os jovens, em cada paróquia, em cada vigararia, em cada realidade, quer de Lisboa quer do país, mas de um modo especial com foco em Lisboa e de imediato, vão ser chamados a darem-se, totalmente, porque a Jornada Mundial da Juventude pode ter os números que diz, mas só pedimos é que venha um de cada vez. Será uma oportunidade única, não tanto pelo evento, porque o evento monta-se a tenda e desmonta-se a tenda e acabou. O mais importante da Jornada Mundial da Juventude é o que vai acontecer nestes três anos e meio e aquilo que acontecerá a partir do dia em que o Papa regressar a Roma.


  

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Nomeado pelo Papa Francisco, no passado dia 1 de março, Bispo Auxiliar de Lisboa, com o título de Dagno, D. Américo Aguiar escolheu como lema episcopal ‘In manus Tuas’, numa menção ao lema episcopal de D. António Francisco dos Santos, antigo Bispo do Porto falecido em 2017.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Filipe Teixeira
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