Liturgia |
Os Padres da Igreja ao ritmo da Liturgia
«A minha alma louva o Senhor, todo o meu ser bendiz o seu nome santo»
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«Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão. Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Contudo, não abuseis da liberdade como pretexto para viverdes segundo a carne; mas, pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros, porque toda a Lei se resume nesta palavra: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”». (Gal 5, 1.13-14).


Santo Ambrósio, doutor da Igreja, terá nascido por volta de 333.  Ainda catecúmeno, foi eleito bispo de Milão, quando exercia o cargo de perfeito dessa cidade. Foi um verdadeiro pastor e mestre dos fiéis. Morreu na noite de Páscoa, em 4 de Abril de 397. Por volta de 382 escreveu a obra intitulada Sobre Caim e Abel, onde se insere esta passagem (De Caim et Abel IX, 34.38-39):

Oferece a Deus um sacrifício de louvor e cumpre os teus votos para com o Altíssimo. Louva a Deus quem Lhe faz um voto e o cumpre. Por isso se nos dá como exemplo aquele samaritano que, uma vez curado da lepra juntamente com os outros nove leprosos por intervenção do Senhor, foi o único que voltou à presença de Cristo, louvando e dando graças a Deus. Dele disse Jesus: Não houve quem voltasse a dar graças a Deus senão este estrangeiro? E a ele disse: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.

No seu ensinamento divino, o Senhor Jesus mostrou-te, por um lado, a bondade de Deus Pai e, por outro, a conveniência de orar com intensidade e frequência: mostrou-te a bondade do Pai·que sabe conceder boas dádivas, para que aprendas a pedir bens Àquele que é o sumo bem; e mostrou-te a conveniência de orar com intensidade e frequência, não para que repitas sem cessar e mecanicamente as orações, mas para que adquiras o verdadeiro espírito da oração assídua. De facto, muitas vezes as longas orações vão acompanhadas de vanglória e, por outro lado, a falta de assiduidade na oração é sinal evidente de negligência. Seguidamente também adverte o Senhor que ponhas o máximo empenho em perdoar aos outros quando pedes perdão para ti; deste modo, a tua oração é recomendada pelas tuas obras. O Apóstolo ensina também que se há-de orar sem ira nem contenda, para que a oração não seja perturbada nem falsificada. Também ensina que se deve orar em toda a parte, como afirma o Salvador quando diz: Entra na tua habitação. Mas deves compreender que não se trata de uma habitação cercada de paredes em que te fechas corporalmente, mas da tua morada interior, onde estão os teus pensamentos e habitam os teus sentimentos. Esta morada da tua oração acompanha-te por toda a parte e em toda a parte continua a ser um lugar secreto, onde não há outro juiz que não seja Deus.

Também te é dito que deves orar principalmente pelo povo de Deus, isto é, por todo o corpo e por todos os membros da Igreja tua mãe, que é o sacramento da caridade. Se oras só por ti, serás o único a orar por ti. E se cada um reza apenas por si mesmo, a graça do pecador será menor que a do intercessor. Mas se cada um ora por todos, oram todos por cada um. Assim, portanto, para concluir, se rezares somente por ti, ficarás, corno dissemos, isolado na tua oração. Mas se rezares por todos, todos rezarão por ti. Na verdade, tu estás presente em todos. Deste modo alcançarás uma grande recompensa, porque a oração de cada um é enriquecida com as orações de todo o povo. Assim desaparece toda a sombra de presunção; aumenta a humildade e o fruto será mais abundante.

(PL 14,315.335-336; CSEL 32, 369.371-372; Antologia Litúrgica 1988a)


Foto:

Lápide de sepultura (pormenor)

Catacumbas, Roma, séc. III.

Departamento de Liturgia do Patriarcado de Lisboa
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