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Roma
“Povo moçambicano espera com alegria a visita do Papa”
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O presidente de Moçambique falou da visita do Papa ao país africano. Na semana em que recordou Lampedusa e celebrou Missa com “250 pessoas”, o Papa lamentou os ataques na Líbia, encontrou-se com o presidente russo e falou de Justiça em mais um ‘O Vídeo do Papa’.

 

1. Por ocasião da visita a Roma, o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, declarou que é grande a expectativa no país africano para a viagem apostólica do Papa, em setembro próximo. “O povo moçambicano espera com alegria a visita do Papa Francisco, peregrino da paz e do Evangelho. Estamos honrados pela próxima visita do Pontífice”, referiu o presidente moçambicano. A viagem apostólica do Papa a Moçambique, Madagáscar e Maurícias vai decorrer de 4 a 10 de setembro.

 

2. O Papa celebrou Missa com 250 migrantes, na Basílica de São Pedro, em Roma. A celebração assinalou o 6.º aniversário da viagem a Lampedusa – onde visitou migrantes e refugiados em centros de acolhimento –, com Francisco a descrever os migrantes como “os últimos” no sentido evangélico de que “os últimos serão os primeiros”, como afirmou Cristo. “Neste sexto aniversário da visita a Lampedusa, penso nos ‘últimos’ que diariamente clamam ao Senhor, pedindo para ser libertados dos males que os afligem. São os últimos enganados e abandonados a morrer no deserto; são os últimos torturados, abusados e violentados nos campos de detenção; são os últimos que desafiam as ondas dum mar impiedoso; são os últimos deixados em acampamentos de acolhimento (demasiado longo, para ser chamado de temporário). Estes são apenas alguns dos últimos que Jesus nos pede para amar e levantar”, disse, na Missa que teve lugar na manhã do passado dia 8 de julho.

Durante a sua homilia, o Papa deixou críticas a todos os que procuram despersonalizar estas questões e sublinhou que, antes de mais, trata-se de vidas de pessoas. “Infelizmente, as periferias existenciais das nossas cidades estão densamente povoadas de pessoas que foram descartadas, marginalizadas, oprimidas, discriminadas, abusadas, exploradas, abandonadas, de pessoas pobres e sofredoras. São pessoas; não se trata apenas de questões sociais ou migratórias! ‘Não se trata apenas de migrantes!’, no duplo sentido de que os migrantes são, antes de mais nada, pessoas humanas e que, hoje, são o símbolo de todos os descartados da sociedade globalizada”, alertou.

Por fim, o Papa, que usou um báculo feito com pedaços de barcos naufragados no Mediterrâneo, agradeceu aos próprios migrantes que se encontravam dentro da Basílica pelo facto de também eles darem o exemplo no auxílio aos seus próximos. “Trata-se de uma grande responsabilidade, da qual ninguém se pode eximir, se quiser levar a cabo a missão de salvação e libertação na qual fomos chamados a colaborar pelo próprio Senhor. Sei que muitos de vós, chegados apenas há alguns meses, já estais a ajudar irmãos e irmãs que chegaram depois. Quero agradecer-vos por este estupendo sinal de humanidade, gratidão e solidariedade”, assinalou.

Na Missa estavam 250 pessoas e, no final, o Papa saudou, um por um, todos os participantes.

 

3. A comunidade internacional “não pode tolerar factos tão graves” como o ataque aéreo que atingiu, nos últimos dias, um centro de detenção de migrantes na Líbia. O aviso foi deixado pelo Papa, no passado Domingo, 7 de julho. “Apesar de terem passado alguns dias, convido a rezar pelas pobres pessoas indefesas, mortas ou feridas no ataque aéreo que atingiu um centro de detenção de migrantes na Líbia”, começou por dizer Francisco. “A comunidade internacional não pode tolerar factos assim tão graves”, frisou na Praça de São Pedro, depois da oração do Angelus. “Espero que se organizem corredores humanitários, de modo extenso e concertado, para os imigrantes mais necessitados”, desejou o Papa, pedindo ainda que “o Deus da paz acolha os defuntos junto de si e ajude os feridos”.

Nas palavras proferidas perante os fiéis, Francisco recordou “também todas as vítimas das tragédias que ocorreram recentemente no Afeganistão, no Mali, Burkina Faso e Niger”.

 

4. O Papa Francisco recebeu, em Roma, o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Os dois estiveram reunidos à porta fechada quase uma hora e conversaram sobre assuntos internacionais, incluindo a situação na Síria e na Ucrânia. Putin entrou para o gabinete para o encontro privado às 13h17 os dois só emergiram 55 minutos mais tarde. É muito raro estes encontros durarem tanto tempo.

No final, Putin e o Papa ainda conversaram um pouco no exterior do gabinete papal, e ofereceram presentes um ao outro. Num comunicado, a Sala de Imprensa da Santa Sé refere que foram debatidos assuntos internacionais, nomeadamente a Síria, Ucrânia e Venezuela. Falou-se ainda sobre o fortalecimento de protocolos entre hospitais pediátricos do Vaticano e na Rússia, antes de “virarem a sua atenção para várias questões de relevância para a vida da Igreja Católica na Rússia”, segundo a nota.

Antes de abandonar o edifício, Vladimir Putin encontrou-se ainda, durante cerca de 20 minutos, com o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin.

 

5. O Papa confia a Deus as pessoas que administram a Justiça para que a injustiça nunca tenha a última palavra. Na edição de julho de ‘O Vídeo do Papa’, Francisco pede a todos os católicos que rezem pelos magistrados, tribunais, juízes e advogados envolvidos no exercício da Justiça pelo mundo inteiro, para que o seu trabalho se guie sempre por uma reta intenção e critérios íntegros. Para o Santo Padre, a Justiça não pode ser meramente um “traje ocasional”, um disfarce que somente se utiliza para ir a festas. Por isso, neste mês de julho, Francisco pede especialmente que se reze para que os responsáveis pelo exercício judicial sejam capazes de trabalhar com integridade, sem interesses mesquinhos, nem intenções ocultas, num registo de transparência e imparcialidade.

A intenção de oração do Papa deste mês dirige-se a todos os que têm em suas mãos a sorte de tantas pessoas, “porque quando a justiça chega tarde ou não chega, provoca muita dor e sofrimento”. Por isso, o desejo e a esperança de Francisco é que a injustiça nunca tenha a última palavra.

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